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Letalidade do coronavírus na região é superior aos índices nacional e estadual

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‘Estabilidade’ dos casos e mortes pelo coronavírus não representa ‘melhora’ do cenário da pandemia

Apesar da constante afirmação positiva dos governantes em geral sobre o número de casos e o número de mortes por coronavírus no país, os dados, no entanto, não apresentam tal positividade; ou, pelo menos, não mostram a queda esperada para um período de cinco meses depois do primeiro caso de Covid-19 no Brasil, e quatro após a decretação do estado de calamidade.
Pelos números nacionais, depois de ter ultrapassado na semana passada a 2 milhões de casos confirmados da doença, esse patamar tem até diminuído em se tratando de média dos casos (ou média móvel), em torno de 36 mil deles por dia. No caso das mortes, no entanto, mesmo que apresente uma aparente “estabilidade”, esse nível continua alto, com mais de 1 mil registros diários. De terça-feira, 21, para quarta-feira, 22, por exemplo, o Brasil registrou novos 1.284 óbitos. De quarta-feira para quinta-feira, 23, foram mais 1.311 casos.
De forma prática, o termo “estabilidade”, às vezes, dá a impressão de que o número é positivo. Entretanto, é o mesmo que tratar um doente em estado de coma: ele pode não piorar, nem melhorar da doença; tem sua situação “estável”; mas continua em coma; quando o desejo seria sair dela.

MENOS DE 20%

O mesmo exemplo verifica-se no Estado de São Paulo: nas últimas semanas, o governo vem apontando somente indicativos positivos da doença. Mas tanto em número de casos, como de mortes, o que se registra é a mesma estabilidade nos níveis mais altos. Eles não diminuem: em casos confirmados, a média diária gira em torno de 6 mil; já em óbitos, o número é sempre superior a 200 (média).
Nesta semana, por exemplo, o governador João Doria (PSDB) chegou a comemorar o fato de que, pela primeira vez, o número de casos do Estado representou índice menor do que 20% dos casos nacionais. A matemática é verdadeira: na quarta-feira, 22, dos 2.227.514 casos nacionais, São Paulo registrava 439.446, ou seja, 19,72%. Na quinta-feira, 23, a matemática se repetiu: dos 2.287.475 casos nacionais, São Paulo registrou 452.007, fatia de 19,7% do total nacional.
Mas mesmo essa matemática depende do ponto de vista de quem a analisa: o governo trata uma semana epidemiológica de domingo a domingo. Já os números apresentados pelo jornal Página Zero mostram dados de quinta-feira a quinta-feira (por ocasião do fechamento da edição) e esse percentual menor de 20% dos casos paulistas em relação aos nacionais já eram registrados nas semanas anteriores, porém sempre muito próximos aos 20%. Ou seja: 19,98% (em 17/7); 19,91% (em 10/7); e 20,1% (em 3/7). Nesta última quinta-feira, dia 23, em relação à semana passada, o percentual é de 19,7%.
Quer dizer: o Estado se mantém na mesma proporção há semanas, o que não representa motivo para festejos governamentais. Além disso, a “eventual” redução percentual em relação ao cenário nacional não representa diminuição dos casos estaduais; pelo contrário: a fatia só é menor porque os casos nacionais aumentam em proporção maior.
Outro índice que não favorece o Estado de São Paulo é o de letalidade da doença (ou seja, a média de morte por cada infectado). Essa conta se faz de forma simples, dividindo-se o número de mortos pelo número de casos confirmados. Pelos números mais recentes, o índice de letalidade no Brasil é de 3,7%, enquanto em São Paulo é maior, de 4,6%.

LETALIDADE NA REGIÃO

Em se tratando dos números da região Oeste da Grande São Paulo, os índices de letalidade também não são positivos, na comparação com os nacionais.
Dentre os sete municípios da região, os piores índices são de Jandira (10,7%) e de Itapevi (8,3%); enquanto os melhores ficam a cargo de Pirapora do Bom Jesus (1,9%) e Santana de Parnaíba (4,1%) – ver quadro ao lado. São números bem superiores à média de letalidade nacional (3,7%) ou estadual (4,6%).

LETALIDADE DO CORONAVÍRUS NA REGIÃO

Cidade Letalidade
Osasco 5,9%
Carapicuíba 5,1%
Barueri 7,9%
Jandira 10,7%
Itapevi 8,3%
S. Parnaíba 4,1%
Pirapora 1,9%

Obs.: Índice de letalidade é
calculado pela divisão do número de óbitos pelo de casos
confirmados, multiplicado por 100.
Obs.: Nos índices acima estão
incluídos todos os números de óbitos de cada cidade,
considerando-se os casos
confirmados e suspeitos até o fechamento desta edição.

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