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Prefeitos da região usam pandemia como principal motivo para ‘congelamento’ das tarifas de ônibus

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Foto: Marco Infante

Sob o mesmo argumento de que as consequências econômicas geradas em todo o país pela pandemia de Covid-19 não permitem a imposição de nova carga de custos à população, os prefeitos da região Oeste – em sua maioria – vêm se manifestando, desde o final de dezembro, sobre a intenção de não promover a reajuste anual das passagens do transporte coletivo municipal.
Pelas redes sociais, ao menos quatro deles tocaram diretamente no assunto, garantindo à população de suas respectivas cidades que o reajuste contratual previsto com as empresas concessionárias, previsto para acontecer todo dia 1º de janeiro, não aconteceria neste ano em razão da pandemia. Com a decisão, tais cidades “congelam” o valor das tarifas em R$ 4,50 por passagem pelo segundo ano consecutivo. Em 2020, a mesma decisão fora adotada em conjunto pelos prefeitos do Consórcio Intermunicipal da Região Oeste Metropolitana de São Paulo (Cioeste) e, naquela época – ainda sem pandemia – especulou-se que a decisão foi política, por se tratar de ano de eleição municipal.

R$ 5,99

Em Osasco, a cidade mais populosa da região, a ata de uma reunião entre as empresas concessionárias (Urubupungá e Viação Osasco) com representantes da Prefeitura chegou a ser publicada na Imprensa Oficial do Município (Iomo – 29/12/20). Nessa reunião, as empresas sugeriam o reajuste dos valores para R$ 5,74 para as linhas servidas pela Urubupungá e de R$ 5,99 para a Viação Osasco.
No mesmo dia, 29/12, o prefeito Rogério Lins (Pode) se manifestava: “Por conta da pandemia do coronavírus e considerando todas as dificuldades enfrentadas pelas famílias neste ano atípico, decidimos não reajustar o valor da tarifa dos ônibus municipais”.
Decisões similares também foram publicadas nas redes sociais de Marcos Neves (PSDB/Carapicuíba), onde operam as empresas Del Rey Transportes e ETT Carapicuíba: “Sempre trabalhamos em defesa dos carapicuibanos. 2020 foi um ano desafiador devido à pandemia do coronavírus. Por isso, tomamos mais uma medida em benefício da população. Pelo segundo ano consecutivo, não haverá reajuste nas tarifas de ônibus”.
Nesta semana, em comunicado dirigido diretamente à imprensa, o novo prefeito de Santana de Parnaíba, Marcos Tonho (PSDB), também se manifestou: “Uma das minhas primeiras iniciativas como prefeito foi congelar a tarifa dos ônibus municipais. Após um ano de muitas batalhas e desafios por conta do coronavírus, não poderíamos onerar o bolso dos que dependem do transporte. Nós só temos um lado: o do povo”. As linhas municipais em Santana de Parnaíba são operadas pela Urubupungá.

REVENDO CONTRATOS

Assim como já vem se manifestando há alguns anos, o prefeito de Itapevi, Igor Soares (Pode), não só se disse contrário ao reajuste tarifário, como também voltou a tecer críticas à empresa concessionária, apesar de não citá-la nominalmente: a Benfica BBTT. Igor escreveu em suas redes sociais: “Quem utilizou hoje o transporte de ônibus em Itapevi já percebeu que não foi autorizado o reajuste da passagem. Na nossa opinião, o sistema de transporte de ônibus não atende plenamente à real necessidade da população. A cidade cresceu, novos bairros foram criados, temos mais moradores e o contrato antigo já não atende à atual demanda”.
Igor completou afirmando que já contratou empresa para realizar estudos para um novo processo de licitação que deverá garantir nova frota de ônibus para a cidade, com veículos zero quilômetro e ar condicionado.
Até o fechamento desta edição, na quinta-feira, 7/1, nem o prefeito de Barueri, Rubens Furlan (PSDB); nem o de Jandira, Dr. Sato (PSDB), haviam se manifestado oficialmente. Nessas duas cidades, as linhas são operadas pela Benfica.
Em Jandira, diferentemente das outras cidades, o valor oficial da passagem é de R$ 4,40; porém por uma questão judicial determinou-se que tanto a municipalidade como a empresa devem conceder desconto de R$ 0,30 considerados abusivos em 2017, transformando o valor nos atuais R$ 4,10 por viagem. Nessa cidade, a assessoria do prefeito informou que não há nenhuma negociação para possível reajuste.
Em Pirapora do Bom Jesus não há a operação de linhas municipais, sendo o serviço oferecido pelos ônibus da Empresa Metropolitana de Transportes Urbanos (EMTU) ou por uma linha circular gratuita, o Expresso Social Piraporano.

Em Itapevi, o contrato com a concessionária é questionado pelo próprio prefeito