Osasco não aumenta tarifas de ônibus. Medida poderá se repetir nas demais cidades da região?
Com a chegada do final do ano, a população da região Oeste da Grande São Paulo também se prepara para a “ameaça” de ver mais um reajuste de preços atormentando sua entrada de Ano Novo. Além dos já aguardados (e não bem-vindos) reajustes das matrículas, mensalidades e materiais escolares, do calendário do IPVA, dos carnês do IPTU batendo à porta, e tantos outros; é chegado também o momento de aguardar a “decisão” dos prefeitos da região sobre o aumento ou não dos valores das tarifas de ônibus municipais.
ÀS ESCONDIDAS
É normalmente nesta época do ano, bem longe da visibilidade da população, quando parte dela viaja de férias ou a grande maioria se volta para os festejos da chegada do novo ano, que os prefeitos resolvem assinar seus decretos de reajustes, sem mesmo alertar ou avisar com antecedência a população que o elegeu e espera um mínimo de clareza em suas ações.
Foi assim que ocorreu, por exemplo, na passagem de 2022 para 2023: das sete cidades da região, em quatro delas os seus respectivos prefeitos (Osasco – Rogério Lins, Carapicuíba – Marcos Neves, Barueri – Rubens Furlan e Itapevi – Igor Soares), assinaram os decretos determinando o reajuste nas tarifas entre os dias 28 e 29 de dezembro de 2022 e publicaram tais medidas entre os dias 29 e 31 de dezembro, fazendo tudo parecer uma grande “surpresa” de final de ano aos usuários do transporte coletivo.
E mais: ainda o fizeram de forma conjunta, combinando entre si, mas – novamente – esquecendo-se de avisar com antecedência a população. Assim, Marcos Neves, Rogério Lins, Rubens Furlan e Igor Soares determinaram – naquele momento – o reajuste de 6% nas tarifas, elevando-as dos então R$ 5,00 para os atuais R$ 5,30.
Em relação às outras três cidades da região ocorreu o seguinte: em Jandira, o prefeito Dr. Sato não aumentou o valor em janeiro, mas o fez em 1º de junho de 2023, também reajustando o valor de R$ 5,00 para R$ 5,30. Em Santana de Parnaíba, o prefeito Marcos Tonho determinou que não haveria reajuste, chegou a emitir um Decreto nesse sentido, e manteve os preços das passagens dos ônibus municipais em R$ 4,50, que não é reajustada desde 2019. Por fim, em Pirapora do Bom Jesus não há linhas municipais de ônibus.
OSASCO: SEM REAJUSTE
Neste final de ano, pelo menos uma boa notícia já chegou aos ouvidos da população de Osasco. Antes mesmo daquele tempo em que tudo se faz aparentemente “às escondidas”, e antes de tirar um período de férias com a família, o prefeito Rogério Lins emitiu uma Nota Oficial (em 21/12) informando que “decidiu manter a tarifa do transporte público congelada em R$ 5,30 no próximo ano”.
Num texto curto e rápido distribuído à imprensa, o prefeito Lins não explicou os motivos de sua decisão, apesar de, coincidentemente, o ano de 2024 estar reservado às eleições municipais.
A Nota Oficial distribuída pelo prefeito de Osasco destacou que há ainda “mais novidades”. E informou: “quem usa o Cartão Bem vai pagar mais barato pela tarifa, que cai de R$ 5,30 para R$ 5,00. Já os estudantes pagarão a tarifa de R$ 2,50. Antes, eles pagavam R$ 2,65”, encerrou o texto.
O QUE ESPERAR?
Como se viu até o ano passado, os prefeitos das principais cidades da região costumam adotar decisões coletivas e a iniciativa do prefeito de Osasco deixa no ar a esperança de que as mesmas iniciativas possam ser tomadas pelos demais. Entretanto, também como já se percebeu, em caso de decisão contrária à de Rogério Lins, e na eventualidade de pensarem em reajustes para o próximo ano, os demais prefeitos podem estar tomando tais decisões no exato momento em que esta matéria é publicada, nesta sexta-feira, dia 29 de dezembro, último dia útil do ano.
Portanto, se isso realmente se repetir, a notícia somente chegará à população no início do próximo ano, quando certamente o jornal Página Zero retomará o tema.
Tem mais: até agora, nem em Osasco – onde a decisão já está tomada – e nem em outra cidade da região se viu alguma manifestação pública das empresas de ônibus, principais interessadas na eventual majoração dos preços das passagens.
