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Alessandro Costa: ‘Aceito ao meu lado todos aqueles que pensam no bem de Pirapora’

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Alessandro Costa acredita na chegada de empresas como forma de ‘dar dignidade às pessoas’ em Pirapora

O empresário Alessandro Costa enveredou pelos lados da política na eleição municipal de 2008, quando candidatou-se pela primeira vez a vereador pelo Partido Humanista da Solidariedade (PHS). Desde então, tem aprofundado seu contato direto com a comunidade, desenvolvendo ações sociais, de lazer e culturais – como um dos idealizadores de um bloco carnavalesco que se apresenta neste final de semana – e, por essa razão, avalia estar pronto para dar passos mais largos na política local.
Aos 43 anos de idade, ele também se considera a principal novidade e a alternativa aos nomes que vêm se revezando no comando do poder político, como virtual candidato a prefeito na eleição deste ano.
Em visita de cortesia à Redação do jornal Página Zero na semana passada, ele concedeu rápida entrevista sobre o atual cenário de Pirapora do Bom Jesus.

PÁGINA ZERO: Nas eleições de 2016 e 2018 você se apresentou como o “nome novo” para a política da cidade. Para este ano, você ainda se posiciona assim?

ALESSANDRO COSTA: Com certeza! Pirapora vive há muito tempo de politicagem, aquela velha guarda que sai um e entra outro…a gente tem de mudar esse pensamento.
Temos acompanhado, por exemplo, essa situação de catástrofe na cidade por conta das chuvas e alagamentos que causaram tantos danos. Vejo pessoas que receberam moradias e terrenos em áreas verdes, de preservação; boa parte dessas doações, inclusive, foram documentadas. Hoje, essas pessoas estão sem suas casas. Há muitos anos não se fala de um projeto habitacional para a cidade.
Temos de melhorar a forma de administrar tudo isso, pensando inclusive na chegada de empresas. A região inteira se desenvolve à nossa volta e só Pirapora que não! Vamos atrair empresas para o município e mudar essa realidade.

PZ: Depois desses pequenos passos na política, de lá para cá o que você tem feito na cidade?

ALESSANDRO COSTA: Durante esse período político, deixei um pouco de lado os negócios da minha empresa. Por isso, retomei o comando, estruturei, fiz auditoria, implantei sistemas, para que pudesse ter mais liberdade para andar e acompanhar as necessidades da população. Montei um núcleo de pessoas que começa a desenvolver ações, inclusive ligadas ao carnaval com a idealização do Bloco Imperatriz Piraporana, que chega trazendo as famílias das homenageadas donas Maria Esther e Verona. Além disso, vimos atuando em outras frentes: em 2018, por exemplo, prometi para uma criança que iria recuperar uma quadra na Barragem. Reuni um grupo de empresários, de amigos e até políticos ligados ao meu partido, o PSB, para finalizar esse processo que deve ser entregue já nos próximos dias.

PZ: Isso tudo com seu esforço particular, sem contar com recursos públicos?

ALESSANDRO COSTA: Sim! Isso é um esforço particular, empresarial e de amigos. Quando se tem amigos que acreditam no seu trabalho, você é reconhecido e tem credibilidade. Por isso temos conseguido muitas coisas.

PZ: Por essa razão você é pré-candidato a prefeito de Pirapora?

ALESSANDRO COSTA: Sou pré-candidato pelo PSB, partido ao qual me filiei a pedido do ex-governador e meu amigo Márcio França. Aceitei o convite com muita honra e estou disposto, com uma nova equipe, um novo grupo, a mudar a realidade de Pirapora.

PZ: Em 2016 você foi candidato a vice-prefeito na chapa do prefeito Raul Bueno. Qual a sua relação atual com ele, acabou?

ALESSANDRO COSTA: Não é que acabou; o carinho e a amizade permanecem. Senti, no entanto, que houve um desvio de nossas prioridades. A minha prioridade sempre foi o município e, ao final do julgamento que o condenou e o impediu de assumir o posto de prefeito, percebi que as prioridades não eram mais as mesmas.

PZ: Como empresário você tem participação em ações ou projetos tocados pela atual administração pública?
ALESSANDRO COSTA: Negativo. Inclusive é bom esclarecer boatos de que eu estaria ligado à administração, de que minha empresa venderia merenda escolar para a Prefeitura. Que fique claro: eu nunca vendi um grão de arroz, um prego, seja lá o que for para a Prefeitura de Pirapora.
Poderia até ter participado das licitações com essa finalidade, mas preferi não fazê-lo justamente porque tenho um projeto político para a cidade.

PZ: E a sua relação com o atual prefeito Gregorio Maglio?

ALESSANDRO COSTA: No final de dezembro passado, organizei junto com amigos uma festa de final de ano e precisei de apoio da Prefeitura para fornecer a infraestrutura de espaço. Conseguimos realizar o evento no campo do 50 e, a partir daí, temos mantido uma relação de amizade, justamente porque não houve a preocupação de aquilo ser desenvolvido por um grupo ou por outro. Nos casos onde impera somente a politicagem, quem perde é Pirapora. Então, o que fizemos: vamos ser amigos, não há razão para essa disputa sem sentido; ele tem suas convicções políticas, tem seu pré-candidato a quem irá apoiar e eu respeito isso.
Posso não concordar com algumas coisas, mas não tenho o que falar de sua administração. Já ouvi uma vez que ninguém entra lá para fazer coisas erradas, com a intenção de errar. As pessoas cometem erros, sim, e tomara ele seja feliz na condução de sua administração.

PZ: Apesar dessas convicções próprias, você esperava ou espera contar com o apoio de algum deles [Raul e Gregorio] à sua pré-candidatura?

ALESSANDRO COSTA: Todo o apoio é bem-vindo. Eu sou um cara da paz; aceito do meu lado todos aqueles que pensam no bem de Pirapora.

PZ: Como eventual prefeito, o que você pode dar a Pirapora?

ALESSANDRO COSTA: O que a cidade precisa, primeiro, é do desenvolvimento. Trazer empresas. Vamos lutar para isso.
Nas minhas visitas pela cidade, vejo crianças de 8 anos de idade entregues ao crack; meninas de 11 anos grávidas…isso, na minha percepção, é incabível. Temos de mudar essa realidade; resgatar as pessoas; criar perspectiva de vida; dar dignidade a elas. Isso não é dado através de uma cesta básica. Elas querem ter o seu emprego, serem reconhecidos pelo seu trabalho e terem o direito de ir ao mercado e comprar o que gostam com seus próprios recursos.
Essa politicagem do curral eleitoral; do quanto pior, melhor; é que precisa acabar. Não é possível a cidade estar a 12 quilômetros da Castello Branco e não ter empresas em Pirapora. Por que é que não tem? Porque não se permite que elas venham. Já ouvi empresários reclamarem da burocracia e das dificuldades para se instalar na cidade; enquanto o povo sofre sem empregos. É isso o que precisa mudar: implantar uma visão mais empresarial, trazer investimentos, trazer empresas, aquecer o comércio, movimentar o emprego e gerar vida para o município.

PZ: E a qualificação da mão de obra?

ALESSANDRO COSTA: Tem muita gente que pensa assim: não adianta virem as empresas se elas não encontrarem mão de obra qualificada na cidade. Se a condição para que as empresas que chegarem é a contratação de mão de obra piraporana, então vamos qualificá-la! Vamos fazer parcerias com o Sesi, com o Senai, com escolas técnicas para formar o cidadão para aquilo que a empresa necessita. Enquanto a empresa constrói a estrutura de instalação no município, nós vamos qualificando essa mão de obra para ela.
Assim, a gente consegue resgatar as crianças das drogas, do crime.
Minha história de vida é parecida: fui criado num bairro violento de Diadema e comecei a trabalhar com 9 anos de idade porque tive a oportunidade de fazer parte de um projeto para isso. Se eu não tivesse essa oportunidade, talvez hoje eu fosse mais um envolvido com tudo isso, pois era o meu cenário de infância. Deus permitiu que eu fizesse parte desse projeto e não me arrancou nenhum pedaço em me dedicar a ele. Me estruturei, fui trabalhar, me tornei um cidadão de bem, um homem de caráter. É isso o que precisamos fazer por Pirapora: olhar para as pessoas como seres humanos, que merecem dignidade, merecem respeito e criar oportunidades para resgatá-las ao melhor convívio social.

PZ: E o perfil turístico da cidade, que tanto se investiu durante esses anos; acaba sendo um erro de estratégia para o desenvolvimento?

ALESSANDRO COSTA: O turismo da cidade, principalmente o religioso, já é cultural em Pirapora. Isso não se muda. Ninguém pode falar em acabar com isso, pelo contrário: é preciso criar ainda mais estrutura para que os romeiros tenham uma receptividade melhor na cidade.
O olhar empresarial não nos exime de cuidar das outras questões da cidade; sabemos das dificuldades, das necessidades e a equipe que vem se estruturando ao meu lado saberá lidar com tudo isso.

Em 2016, pelo seu perfil empresarial, Alessandro Costa foi convidado e compôs chapa como vice-prefeito à candidatura a prefeito de Raul Bueno (PSDB). Com 4.973 votos, a chapa foi vencedora; porém por problemas administrativos de quando ainda era prefeito em 2000 e 2004, Raul Bueno teve a candidatura impugnada e ficou impedido de tomar posse.
Em 2018, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) determinou a realização de eleição suplementar. Alessandro Costa, desta vez, foi candidato a prefeito e, com 11,21% dos votos válidos, ficou na 3ª posição.