Desde o início de janeiro circula pelas ruas o carro elétrico mais barato do Brasil. O iEV20, da JAC Motors, desbancou o Renault Zoe, que ocupava esse posto, custando R$ 149.990,00. Mas o título de “mais barato” não é algo assim tão acessível aos bolsos brasileiros, pois o veículo é vendido por R$ 124.900,00. E há também uma ressalva, que, certamente dificultará muito suas vendas: um dos modelos mais vendidos no país, que não é elétrico e, sim, híbrido, o Toyota Corolla, tem exatamente o mesmo preço.
Seu porte de Fiat Uno e a suspensão elevada, parecendo um mini SUV, dá ao JAC iEV20 a impressão de ser um carro tipicamente urbano.
Como todo carro elétrico, o iEV20 tem desempenho satisfatório aliado à ausência de ruído e ao baixo custo de recarga. Como todo chinês, o compacto ainda precisa melhorar no que diz respeito à dirigibilidade e aos detalhes. Tem um porta-malas, por exemplo, de parcos 121 litros, que mal acomoda um par de mochilas.
O visual é emprestado do S2 Mini chinês, versão evoluída do J2, já comercializado no país. A dianteira, com pequenos furos no lugar onde normalmente haveria uma ampla grade, revela que ali há um motor elétrico, que não necessita de refrigeração. A lateral tem linha de cintura ascendente.
Por dentro, há bancos de couro sintético e central multimídia flutuante.
O motor elétrico que move o iEV20 é alimentado por uma bateria de 41 kWh que entrega ralos 68 cv. A falta de potência é compensada pelo bom torque de 21,9 kgfm. Como comparação, o Renault Zoe tem 92 cv e 22,4 mkgf, respectivamente. Com ele, de acordo com a JAC, o iEV20 poderá chegar a 113 km/h de máxima, desde que o carro esteja no modo “esportivo”.
São três modos de condução: Low, Eco e Sport. O Low prioriza a economia e amplia a atuação do freio motor. É nesse modo que a JAC divulga a autonomia de 400 quilômetros (km), mas a velocidade não ultrapassa 65 km/h e o ar-condicionado fica mais fraco. No modo Eco, a autonomia declarada é de 320 km (no ciclo NEDC). Já no modo Sport, a velocidade máxima é de apenas 112 km/h.
Um ponto negativo é que o modelo não vem com cabo de carregamento, que custará R$ 3.990 a mais. A empresa vende, também separadamente, um carregador de parede (wallbox), entre R$ 4 mil e R$ 5 mil. Com ele, a JAC informa que bastariam “menos de quatro horas” para obter 80% de carga.