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Em semana de recordes negativos, Ministério da Saúde atrasa divulgação de números do coronavírus

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Numa semana que se iniciou e se mantém batendo recordes negativos de casos do coronavírus (Covid-19) no Brasil, coincidentemente o Ministério da Saúde também começou a atrasar a divulgação de seus boletins diários. Apesar da justificativa de que tratam-se de “problemas técnicos”, os boletins, que tinham divulgação oficial diariamente às 19 horas, há ao menos dez dias têm sofrido atrasos que variam de 30 minutos até a 1h20. Na noite de quarta-feira, 3, os dados foram divulgados somente às 22 horas.
A situação tem preocupado médicos e especialistas que alegam aumentar as dificuldades no entendimento de como a pandemia tem se comportado no país e a avaliação dos esforços do governo federal para contê-la. Os atrasos desta semana foram vistos como sinal de alerta.
Os atrasos do Ministério da Saúde se deram justamente no instante em que os números de casos e óbitos no país atingem patamares emblemáticos e, dia a dia, começam a registrar recordes no pior de seus números: o de mortes pela doença.
Até o sábado, 30 de maio, o número total de casos registrados era de 498.440; no início da semana, domingo, dia 31, o país superou a casa de meio milhão de casos, saltando para 514.200. Até aí, o número de mortes tinha registro irregular entre 400 e 1 mil casos de mortes por dia.
O maior número de casos diários de mortes no Brasil havia sido registrado em 19 de maio, quando o Ministério contabilizou 1.179 óbitos.
Na passagem de segunda-feira, dia 1º de junho, para terça-feira, dia 2, veio o primeiro recorde negativo: 1.262 mortes num único dia, com o número de casos chegando a 555.383. Já no dia seguinte, quarta-feira, 3, o novo recorde: 1.349 mortes num só dia, chegando a 584.016 os casos totais.
Na noite de quinta-feira, 4, quando esta edição era fechada, um novo registro de atraso na divulgação dos números pelo Ministério da Saúde impediu que esta matéria os atualizassem. Portanto, os números no quadro abaixo têm ainda as informações da quarta-feira, 4, à noite.

NÚMEROS CRESCEM

Também na região Oeste da Grande São Paulo, por onde circula este jornal Página Zero, os números têm se mostrado crescentes a cada semana, de forma expressiva. Os dados divulgados na última edição (de 29/5), atualizados em 28/5, revelavam 6.517 casos confirmados nas sete cidades e o registro de 681 óbitos (sendo 592 confirmados pela doença e outros 89 investigados).
Nesta semana, com números atualizados até a quinta-feira, 4/6, o número de casos confirmados ultrapassou a marca dos 7 mil, chegando a 7.987 (uma diferença de 1.470 em relação à semana passada) e os óbitos são 784 (677 confirmados e 107 investigados): uma diferença de 103 casos em sete dias (ver quadro).