Osasco tem melhor PIB de ‘não-capital’ em todo o país e Barueri melhora no ranking estadual
Como ocorre todos os anos, no final de 2021, em 17 de dezembro, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgou os dados do fechamento de mais um ano sobre os resultados do Produto Interno Bruto (PIB) dos municípios brasileiros. Como tem ocorrido regularmente, os números abordam o período de dois anos atrás, neste caso alusivos ao ano de 2019. O levantamento é elaborado em parceria com os órgãos estaduais de estatística, as secretarias estaduais de Governo e a Superintendência da Zona Franca de Manaus – Suframa.
O PIB, em resumo, significa mensurar (medir) toda a riqueza produzida dentro de uma cidade, um estado ou um país. No caso do presente estudo, a mostra revelou os números das cidades brasileiras, levando-se em conta os valores adicionados brutos dos três grupos de atividade econômica: Agropecuária; Indústria; e Serviços – além da administração, defesa, educação e saúde públicas e seguridade social –, devido à importância dessa atividade na economia brasileira; bem como os impostos, líquidos de subsídios, sobre produtos; o PIB e o PIB per capita (por pessoa).
Essas informações, além de estabelecer relações macroeconômicas, possibilitam traçar o perfil econômico de cada um dos municípios brasileiros. São instrumentos que conferem diversos significados aos dados do PIB dos municípios, mostrando, por exemplo, padrões de concentração e dispersão associados às formas e densidades de povoamento, bem como às funções econômicas e político-administrativas das diferentes partes do território nacional.
OS 100 MELHORES
O principal atrativo do relatório do IBGE é a divulgação do ranking com os 100 melhores PIBs do país que, ano após ano, é liderado pela cidade de São Paulo. Assim foi no PIB anterior, de 2018, quando a Capital paulista já registrava participação nas riquezas produzidas no país em torno de R$ 714,6 bilhões. Já neste estudo de 2019, a Capital ainda melhorou esse número para R$ 763,8 bilhões. Isso representa que a cidade de São Paulo foi responsável por 10,3% do Produto Interno Bruto do país no ano de 2019.
Para as cidades da região Oeste da Grande São Paulo, por onde circula este jornal Página Zero, a notícia de manutenção de Osasco e Barueri como duas das que mais produzem riquezas no país se repete e agrada suas respectivas autoridades públicas e financeiras. Osasco, por exemplo, se manteve na mesma posição do estudo anterior, de 2018, colocando-se entre os 8 melhores PIBs do país, com riquezas produzidas em 2019 em torno de R$ 81,9 bilhões (ver quadros). Os dados osasquenses podem ainda ser mais superlativos: com essa posição, é a única na lista das 9 melhores do Brasil que não é uma capital de Estado. Até o ano passado era a única entre as 10 melhores nessa posição, mas em 2019 o município de Campinas “roubou” a 10ª posição de Salvador (capital baiana) e agora é também outra cidade que não é capital de estado na lista dos 10 melhores.
Outra posição continua mantendo Osasco em destaque: ela é a cidade com o 2º melhor PIB do Estado de São Paulo, atrás somente da Capital.
Barueri também é outro município da região que se mantém no topo do ranking. Com R$ 52,8 bilhões de riquezas produzidas em 2019, manteve a 15ª colocação no ranking nacional, mas melhorou uma posição dentro do Estado de São Paulo, subindo do 6º para o 5º melhor PIB estadual.
Itapevi é a última das sete cidades da região que ainda aparecem no ranking dos 100 melhores PIBs de todo o país; porém esse “privilégio” vem sendo ameaçado gradativamente, ano após ano: em 2016, Itapevi ocupava a 75ª posição de melhor PIB do país; caiu para 84º em 2017 (com R$ 11,5 bilhões); desceu novamente, em 2018, para a 87ª posição (com R$ 12,1 bilhões); e agora, em 2019, além de ter perdido valor absoluto nas riquezas, com R$ 12,0 bilhões, também perdeu posições no ranking e ocupa a 91ª colocação.
Dos outros quatro municípios da região que não constam entre os 100 melhores, dois subiram no ranking: Pirapora (de 1.468º para 1.447º lugar) e Carapicuíba (da 190ª posição para a 188ª); e dois caíram: Santana de Parnaíba (do 121º lugar para o 133º) e Jandira (do 253º para o 255º).
NO ESTADO
No ranking estadual, enquanto Osasco se mantém como o 2º melhor PIB de São Paulo; Barueri, desta vez, ganhou uma posição, subindo da 6ª para a 5ª colocação. Duas delas mantiveram-se na mesma posição do ano anterior: Santana de Parnaíba permaneceu na 42ª colocação e Pirapora do Bom Jesus em 280º. As outras três da região caíram no ranking paulista: Carapicuíba (do 61º para o 62º); Itapevi (do 32º para o 34º) e Jandira (do 77º para o 78º lugar).
PIB PER CAPITA
Se, por um lado, os números absolutos de cidades como Osasco e Barueri aparecem de forma positiva no quadro geral dos 100 melhores PIBs, quando o estudo mostra a relação desse nível de produção com sua população, elas não mais aparecem nas primeiras posições. Trata-se do PIB per capita, que o IBGE aponta de forma simples, dividindo o valor total do PIB pelo número da população de cada uma delas.
Na comparação nacional, Barueri continua sendo a cidade da região que melhor posição ocupa, ficando na 28ª colocação (em 2018 era o 18º colocado), com um PIB per capita de R$ 192,6 mil. Ou seja: em 2019, se o PIB total da cidade fosse dividido por seus 274 mil habitantes (dados daquele ano), cada um deles teria o montante de R$ 192,6 mil no ano. Osasco, com o 8º melhor PIB do país, aparece nesse ranking somente na 60ª posição (em 2018 estava na 61ª colocação).
A própria Capital paulista não tem boa paosição nesse aspecto da justiça social para com seus cidadãos: São Paulo é apenas a 231ª no ranking nacional, com PIB per capita de R$ 62,3 mil. A melhor do país nesse quesito é a cidade de Presidente Kennedy, no Espírito Santo, com média de R$ R$ 464,8 mil por pessoa e repete a performance de 2018, mantendo-se na liderança do ranking.
As demais cidades da região praticamente “desaparecem” no cenário nacional per capita: Santana de Parnaíba é a 185ª (repete a posição de 2018); Itapevi aparece em 421º (era 363ª no ano anterior); Jandira ocupa a 1.133ª posição (era 1.106ª); Pirapora em 1.787º (era 1.836ª) e, por último, Carapicuíba é apenas a 3.207ª do país (era a 3.247ª em 2019) – ver quadro.
Em todo o país, o IBGE computou dados de 5.570 municípios.
Apesar de algumas cidades alimentarem boas expectativas para os números seguintes, que serão apresentados pelo IBGE em 2022 sobre os dados de 2020, para muitos, no entanto, tais dados podem registrar justamente o contrário, já que foi o ano em que se disseminou mundialmente a pandemia de Covid-19, gerando caos em quase toda a economia do planeta. No Brasil, de forma geral, o histórico não foi diferente: o PIB nacional, apesar de crescimento no seu valor nominal, teve uma brusca queda de 4,1% naquele ano. O PIB Brasileiro, nos últimos anos, apresentou os seguintes valores: R$ 5,99 trilhões em 2015; R$ 6,26 trilhões (2016); R$ 6,28 trilhões (2017); R$ 7,04 trilhões (2018); R$ 7,1 trilhões (2019) e R$ 7,5 trilhões (2020).