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Homenagens aos 100 anos da Semana da Arte Moderna comandam principais ações pelos 468 anos de São Paulo

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Cidade mais populosa da América Latina também é uma das maiores do mundo - Foto: Diogo Moreira/Divulgação Governo de São Paulo

A cidade de São Paulo, Capital do Estado que tem o mesmo nome, celebra na próxima terça-feira, 25 de janeiro, o aniversário de seus 468 anos de fundação. Com uma população de aproximadamente 12,3 milhões de habitantes, é a maior cidade do país e da América do Sul; e uma das maiores do mundo.
Fundada em 1554 como uma missão jesuítica alguns anos depois do descobrimento do Brasil pelos portugueses, São Paulo foi gradativamente galgando espaços na geografia do país. No século XVII (17), as atividades econômicas da vila limitavam-se quase que exclusivamente à agricultura de subsistência. A produção e exportação de açúcar não tinham grande desenvolvimento. Não obstante, São Paulo permanecia como um núcleo de povoamento pobre e isolado das áreas mais dinâmicas da colônia. Assim, já nas primeiras décadas do século, os paulistas começaram a organizar as bandeiras – grandes expedições que partiam em direção aos sertões inexplorados da colônia, em busca de mão-de-obra indígena, pedras e metais preciosos. Em pouco tempo, os bandeirantes se tornaram os grandes responsáveis pela ampliação dos limites das fronteiras da colônia.
Estrategicamente localizada defronte os principais caminhos para o Interior, e banhada pelo rio Tietê (cujo curso natural servia de caminho ao Interior da capitania e à atual região Centro-Oeste), São Paulo converteu-se no principal centro do movimento bandeirante, especialmente a partir da década de 1660. Foi da vila que partiram as históricas expedições de Fernão Dias Pais, Antônio Raposo Tavares, Domingos Jorge Velho e de Bartolomeu Bueno da Silva, entre outras.
Depois disso, vieram o ciclo do açúcar e pelo menos dois ciclos do café, que impulsionaram a agricultura, tornando o Estado no mais rico do país. A riqueza proveniente dos cafezais e de uma indústria ainda incipiente sustentou a liderança paulista no movimento que motivou a proclamação da República do Brasil, em 1889.

PRINCIPAIS EVENTOS

No ano passado, a programação de festividades pela passagem da data foi completamente comprometida em razão da pandemia de Covid-19. Para este ano, as principais atividades chegaram a ser elaboradas pela Prefeitura de São Paulo, mas nas últimas semanas o agravamento da variante Ômicron do coronavírus tem se tornado também uma ameaça aos principais eventos.
Apesar disso, sob a responsabilidade da Secretaria Municipal de Cultura, as atividades pelos 468 anos da cidade estão mantidas entre os dias 22 e 25 de janeiro (de sábado a terça-feira).
A celebração marca também o início da programação do Centenário da Semana de Arte Moderna de 1922. O Projeto 22+100 trará uma série de atividades pontuais no período de 100 dias, contados a partir de 22 de janeiro, e terá encerramento no dia 1º de maio, Dia do Trabalhador. Entre os destaques, o ator Pascoal da Conceição interpreta Mário de Andrade na performance 22+100, inspirada em Oswald de Andrade, Mário de Andrade e Manuel Bandeira, dia 25, no Centro Cultural São Paulo (CCSP).
A programação do Aniversário de São Paulo apresenta os novos modernistas, artistas que, da mesma forma com que os modernistas fizeram há 100 anos, rompem com o status quo. Todas as cinco macrorregiões d a cidade recebem programações: Centro Cultural São Paulo (CCSP), Centro; Casa de Cultura da Vila Guilherme, Zona Norte; Casa de Cultura Hip Hop Leste, Zona Leste; Casa de Cultura M’Boi Mirim, Zona Sul; Casa de Cultura do Butantã, Zona Oeste.
“Nesses 468 anos, São Paulo foi, e tem sido, palco para acontecimentos históricos do Brasil e do mundo. Um desses movimentos foi a Semana de Arte Moderna de 1922. Com isso, nada mais justo do que escolher as festividades do aniversário da cidade para dar início a cem dias de comemoração ao centenário da Semana de 22”, explica Aline Torres, secretária municipal de Cultura.
“Em 1922, quem apresentou o Modernismo foi a classe intelectual dos artistas. Hoje, 100 anos depois dos modernistas reivindicarem uma arte verdadeiramente nossa, quem apresenta o modernismo é a periferia pujante. Não precisa ser da academia para desenvolver cultura. A cultura da periferia exala nos poros, e não só nos livros. Hoje, a política pública chega para unir os dois, dar formação dentro da vocação do que a periferia vem fazendo, a gente está dando base para que isso aconteça. Então, essa celebração de cem anos de Modernismo nada mais é do que ações estruturantes para dar palco e voz à periferia”, ressalta Aline Torres.

ATIVIDADES DESCENTRALIZADAS

Entre os destaques da programação, o ator Pascoal da Conceição interpreta Mário de Andrade na performance 22+100. A apresentação, exclusiva para o aniversário de São Paulo, será uma mescla do Manifesto Antropofágico, de Oswald de Andrade, com textos de Mário de Andrade e Manuel Bandeira. A performance acontece dia 25, às 18h30.
No CCSP, abrindo a programação no sábado, 22, a Cia. Parlapatões traz quatro palhaços para o espetáculo Os MeQueTreFe, com uma desconstrução da rotina cotidiana com muito humor. Em seguida, o grupo Trovadores Urbanos promove o Cortejo da Felicidade pelos espaços do CCSP. O espaço também recebe, nos dias 22, 23 e 25, a projeção mapeada “Memórias Insurgentes”, do Coletivo Coletores.
Como programação musical, o CCSP recebe, ainda, shows de Badsista, no dia 22, e Clube do Balanço convida Paula Lima, no dia 23. No dia 25, o aniversário se encerra com o show da banda Metá Metá, no CCSP. A banda teve o seu mais recente álbum, MM3, indicado ao Grammy Latino 2017 de Melhor Álbum de Rock ou Música Alternativa em Língua Portuguesa.
O Vale do Anhangabaú, por sua vez, é ocupado com a intervenção A Mulher Só, da Cia. Base, no dia 25. A companhia de dança apresenta um espetáculo inspirado em pinturas da Semana de Arte Moderna de 1922. A bailarina começa a intervenção na porta do Theatro Municipal, acompanhada por um violinista, tocando uma das músicas da Semana de 22, Bachianas Brasileiras nº 7, de Heitor Villa Lobos, em direção ao centro do Vale, para voar dançando em um balão.
Em todas as regiões da cidade, artistas de destaque da periferia se apresentam em equipamentos da SMC. Na Zona Leste, a Casa de Cultura Hip Hop Leste recebe shows do rapper niLL, consagrando o hip hop como uma vertente do novo modernismo. Na Zona Oeste, na Casa de Cultura do Butantã, acontecem shows das bandas Autorama e Statues on Fire.
Já na Zona Sul, a Casa de Cultura M’Boi Mirim recebe o Forró Pé-de-Serra do grupo Peixelétrico, no dia 22.
A programação completa promovida pela Secretaria Municipal de Cultura pode ser conferida pelo site https://www.capital.sp.gov.br/zeo-capital.sp.gov.br/prefeitura/noticia/aniversario-de-sao-paulo-abre-programacao-do-centenario-da-semana-de-arte-moderna-de-1922.

FERIADO?

O dia 25 de janeiro, aniversário da cidade, é considerado feriado municipal.
Em 2021, no entanto, no mês de março, a Prefeitura encabeçou um movimento por antecipação de diversos feriados, como forma de evitar a mobilização de pessoas e as aglomerações, a fim de combater a pandemia de Covid-19.
Assim, o feriado deste 25 de janeiro de 2022 já foi cumprido no ano passado, o que permite acreditar que o expediente teria de ser mantido na terça-feira, 25, em todos os setores da economia.
Logo a Prefeitura, no entanto, já adotou medida contrária a isso: o prefeito Ricardo Nunes publicou no Diário Oficial do último sábado, dia 15, o Decreto nº 61.006, listando os feriados e pontos facultativos da administração pública durante todo este ano de 2022.
Para o dia 25 de janeiro, o prefeito decretou “Suspensão de Expediente” que, se não é um feriado, permite que o funcionalismo público deixe de cumprir sua rotina de trabalho. Com a medida, ele acaba deixando que as empresas em geral e os bancos decidam por si só se irão ou não cumprir o feriado, considerando que ele já foi antecipado no ano passado.
Por isso, a cada funcionário de cada empresa, cumpre consultar seu setor de RH antes de ir decretando seu próprio feriado.

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