‘GOSTANDO DA IDEIA’
O prefeito de Barueri, Rubens Furlan (PSDB), confirmou à reportagem deste Página Zero o que já havia dito em recente discurso no início da semana, de que está “gostando da ideia” de vir a ser candidato ao governo do Estado na eleição de 2022.
ANTES DISSO…
Para efeito de registro e consideração sobre toda a análise que virá a seguir, deve-se levar em conta que, antes das disputas ao governo do Estado e da Presidência da República em 2022, existem, antes, as eleições municipais do ano que vem (2020). Furlan, aqui na região, é um dos que deverão tentar a reeleição antes de pensar em quaisquer projetos além desse.
PARA CRESCER
Há muitos anos esta coluna tem tratado esse burburinho em torno de uma eventual candidatura de Furlan ao governo do Estado como algo que ficou distante, lá pelos idos dos anos 1990. Isso porque, depois de seu segundo mandato à frente da Prefeitura e também como deputado federal, Furlan passou a ser “idolatrado” por seu eleitorado e a ideia sempre foi lançada como algo natural no seu crescimento político.
SEM ESFORÇO
Apesar disso, Furlan parece sempre ter se “divertido” com a ideia, mas não há registros de que ele próprio tenha efetivado esforços para uma candidatura desse nível; tampouco outros líderes estaduais teriam feito qualquer esforço nesse sentido.
SORRISOS
Mais uma vez, e desde o ano passado, a ideia voltou a circular entre seus admiradores. Via de regra, num comício ou num discurso, aparece alguém lá no fundo gritando “Furlan governador!”. O que o prefeito faz? Sorri.
Recentemente, na presença do governador João Doria (PSDB), o grito foi o mesmo: “Furlan para governador!”. O que Doria fez? Também sorriu.
BRINCANDO, DE NOVO?
Por tudo isso, a reportagem foi direta no questionamento: “prefeito, o senhor não está novamente brincando com o tema?”.
Depois de um novo sorriso, ele reforçou o que disse no início da semana e que realmente está “gostando da ideia”, mas que, neste momento, está mais preocupado com a administração da cidade e, naturalmente, com a eleição do próximo ano.
REELEIÇÃO
O que Furlan quis dizer com isso? Está levando mais a sério a coisa toda?
Pode ser! Mas, ainda assim, ele deverá considerar uma enormidade de situações para se aventurar em tal empreendimento, o primeiro deles – é lógico – se eleger prefeito em 2020.
NA FRENTE
O que poderá acontecer depois disso, lá em 2022? Ah…muita coisa.
Por exemplo, se ele continuar no PSDB e fiel ao governador João Doria, terá de convencê-lo a apoiá-lo, já que o atual governador deverá ser candidato à Presidência da República.
Quem poderia atrapalhar esse caminho numa visão atual? O atual prefeito da Capital, Bruno Covas (PSDB), que parece ter sempre a preferência do governador. Mas, para muitos, os problemas de saúde de Bruno podem até lhe comprometer a reeleição para prefeito da Capital, o que dirá uma candidatura maior daqui a três anos.
ESTARIA
DISPOSTO?
Furlan disse que, além de estar “gostando da ideia”, tem recebido também o apoio de líderes da região. Pode ser…o moço continua exercendo sua liderança por aqui.
Mas e o resto do Estado? Furlan teria de “abandonar” um pouco a Prefeitura para conquistar espaços por aí. Estaria ele disposto a tamanho “esforço”?
SEM PASSAR VERGONHA
Furlan, finalmente, tem uma análise própria e lógica de um eventual e possível mandato de governador. Ele diz que, para chegar a tal posto, teria de cumprir um trabalho que pudesse orgulhar os prefeitos e a população da região e de todo o Estado, administrando-o assim como faz em Barueri. “Se for para passar vergonha, para fazer mal feito, é melhor nem assumir”, disse o prefeito.
Não assumir o cargo ou não assumir a candidatura, prefeito?
INTERFERÊNCIA
Se Furlan espera uma união de prefeitos e líderes para incentivar essa candidatura, ele também foi questionado diretamente se a possível interferência dele nas cidades vizinhas, apoiando candidatos já na eleição de 2020, não poderia “queimar” sua imagem junto aos líderes vizinhos.
ADMITE APOIO
Apesar de dizer que não pretende “interferir” no pleito de nenhuma cidade, lembrou que, no entanto, irá apoiar o emedebista Henri Hajime Sato, o Dr. Sato, na luta pela cadeira de prefeito em Jandira, hoje administrada por Paulo Barufi (PTB).
Furlan justifica que a preferência a Sato se dá pelo fato de o jandirense ter apoiado as candidaturas da filha, a deputada Bruna Furlan (PSDB), à Câmara Federal.
PRIMEIRO EU
Mas e em Osasco, Furlan, onde muitos cogitam sua presença na candidatura do vereador Dr. Lindoso, também do PSDB? E em Itapevi; e em Carapicuíba; e em Santana de Parnaíba ou Pirapora? Furlan não vai apoiar ninguém?
Disse ele que não: por enquanto, o apoio é para o Dr. Sato. Ele, Furlan, também tem de trabalhar pela própria reeleição, antes de pensar na eleição dos outros…
PARA HOMENS
E MULHERES
E por falar no Dr. Lindoso, o vereador apresentou na Câmara de Osasco um projeto pelo qual pretende obrigar o próprio Legislativo a, quando contratar pessoas preenchendo cargos em comissão, que o faça de forma igualitária, respeitando-se o percentual de 50% para homens e 50% para mulheres.
CORRIGINDO
DISTORÇÕES
A ideia de Lindoso referenda todos os valores difundidos na atualidade na sociedade brasileira sobre a igualdade de gêneros e a justiça social, permitindo espaços e corrigindo distorções históricas que sempre apenaram a mulher como o “sexo frágil” por aqui e em boa parte do mundo.
NÃO É COTA
Se você não percebeu, o projeto de Lindoso não prevê tais condições em processos de contratação por concurso, por exemplo. Se assim o fizesse, estaria praticamente criando novas cotas, além daquelas para negros, para índios, para portadores de deficiência, para esse ou para aqueles, para isso ou para aquilo.
Essas cotas, no final das contas, podem acabar prejudicando quem vai bem num concurso. Ou seja: a pessoa pode tirar boa nota, passar num concurso, mas perder sua vaga para alguém que foi mal, mas tem direito a uma cota.
SEM CRITÉRIOS
Não foi isso que Lindoso sugeriu, não! Ele pede que a igualdade se dê para o preenchimento de vagas nos cargos em comissão. Sabe que cargos são esses? Aqueles que o agente público pode contratar sem concurso; aqueles que se contratam não por mérito, mas sim, por quaisquer outros critérios que ninguém entende quais são.
NÃO SERIA MELHOR?
Lindoso, como ex-presidente da Câmara, sentiu “no couro” as pressões e exigências do Ministério Público (MP) para acabar com essa “mamata” das contratações infundadas e sem critérios.
Por isso, em vez de ficar criando novos regulamentos para tais contratações, por mais “singelos” e “meigos” que sejam, não seria melhor adotar ações para que elas (as contratações sem concursos) deixassem de acontecer?
PRAZO PRORROGADO
Quer ver como, de vez em quando, a atuação das administrações públicas beira o ridículo, quase sempre por ações adotadas pelos seus próprios agentes?
Se você já não viu ou ouviu o bastante, então lá vai outra: parece uma notícia simples, usual, cotidiana, mas a Prefeitura de Carapicuíba acaba de determinar a prorrogação do prazo para os interessados em fazer acordos para pagamento de débitos atrasados através do Programa de Recuperação Fiscal (Refis) – ver matéria nesta edição.
O QUE DESEJAVA
Usual e comum? Sim!
Mas, em pouco mais de três meses, é a quarta vez que o prefeito Marcos Neves (PV) assina decretos determinando a prorrogação do prazo. Prorroga, prorroga e prorroga.
E sabe por que isso? Ora…porque dentro dos primeiros prazos a Prefeitura simplesmente não conseguiu fazer os acordos que planejava e, pior, não levantou os recursos que tanto desejava.
NA PINDAÍBA
Em vez de determinar já um prazo final e longo, a administração cria prazos curtos, como se estivesse “assustando” o devedor para que ele corra até o setor competente a pague logo seus débitos. E isso adianta? O camarada ou a empresa já estão numa pindaíba daquelas, imposta pelos próprios governos que só sabem cobrar, taxar…e daí ele vai sair correndo para pagar um débito só por que o prefeito deu um prazo curto em seu primeiro decreto?
GOTA VIRA OCEANO
Esses adiamentos constantes somente tiram a seriedade da própria medida – e a ridicularizam -, já que todos sabem que os prazos serão revogados.
Por que, então, ficar criando decretos, gastando papel e caneta com a própria criação do Refis ou com seus prazos, prazos e mais prazos?
O mundo inteiro sabe que, se um devedor aparecer a qualquer tempo na tesouraria da Prefeitura, querendo pagar, todos irão recebê-lo prontamente, já que os cofres estão secos e, qualquer gotinha de recurso vira um oceano.
SENHA SEM FILA
Para tornar a medida ainda mais ridícula, o decreto insiste em afirmar que os devedores, ao se dirigirem ao setor competente para liquidar seus débitos, devem retirar senhas, para poderem ser atendidos.
Senha? Não seria melhor a Prefeitura criar uma comissão e ir à casa ou à empresa de quem deve à municipalidade, pedindo “por favor” para fazer um acordozinho?
Senha onde nem há fila? Só faltava…