A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou na terça-feira, 30/6, o reajuste anual tarifário da Enel Distribuição São Paulo, para as contas de luz, que entrará em vigor a partir deste sábado, 4 de julho.
A agência reguladora definiu os percentuais de reajuste para cada uma das categorias da tarifa. Assim, o percentual para as contas residenciais será de 3,61%; enquanto para as indústrias (média e alta tensão) a majoração será de 6%. Para as tarifas de baixa tensão, dirigidas ao consumidor de áreas rurais, o reajuste será de 3,58%. Pela média de todas as tarifas, a Aneel avaliou que o efeito médio para o consumidor, em geral, será de 4,23%.
O valor está abaixo do Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M), que ainda não teve o fechamento concretizado em junho; mas que até maio acumulava 6,51% nos últimos 12 meses; e também muito inferior ao que a própria Enel calculava, que em condições normais seria em torno de 12%.
Tanto a agência como a empresa justificam o menor índice de reajuste devido à iniciativa adotada há alguns dias sobre a criação da chamada Conta-Covid, que consiste no empréstimo de recursos financeiros às operadoras de energia do país. Por meio de empréstimo de um conjunto de bancos, liderados pelo BNDES, os aumentos nas tarifas de energia serão diluídos ao longo de cinco anos e a situação financeira das empresas do setor tende a ser preservada. Serão R$ 16,1 bilhões disponibilizados às operadoras, com 60 meses para pagar, como forma de garantir o equilíbrio financeiro dessas empresas, dada a valorização na captação e distribuição da energia, provocada pela crise financeira ocasionada pela pandemia do novo coronavírus (Covid-19).
“Vamos utilizar de forma integral o montante da Conta-Covid permitido pelo regulador para a redução do reajuste. Com isso, vamos diluir na tarifa por um prazo maior, em vez dos usuais 12 meses, o pagamento da compra de energia e a variação cambial de Itaipu”, afirmou Anna Pacheco, diretora de regulação da Enel Brasil. A moeda norte-americana é usada para calcular o valor a ser pago pela compra da energia da usina e, com a forte valorização do dólar, os custos aumentaram, impactando as tarifas. Segundo a Enel, mesmo com a adoção da Conta-Covid, os fatores que mais pesaram sobre o reajuste foram a compra de energia e custos de transmissão, aspectos que não são gerenciados pela empresa.
A concessionária atende cerca de 7 milhões de unidades consumidoras localizadas em 24 municípios de São Paulo e Região Metropolitana.