A avenida Bussocba, localizada defronte ao Paço Municipal de Osasco, passou depois de 44 anos a ter novo nome. Conforme determinou a Prefeitura no final de dezembro, obedecendo à iniciativa do próprio prefeito Rogério Lins (Pode) que, em novembro do ano passado, encaminhara o Projeto de Lei (PL) 133/19 à Câmara Municipal, a via passou a ser chamada Lázaro de Mello Brandão, em homenagem póstuma ao ex-presidente do Bradesco, cuja sede, a Cidade de Deus, fica próxima à Prefeitura.
Ao justificar a decisão, Lins resumiu o currículo de vida do homenageado (ver quadro) e salientou: “Foram 76 anos dedicados ao Bradesco, onde entrou e estava determinado a empreender uma escalada à qual parecia predestinado; subiu degrau por degrau até se tornar presidente. Diante de figura tão importante em nosso município, nada mais justo e razoável que lhe rendamos esta singela homenagem”.
A denominação de avenida Bussocaba datava de julho de 1975, conforme decreto assinado pelo então prefeito Francisco Rossi. A via tem seu início na praça General Dalle Coutinho (nos baixos do viaduto metálico) e margeia o Córrego Bussocaba (região do Bulevar), chegando à rua Albino Guilherme Esteves, defronte à Cidade de Deus.
A oficialização pelo nome de Lázaro de Mello Brandão, depois da aprovação pela Câmara Municipal, segue a Lei nº 5.040, assinada pelo prefeito Rogério Lins em 26 de dezembro de 2019.
Breve currículo de Lázaro de Mello Brandão
Nascido em 1926, em Itápolis, Interior paulista, e filho de um administrador de fazendas, Lázaro de Mello Brandão já pensava, entre 12 e 14 anos em trabalhar em banco, segundo sua própria declaração dada ao Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea da Fundação Getúlio Vargas (o depoimento resultou no livro Lázaro de Mello Brandão – Senda de um executivo financeiro, título escolhido por ele próprio).
Em 1941, adolescente, começou a trabalhar como contínuo da Casa Bancária Irmãos Almeida. No ano seguinte, porém, um negócio definiu sua vida: o banco Irmãos Almeida foi comprado por um recém-fundado concorrente de Marília: o Banco Brasileiro de Descontos S.A.
Brandão passou e conheceu todas as posições dentro da carreira bancária. Os inspetores de agência reportavam-se diretamente a ele. Com um talento incomum para números, era rápido em perceber inconsistências e problemas. Ao longo dos anos, isso preservou a solidez e garantiu o crescimento ininterrupto do Bradesco.
Em janeiro de 1963 foi eleito diretor e, em setembro de 1977, vice-presidente. Em janeiro de 1981, assumiu a posição de presidente do Bradesco, sucedendo o então presidente Amador Aguiar, que continuou como presidente do Conselho de Administração.
Desde fevereiro de 1990 exercia a função de presidente do Conselho de Administração, em face da saúde debilitada de Amador Aguiar, que morreu em 1991. Em 1999, Brandão decidiu ceder a posição como presidente do banco, mas não do Conselho de Administração. Em 11 de outubro de 2017 cedeu-a no Conselho para Luiz Trabuco, porém, mantinha o cargo de presidente da Fundação Bradesco e da Cidade de Deus Participações, controladoras do Bradesco, continuando no poder.
Brandão morreu em 16 de outubro de 2019, aos 93 anos, em São Paulo, onde estava internado recuperando-se de uma cirurgia.
do Bradesco foi homenageado dando nome à
avenida em frente ao Paço Municipal
