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Governo lança programa de atendimento digital em saúde e pretende ampliá-lo para todo o Estado de São Paulo

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Foto: Sidinei Lopes/ Governo do Estado de SP

Governador implementa ‘telessaude’ como forma de preparar o Estado para ‘envelhecimento da população’ paulista

Na segunda-feira desta semana, dia 19 de agosto, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) promoveu o lançamento do que ele identifica como “o maior programa de saúde digital da rede pública de São Paulo”. A iniciativa procura reunir soluções tecnológicas que ofertarão atendimentos voltados para a atenção primária, consultas com especialistas, suporte às equipes hospitalares, além de assistência à população privada de liberdade. As diversas ferramentas de telessaúde devem ainda aumentar a oferta de serviços, além de agilizar o diagnóstico e dar mais resolutividade à rede de saúde.
“O time da Saúde está promovendo uma revolução digital, mas com o tempo a sociedade vai perceber a melhoria na prestação desse serviço tão importante. A implementação da saúde digital e das ferramentas de saúde digital têm que ser paulatinas e constantes. É isso que vai fazer a saúde digital dar certo”, afirmou o governador, completando: “E a gente tem um desafio, entre outras coisas, que é preparar o Estado para o envelhecimento da população. As pessoas vão viver mais, vão precisar de mais serviços de saúde e a gente tem que pensar como preparar o Estado para a mudança demográfica que está em curso. Além de investimento e regionalização, precisamos usar tecnologia e tornar o serviço da saúde mais acessível”, ressaltou Tarcísio.

LANÇAMENTO

O lançamento ocorreu durante a inauguração do Centro Líder de Inovação em Saúde Digital do Estado, instalado no Instituto Perdizes do Hospital das Clínicas, na Capital paulista. O espaço, que reúne tecnologia de ponta e profissionais de saúde em diversas áreas, será responsável em coordenar todas as políticas públicas em saúde digital. A inauguração contou com a presença dos secretários estaduais Eleuses Paiva (Saúde), Vahan Agopyan (Ciência, Tecnologia e Inovação) e Marcello Streifinger (Administração Penitenciária), o presidente da Assembleia Legislativa, deputado André do Prado (PL), e outras autoridades do setor de saúde.
O local dispõe de 98 estações de teleatendimento e um painel de monitoramento que apoiará as tomadas de decisões. Além disso, segundo o governo, permitirá coordenar os serviços de saúde que farão parte do programa de saúde digital e monitorar os resultados dos serviços prestados à população. O Centro integra variadas tecnologias em saúde digital, possibilitando a conexão de ferramentas que otimizam os quatro modelos de telessaúde: atenção primária, especializada e hospitalar, além de assistência à população privada de liberdade. Todos já estão em funcionamento e serão expandidos gradativamente pela Secretaria de Estado da Saúde (SES) para toda a rede de saúde paulista.
“A saúde digital é a grande ferramenta para melhorar eficiência e qualidade e otimizar recursos. No nosso Centro vamos fazer a integração e aprimorar as inovações digitais, e, depois, compartilhar o conhecimento por todo o Estado e ver tudo isso aplicado à prática clínica”, afirmou o secretário de Saúde, Eleuses Paiva.
  O Centro Líder de Inovação em Saúde Digital é uma das iniciativas do Programa de Pesquisa, Desenvolvimento e Inovação em Saúde Digital (PD&I Saúde Digital), uma parceria da SES com o Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da USP, que funcionará como articulador na gestão e automação de processos. É um serviço destinado ao estudo e validação de soluções para qualificar, ampliar e facilitar o acesso do cidadão à assistência em saúde. O programa possui um investimento previsto no valor de R$ 166 milhões, de acordo com o governo paulista.


NA PRÁTICA

O serviço voltado para a rede básica de saúde é o TeleAPS (Tele Atenção Primária em Saúde), que permite atendimento multiprofissional remoto a pacientes de Unidades Básicas de Saúde (UBSs) e dos programas de Estratégia Saúde da Família (ESF) dos municípios paulistas, por meio de teleconsultas e atendimento domiciliar remoto a pacientes crônicos.
Além das ofertas de serviços nas UBS, serão utilizados tablets para que as teleconsultas sejam realizadas com pacientes que precisam de acompanhamento domiciliar. A ideia é expandir o modelo gradativamente para os 645 municípios paulistas.
A iniciativa já conta com a adesão de 30 municípios, mas nenhum deles ainda localizados na região Oeste da Grande São Paulo. Os que adreiram inicialmente são: Alfredo Marcondes, Atibaia, Borborema, Cajamar, Casa Branca, Colômbia, Conchal, Conchas, Cordeirópolis, Euclides da Cunha Paulista, Guará, Iacanga, Ibirá, Iepê, Iguape, Ipiguá, Itapeva, Jarinu, Monte Azul Paulista, Penápolis, Peruíbe, Piraju, Registro, Roseira, Santa Branca, Santa Cruz do Rio Pardo, Santa Rosa de Viterbo, Tabatinga, Ubarana e Vargem Grande Paulista.
De abril a agosto, segundo o governo, já foram realizados nesta iniciativa mais de 8 mil teleatendimentos, com uma taxa de 82% de resolutividade, ou seja, consultas que foram feitas sem a necessidade de encaminhamento para médicos especialistas, solucionando as queixas dos pacientes, agilizando o diagnóstico e, consequentemente, reduzindo o tempo de espera. Também foi observada taxa de absenteísmo (falta à consulta marcada) menor que a média registrada historicamente, quando comparada aos dados anteriores ao início do projeto.
O paciente procura uma UBS, com ou sem agendamento e, após triagem, é encaminhado para uma sala de teleatendimento para consulta com um profissional especializado em Medicina de Família e Comunidade ligado ao HCFMUSP. Se necessário, após a consulta, o profissional da UBS orienta o paciente sobre os próximos atendimentos, medicamentos e entrega de documentos. Estão previstas mais de 437 mil teleconsultas nos próximos dois anos na rede de atenção primária, com a participação de 30 novas UBSs.
Além do atendimento à rede básica de saúde, através das UBSs, o programa prevê ainda o teleatendimento em unidades prisionais; a assistência em atenção especializada através do “AME + Digital” e a “TeleUTI”, para os casos de alta complexidade. Só neste último caso, o governo pretende economizar até R$ 76 milhões na construção de novos leitos hospitalares.
Por meio do PD&I Saúde Digital, todo o processo prevê também a realização de diversas modalidades de capacitação dos profissionais de saúde.

O governador Tarcísio (à esq.) promoveu o lançamento durante a inauguração do Centro Líder de Inovação em Saúde Digital do Estado – Foto: Sidinei Lopes/ Governo do Estado de SP

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