Cidades da região ocupam topo da lista de casos e mortes de coronavírus no Estado

‘Ranking’ dos casos de coronavírus no Estado não favorece cidades da região

Um dos principais fatores para diferenciação entre cidades e regiões na contabilização do número de casos ou de mortes provadas pelo novo coronavírus (Covid-19) é o aspecto populacional. A matemática da proliferação é simples: onde há mais gente, maior movimentação de pessoas, o vírus se propaga com maior amplitude.
Não por acaso, a região Metropolitana de São Paulo, incluindo-se a Capital, tem registrado o maior volume de casos no Estado e, por consequência, acabou se tornando o “epicentro” da pandemia no Brasil.
A Capital paulista, com seus 12,2 milhões de habitantes é, portanto, a que mais contabiliza casos diários, chegando ao total de 16.638 até a tarde de quarta-feira, 29/4, de acordo com números divulgados pela Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo. O próprio governador João Doria (PSDB), que tem 645 municípios para dar atenção, mantém sua base de trabalho no Palácio dos Bandeirantes, instalado na cidade de São Paulo, e tem adotado medidas gerais para o Estado atuando quase como um prefeito, a partir da realidade paulistana.
Seguindo o conceito da densidade demográfica, não é à toa que, no “ranking” de números de casos e de mortes pelo coronavírus no Estado, dentre as 10 primeiras cidades estão listadas 8 da Região Metropolitana. As demais são: uma do Interior (Campinas) e uma do Litoral (Santos). A situação pouco se modifica (na verdade até piora) se o ranking for ampliado: das 20 cidades com maior número de casos, 14 passam a ser da Região Metropolitana, quatro do Litoral (juntam-se aí Guarujá, São Vicente e Praia Grande) e mais uma do Interior (São José dos Campos) – ver quadro.
Usa-se, também, o argumento de que a proximidade com a Capital, com seus aeroportos, rodovias que a cruzam e maior oferta de empregos às demais cidades, serve como fator de proliferação do vírus entre a população.

LISTA INDESEJÁVEL

Para a região Oeste da Grande São Paulo, por onde circula este jornal Página Zero, os números já não são favoráveis na lista das dez mais, mas piora se o ângulo for ampliado para os 30 municípios com maior número de casos em todo o Estado. Nesse caso, cinco, das sete cidades da região, integram o mal fadado ranking.
A pior delas, sob qualquer aspecto, é Osasco, que ocupa a indesejável 2ª posição de todo o Estado de São Paulo em número de casos e também de mortes, perdendo apenas para a cidade de São Paulo. Até a tarde de quarta-feira, 29/4, o boletim da Secretaria Estadual registrava Osasco com 701 casos confirmados da doença e 71 óbitos.
Neste caso, a avaliação demográfica não favorece o município que, mesmo sendo o mais populoso da região, com seus mais de 698 mil habitantes, fica à frente de cidades ainda mais populosas, como São Bernardo do Campo (838 mil habitantes), Guarulhos (1,3 milhão), Santo André (718 mil), Campinas (1,2 milhão) ou São José dos Campos (721 mil).
Mas Osasco não está sozinha nessa situação regional: logo abaixo, na 8ª posição e com apenas 274 mil habitantes, surge Barueri, com 279 casos e 15 mortes provocadas pela Covid-19. Ano a ano, ambas as cidades – Osasco e Barueri – são listadas em publicações e estudos que as colocam como duas das maiores potências econômicas do país. Ou seja: a economia, até mesmo porque São Paulo lidera esse cenário, não é fator preponderante no combate à doença.
Ao ampliar-se o leque de visibilidade do ranking, Carapicuíba, com seus 205 casos e 9 mortes aparece na 11ª posição. Dentre as 30 “piores” cidades, incluem-se aí também Itapevi (na 23ª colocação), com 115 casos e 16 mortes; e Santana de Parnaíba (em 26º), com 108 casos e 3 mortes.
As outras duas cidades da região distanciam-se desses números: Jandira aparece na 44ª posição com 42 casos e 3 mortes; enquanto Pirapora do Bom Jesus, com seus apenas 18 mil habitantes (a menor população entre todas), surge somente na 113ª colocação, com 9 casos e nenhuma morte oficial confirmada.
Os números aos quais se apoiou esta matéria foram divulgados pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo na quarta-feira, 29, às 14h30. No quadro geral, que contabiliza o número de casos no país, também há o registro de dados municipais, porém com informações divulgadas pelas próprias prefeituras, o que pode gerar pequena discrepância entre eles.
Apesar do ranking abaixo apresentar somente os 30 primeiros municípios em número de casos e mortes, a lista completa, com todos as cidades do Estado que apontam casos (313 ao todo) pode ser acessada no portal do jornal Página Zero, cujo endereço é www.paginazero.com.br.

RANKING DOS CASOS DE CORONAVÍRUS NO ESTADO DE SÃO PAULO

(São 313 cidades com registro de casos em todo o Estado)