O governador João Doria (PSDB) apresentou na quarta-feira, 10, a segunda atualização do Plano São Paulo para acompanhamento da evolução da pandemia em todo o Estado. Pelo novo balanço, o governo reclassificou diversas regiões do Estado, inclusive a Grande São Paulo, de onde partiram as maiores críticas e reclamações de prefeitos não satisfeitos com a apresentação da semana anterior.
Na quarta-feira da semana passada, dia 3, Doria classificara todos os municípios da Região Metropolitana e Litoral na fase 1 (vermelha) do Plano, sem a possibilidade de flexibilização de qualquer categoria comercial ou de serviços, além daquelas anteriormente especificadas como essenciais. Enquanto isso, colocava a cidade de São Paulo, no meio de todas as demais, na 2, laranja, com permissões de flexibilização.
Seguindo o programa estabelecido pelo próprio governo, que prevê reavaliações semanais todas as quartas-feiras, nesta semana o governador fez um balanço da situação em todo o Estado, demonstrando maior preocupação com o Interior, onde o avanço do coronavírus tem se apresentado em índices crescentes. Enquanto isso, o governador mudou a Região Metropolitana – que inclui as cidades da região Oeste como Osasco, Carapicuíba, Barueri, Jandira, Itapevi, Santana de Parnaíba e Pirapora do Bom Jesus – de classificação, tirando-a da fase 1 (vermelha) e colocando-a na fase 2 (laranja).
INTERIOR RECUA
João Doria apresentou os argumentos técnicos que tem adotado para efetivação do Plano São Paulo. Segundo o governo, na média estadual dos últimos sete dias houve redução na taxa de ocupação de leitos de terapia intensiva para Covid-19 (72,6% para 69,1%), além de aumento na média de vagas por cem mil habitantes (15,4 para 18,1). No mesmo período, o total de casos e mortes teve quedas reduzidas, de 1% e 3% respectivamente, mas as internações pela doença subiram 7%.
O reforço na rede hospitalar foi tratado como “substancial” nos últimos 15 dias, quando o governo de São Paulo intensificou a distribuição de respiradores e ampliou o número de vagas em UTIs para pacientes graves com coronavírus. Em 25 de maio, o total de leitos de terapia intensiva no Estado era de 6.542, foi a 7.134 em 1º de junho e, atualmente, é de 7.610. Há a previsão de crescimento da oferta até o final deste mês.
A avaliação dedicada ao Interior do Estado, no entanto, não contou com a anuência do grupo que coordena o Plano. Por isso, as regiões de Araraquara e Bauru, que já estavam na fase 3 (amarela), voltaram para a 2 (laranja); enquanto que as áreas de Ribeirão Preto, Barretos e Presidente Prudente regrediram à etapa 1 (vermelha) de máxima restrição.
Já as regiões da Baixada Santista e de Registro seguiram a melhora verificada nos índices assim como a Grande São Paulo e também subiram da fase vermelha para a laranja.
“Nosso desafio é estar um passo à frente da pandemia, temos de garantir atendimento a todos”, disse João Doria. “São Paulo se preparou profissional e tecnicamente para enfrentar a pandemia”, afirmou o governador.
PRÓXIMA SEMANA
Com os resultados de quarta-feira, 10, a maior parte do Estado está na fase laranja, aquela que permite a flexibilização para abertura gradual de shopping centers e de outros estabelecimentos comerciais com restrições, mas ainda veda a reabertura de bares, restaurantes, salões de beleza ou academias.
Um dos grupos que reclamou e pressionou Doria desde a semana passada foi representado pelos prefeitos integrantes do Consórcio Intermunicipal da Região Oeste (Cioeste) que, além da mudança de fase, também pleiteavam que tal flexibilização pudesse começar já na quinta-feira, 11. Outras cidades, principalmente da região do Grande ABC, já vinham desrespeitando as determinações do governo do Estado e flexibilizando a economia.
Entretanto, seguindo o seu plano, Doria afirmou que a nova classificação terá valor oficial somente a partir da segunda-feira, 15, e que, até lá, “as prefeituras de municípios que tiveram restrição ou flexibilização de serviços deverão publicar decretos municipais adequando as normas locais de quarentena ao novo painel do Plano São Paulo”. Enquanto isso, um novo período de quarentena (o quinto) fica determinado para todo o Estado entre 15 e 28 de junho.
Todas as cidades e regiões permanecerão na mesma classificação até a próxima atualização do Plano SP, prevista para a quarta-feira, 17.
FLEXIBILIZAÇÃO DA FASE 2 (LARANJA)
Na fase 2, de classificação laranja, as cidades podem flexibilizar os seguintes estabelecimentos e setores:
– Shopping centers, galerias e estabelecimentos congêneres
– Comércio
– Serviços
Com as seguintes exigências:
– Capacidade 20% limitada
– Horário reduzido (4 horas seguidas)
– Adoção dos protocolos padrões e setoriais específicos
– Proibição de praças de alimentação (no caso dos shopping centers)