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Sinais de alerta

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José Renato Nalini

O suicídio entre jovens aumentou. Não há uma causa. O suicídio é algo multifatorial. Mas inegável a solidão na multidão. Todos com seus celulares, mas pouco encontro pessoal. Muita mensagem, pouco abraço. Muitos presentes, pouco carinho.
As famílias suprem a falta de diálogo com a satisfação de todas as vontades. Os pais nem sempre frequentam a Igreja. Pouco se interessam pela resposta que os filhos possam dar às indagações transcendentais: por que nasci? Tudo acaba com a morte? Para onde vou depois?
A falta de perspectivas e de esperança acomete aquelas mentes que não encontram sentido para a vida. O suicídio parece uma boa saída.
Depois, a surpresa e a dor infinita. Os que ficam não têm consolo. Ficam ainda se culpando, quando a culpa não é de ninguém. É de um conjunto de circunstâncias. Fragilidade dos laços familiares e falta de Deus.
É importante que os pais – ou quem estiver no lugar deles – atentem para sinais de alerta que podem evitar mais uma morte. Se ouvir a criança falar sobre querer morrer, não ter propósito, ser um peso para os outros, atenção. Usar mais álcool do que de costume. Não conseguir se livrar das drogas ou começar a usá-las.
Tudo isso indica que algo vai muito mal na vida do jovem. Se ele está ansioso, agitado ou mostra irresponsabilidade, dorme muito pouco, sente-se isolado, demonstrar raiva ou falar de vingança. Cuidado. É comum que antes de tentar o suicídio, o jovem se mostre raivoso ou incompreendido. Ninguém o entende. Tem extremas alterações de humor. Piora o desempenho na escola ou em outras atividades. Deixa de fazer o que mais gostava. Fica trancado no quarto ou desaparece.
São sintomas sérios. O que fazer? Não deixar a pessoa sozinha. Fazer companhia. Dispor-se a ouvir. Esconda armas de fogo, objetos cortantes, álcool ou tudo aquilo que possa servir a esse funéreo desiderato. Leve o jovem para uma assistência especializada. Há canais de ajuda: 188 ou 141, o CVV – Centro de Valorização da Vida. E também é possível hoje receber ajuda emocional via internet: www.cvv.org.br, email, chat e Skype, 24 horas por dia. Tudo vale a pena para evitar que uma vida se abrevie tão precocemente.

José Renato Nalini é
autor de “Pronto Para
Partir? Reflexões
Jurídico-Filosóficas
sobre a Morte”