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A propaganda eleitoral ficou medíocre

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Cristovão Pinheiro

O que vinha sendo temido pelo povo aconteceu. A propaganda eleitoral conseguiu, por incrível que pareça, ser mais medíocre do que nas eleições anteriores e pelo visto, a tendência é piorar cada vez mais. Os políticos estão cada vez mais rasos e seguem sendo regidos pelo desejo desenfreado pelo poder, como consequência, o eleitor mostra cada vez menos desejo em ir votar e por fim, presenciamos o enfraquecimento da democracia.
Produzindo conteúdos capazes de gerar impacto e se dedicando ao sentido real da propaganda eleitoral, algumas agências de propaganda bem que tentaram seguir o rumo sério da coisa. Mas, na realidade, a propaganda se apresentou, em sua esmagadora maioria, sem gosto, sem verdade e sem sentido. De fato, ela só satisfez os correligionários dos candidatos, ávidos para satisfazer o desejo do volume e da disseminação exagerada de conteúdos sem pé nem cabeça e que pouco agregaram às campanhas.
O modelo atual de propaganda através de guias eleitorais em rádio e TV é ridículo e tem como único objetivo a justificativa para o financiamento público das campanhas eleitorais.
De sobra o eleitor teve que suportar discursos copiados, clichês batidos e repetitivos com o objetivo de encher candidatos vazios e proliferar ideais irreais.
Um dos fatores que provocou a grande crise na propaganda política brasileira foi a falta de entendimento de que: não se vende um candidato como um produto sazonal e também a falta de entendimento de que a estratégia política deve ditar a propaganda e não a propaganda ditar a estratégia política.

Cristovão Pinheiro é estrategista político, coordenador de campanhas eleitorais e consultor em marketing político

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