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Ministério da Saúde aguarda retorno dos estados sobre eventuais eventos adversos da vacinação contra a Covid-19

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A predisposição genética individual pode interferir no desenvolvimento de algumas desordens (Foto: Tânia Rêgo/Agência Brasil/Fotos Públicas)

O Ministério da Saúde informou nesta semana que “está atento e acompanhando” todos os casos notificados de eventos adversos supostamente ligados à vacinação contra a Covid-19 no Brasil. De maneira geral, a maioria dos eventos adversos graves com associação temporal às vacinas são tratados pelo Ministério apenas como eventos coincidentes, não correspondendo a eventos causados pelos imunizantes.
Justamente por isso, a diferenciação entre esses dois tipos de eventos requer uma investigação aprofundada de cada caso.
Em nota informativa enviada aos estados na quinta-feira da semana passada, dia 4/2, o Programa Nacional de Imunizações (PNI) orientou que seja feita a notificação de todos os eventos adversos por meio do E-SUS Notifica.
Para assegurar a devida vigilância desses eventos, mesmo antes de começar a vacinação dos primeiros públicos prioritários, foi criado um comitê de monitoramento que se reúne semanalmente. O comitê, liderado pelo PNI, conta com a participação de representantes de laboratórios fornecedores e de especialistas, que em um trabalho conjunto buscam todas as informações possíveis para esclarecimento dos casos.
De acordo com o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Arnaldo Medeiros, a vacinação é uma das medidas mais seguras em saúde pública e essencial na redução de morbimortalidade e na eliminação e/ou erradicação de doenças. “As vacinas, desde que aprovadas pelas autoridades sanitárias, são seguras para o uso humano, entretanto, não são isentas de riscos. Eventos adversos podem surgir após a aplicação, sendo necessário um processo de vigilância contínua”, explicou.
Resultado de muitos anos de investimentos em pesquisas e desenvolvimento científico-tecnológico, as vacinas evitam milhões de mortes e incapacidades ao longo da história. Embora nenhuma vacina esteja totalmente livre de provocar eventos adversos, os riscos de complicações graves são muito menores do que os das doenças contra as quais elas conferem proteção.

AVALIAÇÕES CLÍNICA E LABORATORIAL

Evento adverso pós-vacinação é qualquer ocorrência médica indesejada e que, não necessariamente, possui uma relação causal com o uso de uma vacina. Pode ser qualquer evento indesejável ou não intencional, ou seja, um sintoma, uma doença ou um achado laboratorial anormal. Por isso, é indispensável uma criteriosa avaliação clínica e laboratorial desses casos, para a busca rigorosa da causa, com a finalidade de que o evento adverso não seja atribuído à vacina sem fundamentação científica.
Esses eventos podem ser relacionados à composição da vacina, à técnica usada em sua administração, aos indivíduos vacinados, sendo a predisposição genética individual um importante fator no desenvolvimento de algumas desordens (por exemplo, as autoimunes), após a vacinação ou coincidência com outros agravos.
A farmacovigilância efetiva compreende um conjunto de regras, procedimentos operacionais e práticas estabelecidas que devem ser cumpridas, a fim de assegurar a qualidade e a integridade dos dados produzidos em determinados tipos de pesquisas ou estudos.
Para as vacinas contra a Covid-19 em uso no país até o momento (Oxford/Fiocruz e Coronavac/Butantan), estudos clínicos de fase III teriam mostrado apenas reações comuns e menores, não tendo sido identificado nenhum evento adverso grave causado pelas vacinas. Entretanto, cabe ressaltar que somente e a partir do monitoramento e farmacovigilância de fase IV, quando um número maior de pessoas receberá as vacinas, é que se poderá avaliar a real frequência dos eventos adversos pós-vacinação.

CEFALEIA, FEBRE, NÁUSEA…

Até aquela quinta-feira, dia 4, o Ministério da Saúde relatou 7.768 notificações de eventos adversos supostamente associados às vacinas contra a Covid-19. Desses, 7.686 foram classificados como não graves e 82 como graves.
Os eventos mais comuns foram cefaleia (dor de cabeça), febre, mialgia, diarreia, náusea e dor localizada. Alguns dos eventos adversos graves registrados foram em idosos, todos em fase de investigação. O Ministério não afirmou, até o momento, que essas notificações se tratam de eventos adversos pós-vacinação com comprovada associação causal, mas sim como eventos temporalmente associados à vacinação.
Para apuração desses casos, foi enviada uma equipe de campo do Programa de Treinamento em Epidemiologia Aplicada aos Serviços do Sistema Único de Saúde (EpiSus), para, juntamente com as vigilâncias epidemiológicas/sanitárias dos estados e dos municípios, realizarem as investigações e obtenção de todas as informações necessárias para os devidos esclarecimentos e a avaliação da relação de causalidade dos casos com a vacinação.

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