Já se sabia por antecipação, em razão da pandemia da Covid-19, que as eleições de 15 de novembro último poderiam apresentar alto índice de ausência (abstenção) nas urnas. O principal motivo – lógico – era a própria orientação de se evitar aglomerações e que os grupos de risco ou mesmo os que contraíram a doença não fosse às seções eleitorais.
O resultado disso foi que o registro de abstenções acabou batendo todos os recordes no país: dos 147,9 milhões de eleitores, 34,1 milhões não votaram. O exemplo se repetiu nas sete cidades da região Oeste: de 1,4 milhões de eleitores inscritos, 387 mil não foram às urnas, o que representa um índice de 26,54%, ou seja, mais de ¼ do eleitorado regional.
Se esses votos não foram dirigidos a nenhum candidato, mesmo aqueles considerados válidos, mas que acabaram se revelando brancos e nulos também deixaram de somar créditos aos pretendentes dos cargos colocados em disputa. No Brasil, 10,9 milhões de votos foram registrados como brancos ou nulos. Na região, foram 155,5 mil deles. Ou seja: somando-se as ausências, mais os brancos e os nulos, os candidatos das cidades da região deixaram de contabilizar mais de meio milhão de votos, 542.564 deles (ver quadro).
A cidade com maior índice de abstenção foi Carapicuíba, onde 28,49% (82,9 mil pessoas) sequer foram às urnas. Ao contrário disso, Pirapora do Bom Jesus foi a que apresentou menor percentual, apenas 16,09% de ausências.
Osasco, que tem o maior colégio eleitoral da região, ficou poucos pontos percentuais de abstenções atrás de Carapicuíba (28,23%); mas, somando-se os níveis de votos brancos e nulos, a cidade totalizou – sozinha – 232 mil votos que deixaram de ser atribuídos a qualquer um dos candidatos, ou seja, 40,94% do eleitorado da cidade.