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Ribamar Silva, presidente da Câmara de Osasco, concede entrevista ao Página Zero

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Ribamar: ser o vereador mais bem votado ‘só me traz mais reponsabilidade’

Reeleito em novembro de 2020 para um novo mandato de quatro anos em Osasco, o vereador Ribamar Silva (PSD) conseguiu a façanha de ser o mais bem votado da cidade, com 5.998 votos. Melhorou a própria votação de 2016, quando obtivera 3.863 votos e havia sido o 14º na comparação com os demais.
Nos últimos dois anos do mandato, entre 2019 e 2020, foi escolhido pelos seus pares para presidir o Legislativo da cidade e, agora no início de 2021, foi novamente selecionado para liderar e comandar a mesa diretora da Casa. Assim como em outras cidades, a reeleição para a presidência, dentro de um mesmo mandato, não é permitida. Sua eleição ocorreu porque agora, em 2021 – e até final de 2024, Ribamar iniciou um novo mandato, sendo que a presidência, com duração de dois anos, vai até dezembro de 2022.
Na quarta-feira, 27/1, Ribamar esteve na Redação do jornal Página Zero, onde concedeu entrevista ao jornalista Marco Infante avaliando todo esse cenário de reeleição, número de votos, presidência da Câmara e outros temas, cujo resumo da conversa vem a seguir:

PÁGINA ZERO: Depois de um único mandato de quatro anos como vereador, você ainda se sente um novato ou um veterano na política?

RIBAMAR: Nem veterano, nem novato. Faço política há 30 anos sempre nos bastidores. Quando tive a oportunidade de lançar meu nome pela primeira vez, a população me deu essa honra de representá-la. Estou vereador há 4 anos, obviamente com mais experiência; porém todo dia é um aprendizado.

PÁGINA ZERO: Ser o vereador mais bem votado lhe enche de vaidade ou de responsabilidade?

RIBAMAR: Vaidade é uma coisa que anda no meio da política; mas eu não diria que me deixa envaidecido, não; porém, com muito mais responsabilidade. Melhorei minha eleição em relação a 2016, fui agora o mais votado e isso só me traz mais responsabilidade, mais compromisso com as pessoas que votaram em mim e com a cidade. Além disso, não trabalho apenas para as pessoas que votaram em mim, mas pela cidade inteira; sou um vereador da cidade de Osasco.

PÁGINA ZERO: O que você fez, nesse período, com satisfação e que repetiria com muito mais vigor?

RIBAMAR: Desde que coloquei meu nome e consegui a eleição, sabia que teria de ser um servidor público. E é isso o que sou: um servidor público! Sempre à disposição para discutir com as pessoas pensando no avanço de nossa cidade. A Câmara Municipal ajudou muito a cidade nesses quatro anos que se passaram e quero fazer muito mais. Serei um soldado na Câmara para trabalhar e discutir por políticas públicas para Osasco. Através da política a gente consegue transformar a vida das pessoas. Isso é uma missão que tenho na minha vida, sendo útil na vida das pessoas.

PÁGINA ZERO: E o que fez, que não repetiria?

RIBAMAR: Algumas discussões que tive com alguns vereadores, não faria novamente. Aconteceram alguns confrontos desnecessários. Hoje não faria mais, sou um cara que gosta de conversar. Como presidente tive a oportunidade de, com muito diálogo, conseguir transformar e humanizar a Câmara, não só com os vereadores, mas também com os funcionários, que têm o prazer de cumprir seu trabalho.
Estamos fazendo neste momento, por exemplo, reuniões com os novos funcionários e assessores, para eles entenderem o funcionamento da Casa. Não tive isso quando cheguei à Câmara.

PÁGINA ZERO: E o que não fez nesse período, que gostaria de ter feito ou deve tentar fazê-lo?

RIBAMAR: Desde que assumi, foi uma luta para instalar o Conselho de Ética na Câmara e não consegui. Logo no início desse mandato, juntamente com a mesa diretora e com o apoio incondicional do 1º Secretário, o vereador Rogério Santos, já tivemos uma primeira reunião. Os novos vereadores entenderam a importância do Conselho de Ética que vai só acrescentar e melhorar o nível do debate na Câmara Municipal. Nós vamos conseguir implantar o Conselho.

PÁGINA ZERO: E essa ausência de um Conselho de Ética não dá a impressão de certo atraso da Câmara de Osasco?

RIBAMAR: Pode ser, mas nunca é tarde para reconhecer. Se não fizermos agora, vamos ficar ainda mais atrasados e isso a gente não quer. O vereador vai à tribuna e acha que pode falar o que quiser. Na Casa de Leis, podemos fazer as discussões em alto nível, sem ofensas, sem levar nada para o âmbito pessoal. Queremos elevar o nível dos debates, para que a população tenha vontade de assistir aos debates, que a Câmara está discutindo os interesses dela.

PÁGINA ZERO: Qual a importância de manter um mandato de presidente por dois períodos consecutivos?

RIBAMAR: Acho que tem a ver com articulação. Você ser presidente e conseguir ser eleito novamente, é porque há articulação, um bom relacionamento. Meu mandato como presidente é compartilhado, não tomo uma decisão se não for no colegiado, ouvindo os demais vereadores.

PÁGINA ZERO: Você acredita ser melhor uma presidência de 4 anos (durante todo o mandato de vereador) ou é melhor o revezamento?

RIBAMAR: A alternância no poder é sempre louvável. Acho que a eleição de 2 em 2 anos, para a democracia, é muito importante.

PÁGINA ZERO: Até onde a parceria forte com o prefeito Rogério Lins pode custar a imagem de independência do Legislativo em relação ao Executivo?

RIBAMAR: Tenho amizade com o prefeito Rogério Lins até fora do parlamento. Mas na Câmara a gente diverge em muitas coisas. Já houve tema que ele enviou e não pautamos porque a gente não entendia. São dois poderes distintos, com respeito mútuo. Mas acredito na harmonia dos poderes: quando há essa harmonia, quem ganha com isso é a cidade.

PÁGINA ZERO: Você pensa em outro cargo eletivo que não o de vereador daqui a dois ou quatro anos:

RIBAMAR: Quando se está na política, nunca posso falar que dessa água não beberei. Faço parte de um grupo que, se ele entender que, para a eleição de 2022 o meu nome pode ser lançado, sou um soldado desse grupo e não tenho problema nenhum em colocar meu nome para esse pleito. Mas saliento: se houver essa possibilidade, prefiro que seja uma candidatura a deputado federal e não a estadual. Brasília é o centro do poder e o que acontece lá, nós temos de cumprir aqui. Osasco é muito grande e não tem nenhuma representatividade em Brasília. Se tivermos alguém lá, brigando pelos interesses da cidade, isso é de suma importância.

“É isso o que eu sou: um servidor público!”