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Número de candidatos a prefeitos e a vereadores tem redução histórica na região

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Desistência em S. Parnaíba reduz número de candidatos a prefeitos na região.
Postulantes à cadeira de vereador têm menor volume comparado às últimas eleições

O jornal Página Zero divulgou em sua edição da semana passada (Ed. nº 1661, de 16/8/24), que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) encerrou no dia 15 de agosto o prazo para que partidos, coligações e federações cumprissem a formalidade de registrar os candidatos a prefeitos e a vereadores que irão disputar as eleições de 6 de outubro próximo em todo o país.
Num rápido balanço feito logo após o encerramento do prazo, o jornal registrou que os sete municípios da região Oeste da Grande São Paulo indicaram, ao todo, 28 candidatos a prefeito, número bem abaixo dos últimos pleitos. Naquele momento, no entanto, a própria reportagem deixava claro que um desses candidatos, Magno Mori, do PSB de Santana de Parnaíba, havia apresentado sua indicação de nome no TSE pela ata da convenção do partido, mas que o Tribunal ainda não o identificava como registrado oficialmente.
Na véspera daquela edição do jornal, na quinta-feira, dia 15/8, o PSB parnaibano protocolava nova ata junto ao TSE relatando que desistira da candidatura própria de Magno Mori, coligando-se a partir daquele momento com a candidatura de Silvinho Filho, pretendente ao cargo de prefeito pelo PSD.
Assim, o número oficial de candidatos a prefeito na região passa a ser de 27, assim distribuídos: Osasco (4 candidatos), Carapicuíba (5), Barueri (4), Jandira (4), Itapevi (2), Santana de Parnaíba (4) e Pirapora do Bom Jesus (4). A lista com os nomes de cada um deles foi publicada na edição passada e pode ser acessada pelo link https://shorturl.at/PAtVe.

NÚMERO CAINDO

Esse número de 27 candidatos surpreende grande parte dos analistas políticos pelo fato de ser um dos mais baixos das últimas eleições, contrariando inclusive a curva crescente de candidatos que se apresentava desde o pleito de 2004.
O número de candidatos a prefeito nessas sete cidades assim se apresentou: em 1996 foram 37 candidatos; depois, em 2000, caiu para 27; e, com a chegada do novo século, o número só cresceu: foram 29 candidatos em 2004; 32 em 2008; 36 em 2012; 39 em 2016 e 48 em 2020 (ver quadro). Como se percebe, o número atual de 27 candidaturas registradas se igualou apenas à disputa de 2000, mas é o menor na comparação com todos os pleitos, desde 1996.
Em termos de candidaturas individuais, a cidade de Carapicuíba passa a ser, sozinha , neste ano, a que mais postulantes ao cargo de prefeito apresentou, com 5 deles. Historicamente, também pertence a Carapicuíba o recorde de número de candidatos a prefeito apresentados numa única eleição: isso ocorreu no último pleito municipal, em 2020, quando 11 nomes se apresentaram como candidatos a prefeito da cidade.
Em todo o Brasil e no Estado de São Paulo os números de candidatos a prefeito também apresentam quedas em relação às últimas eleições. Foram registrados no TSE, para a eleição deste ano, 15.434 candidatos a prefeitos em todo o país, sendo 2.062 deles somente no Estado de São Paulo (ver quadro).

REDUÇÃO TAMBÉM DE VEREADORES

O número de candidatos a vereadores em todos os municípios do país também apresenta grandes reduções em relação às últimas eleições e o cenário se repete nos municípios da região Oeste. A redução, neste caso, não é tão drástica como o número de candidatos a prefeito e tampouco vem de tão longe na comparação com outros pleitos, mas é nítida no confronto com números das eleições de 2012, 2016 e 2020.
Neste ano, as sete cidades da região registraram no TSE 1.974 candidaturas ao cargo de vereador, para ocuparem uma das 115 vagas disponíveis. Esse número é menor que os registros da eleição de 2020, que teve 2.983 candidaturas; do que 2016, com 2.713 candidaturas; e de 2012, com 2.510 candidaturas. Está um pouco acima das eleições mais antigas: 1996 (1.776 candidatos); 2000 (1.741); 2004 (1.757) e 2008 (1.620).
Detentor do maior colégio eleitoral da região, o município de Osasco conta com quase 600 mil eleitores (592,5 mil) e, por isso, acaba também contabilizando o maior número de postulantes a uma cadeira de vereador. São 397 deles inscritos na cidade que, no entanto, não fica sozinha nesse balanço: Barueri, com quase 300 mil eleitores (297,6 mil) – ou seja, metade do universo osasquense – também registrou quase o mesmo número: são 395 candidatos à vereança neste ano.
Historicamente, no entanto, volta a Osasco a marca de maior número de candidatos a vereador numa só eleição: isso ocorreu em 2020, quando 794 pessoas se registraram no TSE como postulantes a uma cadeira no Legislativo. Ou seja: para a eleição deste ano há uma redução exata de metade (50%) dos pretendentes.
Em São Paulo e no Brasil esse número também decresceu em relação aos pleitos mais recentes: são 73.234 candidatos a vereadores no Estado de São Paulo e 427.043 em todo o Brasil (ver quadro).
Todos esses números de candidatos, sejam eles a prefeitos, vice-prefeitos ou vereadores, passarão ainda por avaliação do TSE sobre a legalidade de suas inscrições, podendo ser considerados impugnados, inaptos ou inabilitados. De qualquer forma, são considerados como registrados no Tribunal e, por isso, formam o cenário avaliado por esta matéria.

COMO SE EXPLICA

Os mesmos analistas que se surpreendem com os números decrescentes também tentam encontrar explicações para esse novo cenário.
No caso dos vereadores, há alguns fatores que podem justificar tamanha redução de candidaturas, como o fato de que, a partir deste ano, os partidos e federações podem registrar um volume de candidatos igual ao número de cadeiras disponíveis na respectiva Câmara Municipal (100% das vagas). Até as eleições anteriores esse número poderia a chegar a 150% das vagas disponíveis.
A própria configuração das federações, onde dois ou três partidos se juntam em torno de uma chapa também explica a redução do número de legendas disputantes, o que resulta na diminuição do número de candidatos.
Para os candidatos a prefeito, no entanto, essas mesmas explicações não cabem e a tentativa de justificar os custos com a eleição também não convence, já que as campanhas praticamente saíram das ruas, dirigindo-se quase que totalmente às mídias digitais. Isso tudo reduziu os custos com equipes, comícios e etc; além de centralizar todo o processo a praticamente dois meses de campanha propriamente dita para conquista do voto. Ou seja: essa explicação ainda terá de encontrar melhores justificativas.

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