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Brasileirão 2020 deverá começar sem torcida e pode ter sede única, em São Paulo

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Atual casa do Oeste (um dos paulistas da Série B), a Arena Barueri também seria uma das sete sedes do Brasileirão

Os quatro torneios nacionais promovidos pela CBF deveriam ser iniciados neste final de semana, mas com a pandemia do coronavírus as datas das largadas seguem incógnitas

Por Marcelino Lima

Com a participação em todas as quatro divisões de 128 clubes, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) pretendia dar início neste final de semana que será aberto com o feriado internacional de 1º de maio, na sexta-feira, aos campeonatos brasileiros das séries A, B, C e D. Destes, o mais importante entre eles é o chamado Brasileirão, que reúne na série A as 20 melhores equipes do país e, após 38 rodadas, em turno e returno, confere vagas diretas na Copa Libertadores da América aos quatro primeiros colocados pelo sistema de pontos corridos, entre outros atrativos.
Com a pandemia de coronavírus (Covid-19), entretanto, além de todos os estaduais ainda inconclusos, até o fechamento desta edição na quarta-feira, 29, nem a entidade, nem os dirigentes, haviam chegado a um acordo sobre quando o sinal verde deverá ser acionado e sob quais fórmulas os torneios nacionais serão cumpridos.
Em meio às propostas que vêm sendo apresentadas, há consenso de que o regulamento por pontos corridos, em vigor desde 2003 na Série A (na Série B desde 2006), deva prevalecer quando, enfim, a temporada puder começar. A maioria gostaria que fosse ainda em maio e não abriria mão dos jogos de ida e volta, totalizando 380 até o término deles, em dezembro; os encontros dentro das quatro linhas, inicialmente, podem ocorrer com portões fechados, evitando aglomerações.
Mas como a data da primeira rodada ainda é uma incógnita e em meio à disputa simultânea de outros torneios de peso como as Copas Libertadores e do Brasil, sem contar as eliminatórias sul-americanas para a Copa do Mundo de 2022, pode não haver quantidade suficiente de datas e já existem defensores de ideias alternativas, como dividir os 20 clubes em dois grupos de 10 cada, e, após uma fase de classificação, apurar o campeão por “mata-matas” até a decisão.
Outra carta sob a mesa é a que sugere adequar o Brasileirão à Liga dos Campeões europeus, que em tempos normais vai de agosto de um ano a maio do outro. A mais inusitada, entretanto, é a que reivindica a realização das 38 rodadas do torneio em um único estado, com intervalos de tempo menores que os atuais. Em meio ao debate sobre esta configuração, já se escolheu, inclusive, que o Estado de São Paulo teria esta primazia, o que evitaria, por exemplo, despesas com viagens aéreas em um momento que os clubes amargam perdas consideráveis de receitas.
Os estádios que serviriam de palco para a bola rolar neste modelo seriam: Morumbi, Allianz Parque e Arena Corinthians, na Capital; Vila Belmiro, em Santos; Arena Barueri, em Barueri; Brinco de Ouro, em Campinas; e Nabi Abi Chedid, em Bragança Paulista. Para que esta fórmula vingasse, hotéis e centros de treinamentos teriam de disponibilizar acomodações para as delegações.
Atual campeão, apenas o Flamengo não teria concordado com os jogos em sede única. E outro fator a ser considerado é que o Oeste e o Guarani, que integram a Série B, são os atuais detentores dos estádios de Barueri e de Campinas, o que imporia à CBF cuidados extras para evitar conflitos quanto ao uso dessas praças na montagem das respectivas tabelas. O Pacaembu, por sua vez, está descartado porque vem sendo usado como hospital de campanha em combate à Covid-19, ao passo que outro estádio paulista de ponta, a Arena da Fonte Luminosa, em Araraquara, ficou reservado para a Ferroviária receber seus adversários pela Série D do Brasileiro, já que a “Locomotiva Grená” manifestou interesse em disputá-la ao lado dos demais 67 que compõem este patamar.