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Educação híbrida

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Prof. Dr. Valmor Bolan

É fato que os efeitos decorrentes da pandemia de 2020 no campo da Educação já estão trazendo grandes mudanças, exigindo dos pais, professores e profissionais da Educação respostas inovadoras. Uma delas é a crescente busca pela implementação de soluções tecnológicas, com dispositivos digitais que permitam o sistema de educação híbrida, com atividades presenciais e virtuais. O que se debate agora, entre especialistas, é sobre como pode funcionar a educação híbrida, se ela veio para ficar e como será a sua prática, no dia-a-dia. Um relatório do Instituto Unibanco indicou que as escolas que procuraram adotar as soluções tecnológicas adequadas, conseguiram maior participação dos alunos, evitando assim a evasão e outros danos. Aquelas que conseguiram entender a gravidade da situação e dar respostas mais rápidas às novas exigências, foram as que melhor resultado obtiveram.
A Conexia Educação ressalta que “mesmo em instituições nas quais o uso de tecnologias já se fazia presente, novos modelos e novas metodologias passaram a se tornar indispensáveis. Entre elas, a educação híbrida ganhou destaque e tem se colocado como a resposta necessária ao momento no qual vivemos, projetando-se como uma modalidade que permanecerá nas escolas mesmo no pós-pandemia”.
A educação híbrida tornou-se a tendência, fazendo as escolas se adaptarem a essa nova realidade, e aquelas que se empenharam em se equipar, minimizaram os problemas e propiciaram oportunidades novas. Para a Conexia Educação, é possível que todos os envolvidos no processo saiam ganhando, se houver a dosagem adequada e os ajustes necessários. A educação híbrida “é uma metodologia na qual estudantes vivenciam o processo de aprendizagem por meio das modalidades presencial e a distância de forma integrada. Assim, esse procedimento une elementos tradicionais com ferramentas e dispositivos tecnológicos, o que resulta em uma educação mais completa e relevante para estudantes do século XXI”. E acrescenta que “é importante compreender que, para que ocorra a metodologia, deve existir um planejamento no qual o real e o virtual sejam explorados de modo significativo. Isso quer dizer que não basta colocar um vídeo no ambiente on-line da escola se não houver um sentido aliado ao processo de aprendizado. Para dar certo, é essencial investir num modelo que mantenha o engajamento dos alunos, com interação constante no ambiente virtual e personalização da experiência dos estudantes”. O desafio, portanto, é esse: o saber fazer acontecer, mesclando o presencial com o virtual, nas suas devidas proporções.
Hoje, as tecnologias da comunicação podem auxiliar muito, mas é preciso saber conciliar o que é possível, da forma presencial e/ou virtual.
As inovações tecnológicas são hoje uma realidade, mas precisamos encontrar uma forma de que elas não sejam fatores de desumanização. Esse talvez seja o grande desafio dos educadores, em encontrar a equação disso, para que a tecnologia não suplante os valores humanos necessários para a socialização dos alunos e até mesmo a formação como pessoa humana. As tecnologias devem estar a serviço do ser humano e não o contrário, por isso que o modelo de educação híbrida pode ser bem sucedido, para que haja integração e melhor aproveitamento das oportunidades, buscando uma melhor educação para todos.

Valmor Bolan é doutor em Sociologia, professor, ex-reitor, dirigente do Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras e pós-graduado em Gestão Universitária pela Organização Universitária Interamericana, com sede em Montreal/Canadá

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