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Ponte de nova entrada da Castello a Osasco é inaugurada. Prefeitura espera adaptações às mudanças no sistema viário

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Foto: Caio Henrique/Drone/PMO

Com inauguração da nova ponte da Castello Branco, população já identifica prós e contras nas mudanças no viário central de Osasco

Assim como estava programado, uma cerimônia realizada na manhã do domingo, dia 19 de maio, serviu para que autoridades municipais e estaduais promovessem a inauguração da ponte na altura do km 15+800 da rodovia Castello Branco (SP-280) que faz nova ligação com o Centro da cidade de Osasco. O complexo foi construído pela concessionária da rodovia, CCR ViaOeste e supervisionado pela Agência de Transportes do Estado de São Paulo (Artesp). Iniciada em abril de 2022, tinha previsão de investimentos em torno de R$ 232,7 milhões e, segundo a própria concessionária, consumiu recursos de R$ 281, 4 milhões.
A obra foi entregue pelo governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), que foi recepcionado na cidade pelo prefeito Rogério Lins (Podemos). Ao lado deles, o CEO da CCR ViaOeste, Miguel Setas; o presidente da Artesp, Milton Persoli; além de diversos deputados federais e estaduais, prefeitos de cidades da região e autoridades municipais.
Em seu discurso, o governador Tarcísio de Freitas ressaltou os benefícios esperados com a obra para a Região Metropolitana: “Hoje é um dia especial, um dia para celebrar o marco que tem essa importante entrada para Osasco, que vai impactar positivamente a vida de milhares de habitantes, com a redução do congestionamento, diminuição do tempo de deslocamento e consequente aumento do tempo dedicado à convivência familiar. Com as intervenções municipais realizadas no trânsito local, tenho certeza de que essa obra contribuirá com o potencial de Osasco”, disse.
O prefeito Rogério Lins reforçou: “é um dia histórico, de mais de 20, 30 anos do nosso município e vai ficar marcado para as próximas gerações. Tenha certeza, governador Tarcísio de Freitas, que o senhor não está entregando só mais uma obra, está realizando o sonho do nosso povo”.
Encerrados os discursos, o governador acionou o início operacional do novo acesso por meio de um comando via rádio comunicador, dando a ordem: “Atenção equipe de controle de tráfego: liberar via!”. Num gesto simbólico, sete caminhões carregados com toneladas de donativos partiram rumo ao Rio Grande do Sul, atravessando a ponte, dando início à utilização da nova entrada de Osasco.

OS PRÓS E OS CONTRAS

A nova entrada a Osasco pela rodovia Castello Branco também impôs à Prefeitura local a necessidade de obras em vias como as avenidas Fuad Auada e Maria Campos, além da readequação do trânsito em outras ruas já na região central da cidade, sob coordenação das secretarias de Transportes e Mobilidade Urbana e Serviços e Obras. As principais adequações aconteceram na avenida Maria Campos, com a eliminação de semáforos para dar maior fluidez ao tráfego que chega à cidade, além da mudança de mão de direção em ruas adjacentes.
Transcorrida quase uma semana após a implantação de tais mudanças, a equipe do jornal Página Zero frequentou diariamente a região a fim de apurar os principais pontos positivos e os negativos das novas medidas, reconhecendo – naturalmente – que motoristas e pedestres devam ainda ter um tempo maior para adequação a elas. As observações obtidas pela reportagem foram as seguintes:

CHEGADA PELA CASTELLO BRANCO – Os motoristas que chegam à nova ponte implantada no km 15+800 da rodovia Castello Branco chegam normalmente por dois caminhos: aqueles oriundos da Marginal do Tietê não encontram problemas: basta manter a mão direita na rodovia, ingressar em sua pista marginal e acessar facilmente a nova ponte com placas informando saída no km 16 da rodovia. Já os motoristas que chegam pela Marginal do rio Pinheiros chegam à rodovia pelo lado esquerdo e, se desejarem acessar a nova ponte, terão de atravessar toda a via, correndo o risco de provocar acidentes, dependendo do volume de tráfego. Caso não consiga acessar o lado oposto da rodovia, o motorista ainda tem a mesma opção antiga de entrada na cidade pelo acesso à esquerda, na altura do km 15, com destino à zona Norte de Osasco e aos bairros do Km 18 e Quitaúna.
Nesta semana, depois da inauguração, o próprio prefeito Rogério Lins divulgou um vídeo em que suas equipes promoveram o acesso à cidade pelas duas saídas, no mesmo horário de pico, por volta das 18 horas. Com trânsito “pesado”, o acesso ao Centro pela entrada antiga (à esquerda da rodovia) demorou 30 minutos; enquanto o acesso pela nova ponte (à direita) demorou 10 minutos.

ENTRADA PELA FUAD AUADA – Com o desemboque dos veículos da nova ponte da rodovia à avenida Fuad Auada (no lado de Presidente Altino e Bonfim), que ganhou nova faixa de rolamento, imaginava-se que o fluxo poderia estrangular no acesso ao viaduto Dona Ignês Collino, que passa sobre os trilhos da rede ferroviária. Ali, em horários de pico, de manhã e no final da tarde, o afunilamento acontece, sim, e trava o trânsito na entrada do viaduto.
Para resolver o problema, a única solução seria construir uma nova pista no viaduto ou um novo viaduto sobre a linha férrea, o que não parece estar nos planos da Prefeitura. Portanto, o motorista terá de ter paciência nesse local.

CHEGADA À MARIA CAMPOS – Assim que os veículos saem do viaduto Dona Ignês Collino e desembocam na avenida Maria Campos encontram a primeira grande modificação, sendo proibidos de entrar logo na primeira rua à direita, a Jaime Regalo Pereira. Esse acesso está permitido agora apenas aos ônibus de linha. Sem saber da modificação, os motoristas demoram a descobrir a mudança, reduzem a velocidade e provocam congestionamento na saída do viaduto.
A Prefeitura colocou placas e sinalizadores no local, mas a opção de um agente de trânsito procurando dar maior agilidade ao fluxo talvez fosse a melhor medida.

ENTRADA PELA CIPRIANO TAVARES – Com a proibição na Jaime Regalo Pereira, os motoristas agora têm a opção de entrar à direita – em direção à rua Primitiva Vianco e região central – um pouco mais à frente pela rua Cipriano Tavares. Em uma ou duas ocasiões, o semáforo lá adiante, no cruzamento com a Primitiva Vianco, chegou a travar o trânsito em toda a extensão da Cipriano. Porém, depois de algumas horas, esse problema deixou de existir. Isso porque os motoristas que ainda estão na avenida Maria Campos estão demorando a entrar na própria Cipriano Tavares. A razão: ali existe uma faixa de segurança para travessia de pedestres e, sem semáforos, há hesitação sobre quem deva ter prioridade sobre a travessia. Com isso, forma-se uma fila de veículos na própria Maria Campos, tentando o acesso à direita, gerando novos congestionamentos.
Durante a semana, um agente de trânsito ficou no local orientando motoristas e, principalmente, ajudando os pedestres a atravessar pela faixa. Essa solução não poderá ser definitiva e, sem a instalação de um semáforo no local, a Prefeitura deverá ter sérios problemas para corrigir tal situação.

TRAVESSIA DE PEDESTRES – Se a travessia de pedestres na rua Cipriano Tavares será um problema a ser resolver, a Prefeitura acredita ter solucionado a questão daqueles que atravessam os dois lados da Maria Campos (que no lado oposto recebe o nome de Av. Domingos Odália Filho). As faixas que existiam na via foram eliminadas e transferidas para apenas um cruzamento, justamente onde está localizado o único semáforo agora instalado na via, na saída da rua Cônego Afonso.
Ali, a Prefeitura construiu uma nova ponte sobre o córrego Bussocaba, para dar vazão aos veículos oriundos do Jardim Agu e montou um esquema com quatro faixas de segurança para os pedestres. Portanto, o volume de pedestres aumentou porque foi concentrado nesse único ponto e, para atravessar, devem esperar 2 minutos pelo semáforo verde na Maria Campos, mais 45 segundos para cruzar a nova ponte e, de novo, mais 2 minutos para atravessar a Domingos Odália em direção ao SuperShopping, ao Hipermercado Carrefour ou no sentido contrário. Ou seja: uma via que poderia ser atravessada em aproximadamente 30 a 40 segundos (para uma pessoa sem problemas de mobilidade), demora agora quase 5 minutos para ser percorrida.
Durante a semana, diversos pedestres reclamaram não só sobre esse tempo, mas também pelo fato de ser o único ponto de travessia da via que tem aproximadamente 750 metros de extensão. A solução mais viável no local será, certamente, a construção de uma passarela por sobre a via e o córrego.

ACESSOS AO SHOPPING – Tanto os motoristas que acessavam a entrada do SuperShopping pelo retorno da avenida Maria Campos, como aqueles que saíam do local para acesso à mesma avenida, já não têm mais essas opções. Agora, o motorista que está na Maria Campos e deseja ir à região do shopping deve entrar à direita, fazer o retorno pelo Jardim Agu e acessar as entradas do fundo do centro comercial, ou vão até os baixos do viaduto metálico (mais à frente), fazendo o retorno e pegando a avenida Domingos Odália Filho, no sentido oposto.

As alterações estão em pleno funcionamento, com motoristas, pedestres e, principalmente as autoridades municipais atentas e propensas às devidas adequações, o que pode levar ainda algum tempo.
O próprio prefeito Rogério Lins, depois da inauguração, publicou um vídeo em suas redes sociais afirmando: “Peço a compreensão de todos vocês, pelos próximos 10 dias. Foram muitas alterações e algumas delas, inclusive, podem ser mudadas”, disse.

O prefeito Lins e o governador Tarcísio comandaram a cerimônia formal e descerraram a placa inaugural da obra – Foto: Eduardo Soares/PMO

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