A pandemia do novo coronavírus (Covid-19)e suas necessidades de isolamento social devem atrapalhar os festejos de mais um santo padroeiro na região; assim como já ocorreu em 13 de junho, dia de Santo Antônio, padroeiro de Osasco.
Na próxima quarta-feira, 24 de junho, será o dia de Barueri celebrar seu padroeiro, São João Batista; porém a tradição de quermesses, procissões e shows pirotécnicos deverá ser deixada de lado por causa da pandemia.
De acordo com a história oficial de Barueri, uma capela em devoção a São João Batista foi erguida no Centro do então povoado que começava a se formar, ainda no século XIX. Em 1895 os moradores já promoviam procissões e rituais dedicados ao santo que era primo de e batizou Jesus. Um desses rituais era banhar a imagem do santo, mantida ainda hoje entre as tradições municipais e repetida a cada 24 de junho.
Após Barueri ser oficializada como município, em 1949, os primeiros governantes oficializaram São João Batista como padroeiro do então Distrito sede.
IMAGEM PRESERVADA
Há mais de um século, desde 1898, a Igreja São João Batista, localizada no Centro da cidade, preserva a imagem original do padroeiro, restaurada há alguns anos. Em meio a missas, fogueira, bolo, fogueira e tantas outras atividades, uma procissão costuma sair de trás da igreja em direção à praça Wagih Sales Nemer e, neste ponto, onde há uma imagem do santo em tamanho natural, os devotos lavam São João Batista.
Segundo informações colhidas na Prefeitura de Barueri, a tradicional queima de fogos não ocorrerá neste ano em razão da pandemia do coronavírus. A administração municipal, no entanto, informou a programação a ser cumprida pela paróquia, assim descrita: na terça-feira, dia 23, às 20 horas, haverá a Missa do 9º Dia da Novena de São João Batista (com transmissão on-line), presidida pelo padre Edilson Pinto dos Santos, logo após virá o Levantamento do Mastro e bênçãos da Fogueira e do Bolo de São João Batista.
Às 23h50 começará a concentração para a Carreata de Lavagem da Imagem de São João Batista (a procissão será feita com os devotos em seus próprios carros). Os veículos participantes deverão entrar no estacionamento da Igreja Matriz pela avenida Henriqueta Mendes Guerra. A imagem do santo sairá pela rua Benedita Guerra Zendron com destino à Fonte de São João Batista, na avenida Presidente Tancredo de Almeida Neves, onde será lavada. A cerimônia será acompanhada pelo padre Márcio e os fiéis poderão descer do carro e acompanhar a imagem à distância.
Já no dia 24, a Missa da Natividade de São João Batista (com transmissão on-line) será às 16 horas, presidida pelo padre Marcio Messias Cardozo. Após a missa deverá começar a 1ª Carreata em Honra ao Glorioso Padroeiro de Barueri pelas ruas do Centro – a saída dos veículos ocorrerá pela avenida Henriqueta Mendes Guerra, por isso os motoristas deverão entrar no pátio de estacionamento pela rua Benedita Guerra Zendron.
A igreja continuará fechada e as missas serão transmitidas pelo Facebook da Paróquia São João Batista.
De acordo com a legislação, o dia 24 de junho é feriado na cidade.
VIDA E MORTE DE SÃO JOÃO
São João Batista nasceu em Aim Karim, cidade de Israel próxima a Jerusalém. Seu pai era um sacerdote chamado Zacarias e sua mãe foi Santa Isabel, prima de Maria, Mãe de Jesus.
São João Batista foi consagrado a Deus desde o ventre materno. Em sua missão de adulto, ele pregou a conversão e o arrependimento dos pecados manifestos, pelo batismo. João batizava o povo. Daí o nome João Batista, ou seja, João, aquele que batiza. Vivendo uma vida extremamente difícil e com muita oração, passou a ser conhecido como profeta, homem enviado por Deus. Ele sempre anunciava a vinda do Messias.
Por causa de seu carisma, algumas vezes o povo pensava que São João Batista seria o Messias. Mas ele sempre dizia: “Eu não sou o Cristo, eu não sou digno de desatar nem a correia de suas sandálias” (Jo. 1-27). Em outra passagem, afirmou: “Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo” (Jo.1-29). Quando o próprio Jesus, o verdadeiro Salvador, foi ao encontro de João Batista para ser batizado, São João disse: “Eu é que devo ser batizado por ti, e tu vens a mim?” (Mt3-14). Após o batismo, Jesus começou sua vida pública.
Em suas pregações, São João não poupava o rei local, Herodes Antipas, denunciando-o por uma vida adúltera e desregada. O evangelista São Marcos narra que, vislumbrado por sua própria sobrinha, Salomé, o rei prometeu cumprir o que ela desejasse e, a pedido dela, apresentou a cabeça de João numa bandeja.
São João Batista é o primeiro mártir da igreja e o último dos profetas. É venerado também como santo, mártir, precursor do Messias e arauto da verdade, custe o que custar.
