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Medo de mudar

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Juliano Abe

Medo de mudar ou teimosia? Existe uma linha tênue ao você julgar uma atitude, sem saber ao certo o que se passa na cabeça de alguém. Para uma mesma ação ou omissão que avaliamos como equivocada, podemos concluir se tratar  de covardia ou também reputar como rabugice.
Meu pai dizia: “se você espera ter um resultado diferente, faça diferente!” Estamos perto do mês de maio. É o mês do dia do trabalho, da abolição da escravatura, das mães. E é também o mês em que o Plano SP do governo do Estado faz seu primeiro aniversário.
Aprendemos muito com a pandemia e também sobre o vírus. Novos comportamentos de segurança sanitária, de solidariedade, de consumo, de ensino e aprendizagem, de trabalho, a lista é infinita e só mostra a grande capacidade do ser humano de se adaptar. A ciência, por sua vez, descobriu novas cepas da Covid-19, mas também desenvolveu a vacina.
E o Plano SP?
As coletivas de imprensa, quase diárias, prestam-se, por um lado, para depreciar um chefe de Estado; por outro, enaltecer as ações paulistas; e de outro, pressionar a fórceps as administrações municipais que demandam maior interlocução com o Palácio dos Bandeirantes.
Continuamos com as mesmas premissas e conceitos. Os mesmos indicadores. O mesmo modelo subjetivo e falho de atribuir essencialidade a atividades econômicas. A mesma ausência de transparência nas metas. O Plano SP tem cláusulas pétreas e não consegue se moldar ao dinamismo da pandemia e das suas consequências. Será que é medo de mudar? Ou é teimosia?

Juliano Abe é advogado e diretor da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp)