Início Política Regional ‘Quero ter orgulho, e não vergonha, em dizer que sou carapicuibana’

‘Quero ter orgulho, e não vergonha, em dizer que sou carapicuibana’

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"São pessoas de baixa renda, que precisam de um olhar diferenciado, precisam de muito mais"

A ex-vereadora por dois mandatos em Carapicuíba, Sônia Maria Esteves dos Santos Sousa, a Professora Sônia, atualmente filiada ao Partido Social Democrático (PSD), fez uma visita de cortesia à Redação do jornal Página Zero na manhã da quarta-feira, 22.
Depois dos mandatos de vereadora (iniciados em 2008 e 2012), Sônia também foi duas vezes candidata a deputada estadual (nas eleições de 2014 e 2018) e na eleição municipal de 2016 candidatou-se ao cargo de prefeita de Carapicuíba. Com 67.794 votos conquistados naquela oportunidade, Professora Sônia ficou na segunda colocação, com 37,68% dos votos válidos.
Diante da expressiva votação, ela sempre constou da lista de eventuais candidatos à nova eleição municipal deste ano. Efetivamente, nas redes sociais, já admite a pré-candidatura. Por essa razão, o jornal Página Zero aproveitou a oportunidade para uma entrevista, durante a qual Sônia teve a oportunidade de expor algumas de suas ideias sobre a política municipal e suas pretensões futuras.

PÁGINA ZERO: Depois dos mandatos de vereadora e das candidaturas a deputada e a prefeita, o que falta – além de votos – para você ser prefeita de Carapicuíba?

PROFESSORA SÔNIA: Depois de dois mandatos como vereadora, sendo o segundo como a mais votada da cidade; aproveitei também a candidatura à Prefeitura para apresentar propostas para a cidade, porque sempre quis viver numa cidade que permitisse o acesso a uma saúde mais humana, mais digna. Sempre lutei, nesse período todo, para que as pessoas mais carentes, mais humildes tivessem acesso a creches, por exemplo; são pessoas de baixa renda, que precisam de um olhar diferenciado, precisam de muito mais.

PZ: Como a pré-candidata à prefeita que você já se apresenta, pretende fazer algo diferente daquilo que foi feitos nos dois mandatos ou na campanha de 2016, para que jornada dê certo?

PROFA. SÔNIA: Eu continuo visitando as comunidades e fazendo o meu trabalho social; com mutirões de emprego; campanhas em favor dos animais de rua; continuo principalmente conversando com as pessoas, pois elas precisam ser ouvidas. Nessa campanha, as pessoas precisarão ser ouvidas, pois um plano de governo precisa ser compartilhado com as pessoas que vivenciam dia a dia a realidade do serviço público, seja na saúde, na educação; na geração de emprego e renda; organização dos pequenos comércios. Mesmo com uma campanha não muito diferente da anterior, meu diferencial será conversar, compartilhar com as pessoas as dificuldades que elas vivenciam na cidade.

PZ: Com tantas mudanças nas regras de campanha, você afirma que o eleitor precisa ser ouvido; mas como fazer com que o candidato seja ouvido?

PROFA. SÔNIA: Acredito que o trabalho de uma pré-campanha já vem sendo realizado ao longo desses anos todos, com ou sem mandato. Conversando com a população, em visitas a casas de amigos, a chás com as mulheres da comunidade para discutir os problemas daquele bairro, são formas de o candidato ser ouvido. Mas acredito também que as redes sociais vão fazer chegar muito mais rápido as propostas do candidato.
Na campanha de 2016, com os mesmos 45 dias de trabalho, conseguimos fazer muitos contatos, plenárias com trabalhadores da educação, da saúde, da cultura, das áreas sociais. Escrevemos nosso plano de governo a partir desses encontros, ouvindo a população, e assim será também na campanha de 2020.

PZ: E como é que está a cidade hoje, na sua análise?

PROFA. SÔNIA: Você vê algumas ruas recapeadas, alguma mudança na sinalização; merecemos sim, uma cidade bonita, sem buracos, com orientações sobre o caminho a seguir, mas o povo precisa é de melhorais na área da saúde, atualmente a grande reclamação dos munícipes. Temos também de assegurar segurança todos os dias; sou mãe de quatro filhos e, como todos os pais, ficamos apreensivos com a simples presença de nossos filhos num ponto de ônibus, sujeitos a serem abordados a qualquer momento.

PZ: São essas as suas principais propostas? Saúde e segurança?

PROFA. SÔNIA: Vamos trabalhar em todos os setores, mas apesar de priorizar a gestão em saúde e a segurança, não poderemos nos esquecer da área social, principalmente com geração de emprego e renda.

PZ: Você se coloca como oposição à atual administração?

PROFA. SÔNIA: Sim! Já concorri com essa situação em 2016 e vou concorrer em 2020. Mas sou uma oposição propositiva, com propostas a oferecer.

PZ: Mas a gente observa que nesses três anos do atual mandato a oposição não aparece. Ela existe, na cidade; não existem críticas a serem feitas?

PROFA. SÔNIA: Existem as críticas que acabei de falar; não adianta deixar a cidade apenas bonita, mas não focar nas coisas principais da cidade: investir em gestão pública e administrar as áreas da saúde e da segurança. As pessoas precisam desses serviços e não têm. A cidade merece muito mais, eu como cidadã, mereço muito mais. Estou aqui há mais de 40 anos, sou trabalhadora da cidade, tenho meus filhos, quero ter orgulho e não vergonha em dizer que sou carapicuibana. Quando entre na política, em 2008, foi com a proposta de ser um diferencial; continuo com esse desejo…quero contribuir para que minha cidade seja uma cidade melhor.

PZ: Hoje no PSD e historicamente tendo integrado partidos como o PDT, Solidariedade e PRB não passa alguma ideia de falta de identidade? Ou não faz diferença?

PROFA. SÔNIA: Acredito que não faz diferença. Passamos pelo PDT, ajudamos a fundar o Solidariedade, tenho boas relações em todos eles; mas recebi do convite do Gilberto Kassab [presidente do partido], e resolvi aceitar ao mesmo tempo em que conto com o apoio dele.

PZ: Apesar de várias tentativas, sua de dos demais, a cidade não tem representantes da Câmara dos Deputados ou na Assembleia Legislativa. O que falta para a cidade eleger seus deputados?

PROFA. SÔNIA: O que falta é unidade! Carapicuíba, com quase 300 mil eleitores poderia ter eleito ao menos dois deputados estaduais.

PZ: Você está procurando apoios, juntar forças em torno de seu nome em outras cidades da região?

PROFA. SÔNIA: Sim, principalmente junto aoslíderes do PSD na região.

PZ: E quanto ao fato da valorização da mulher na política? Você se vale desse argumento para ser eleita a primeira prefeita de Carapicuíba?

PROFA. SÔNIA: Essa questão da mulher já está consolidada na sociedade. As mulheres têm, hoje, espaços na política, mas, de fato, muitas dificuldades para enfrentar uma campanha eleitoral. Não é o meu caso, pois tenho apoio da minha família. Muitas não entram no meio político por conta dos afazeres domésticos, ser mãe, ser trabalhadora, algumas com três ou quatro jornadas para cumprir.
Apesar de tudo isso, não preciso utilizar o argumento de ser uma mulher para ser eleita. Quero ser prefeita, sim; para contribuir para a melhoria da minha cidade. Mas não apenas por ser mulher. Sou mulher, sim, tenho minhas características femininas, mas sou uma mulher forte, que já enfrentou muitos obstáculos na vida para chegar aonde cheguei.

PROFA. SÔNIA:VIDA E POLÍTICA

Natural do Estado do Paraná, a Professora Sônia tem atualmente 56 anos de idade e vive há cerca de 40 anos em Carapicuíba, Foi moradora da Cohab e hoje reside na região central da cidade. É casada e mãe de quatro filhos.
Especializada em Geografia pela Universidade de São Paulo (USP), é professora concursada do Estado na área de História.
Na política, cumpriu dois mandatos de vereadora, foi candidata a deputada estadual por duas vezes e a prefeita uma vez, segundo cronologia abaixo:

– Eleição de 2008
Candidata a vereadora pelo PDT – Eleita com 2.426 votos.

– Eleição de 2012
Candidata a vereadora pelo PDT – reeleita com 6.087 votos (a mais votada).

– Eleição de 2014
Candidata a deputada estadual pelo SD – não eleita, com 28.334 votos.

– Eleição de 2016
Candidata a prefeita pelo PRB – não eleita, com 67.794 votos.

– Eleição de 2018
Candidata a deputada estadual pelo SD – não eleita, com 33.902 votos.

“Um plano de governo precisa ser compartilhado com as pessoas que vivenciam dia a dia a realidade do serviço público”

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