Início Cidades Furlan critica ‘divisão’ do país, que poderia ter evitado mortes pela Covid-19

Furlan critica ‘divisão’ do país, que poderia ter evitado mortes pela Covid-19

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Furlan: “a pandemia está absolutamente controlada em nossa cidade” - Foto: Marco Infante

O prefeito de Barueri, Rubens Furlan (PSDB), reuniu a imprensa regional e diversas autoridades municipais e regionais na tarde de quarta-feira, 9, principalmente para celebrar os números alcançados na cidade com o combate à pandemia de Covid-19. Segundo a administração municipal, Barueri já ultrapassou o número de 100 mil testes contra a doença realizados na cidade e alcançaria, ainda nesta semana, também a marca de 100 mil vacinas aplicadas em seus munícipes.
Ao listar uma série de ações e preocupações que sua administração tem adotado durante todo o período da pandemia, desde o ano passado, Furlan não deixou de criticar a postura do governo federal em relação ao trato com a situação. Ele acredita que a falta de um comando central propiciou o aumento no número de mortes no país. “O Brasil ficou dividido, onde cada um fala uma coisa, enquanto outro fala outra. Isso prejudicou muito todo o combate à pandemia, gerando mais mortes; tudo isso por conta de uma política equivocada do governo federal”, disse o prefeito.
Ele também se posicionou em relação aos esforços de sua administração e avaliou que uma terceira onda não deva ocorrer no país: “Na região, mesmo sem saber o que fazer, desde o início estamos procurando fazer o melhor para nossos cidadãos. Acho que não haverá um terceiro momento e, se vier, não será tão forte como os outros.

PÚBLICO VACINADO E ECONOMIA

Furlan também avaliou a capacidade de vacinação da população: “Temos muitos vacinados com a 1ª dose e imunizados com a 2ª dose. Apesar disso, poderíamos estar com 35 a 45% da população vacinada, se não fosse essa falta de uma política adequada para resolver o problema”, avaliou.
O chefe do Executivo barueriense afirmou também que, enquanto os municípios procuram avançar com a vacinação, não se deve esquecer do fomento à economia. “Agora a fase é de recuperação do Brasil. Recuperar a economia, os empregos. Aqui em Barueri, estamos fazendo todos os esforços para isso, apesar de não vermos nenhuma atitude nesse sentido por parte do governo federal. Não há projetos, orientações, nada”, ressaltou.

COMPRA DE VACINAS

À reportagem do jornal Página Zero, Furlan respondeu que, sim, em março ele chegou a avaliar a possibilidade de aquisição de vacinas, desde que houvesse a liberação do governo federal. “Infelizmente, o governo impôs que, ao adquirir vacinas, devemos ceder metade da compra para o Plano Nacional de Imunização (PNI), o que inviabiliza qualquer iniciativa nesse sentido”, disse o prefeito. Ele c hegou a admitir que compraria inclusive imunizantes da marca Sputnik V, da Rússia, mas cuja entrada no país acabou vetada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Furlan também disse que, se houvesse facilidade propiciada pelo governo, estaria disposto a comprar “qualquer uma das vacinas” existentes no mercado.
Nesse sentido, o prefeito de Itapevi, Igor Soares (Pode), que também se fazia presente à reunião, pediu a palavra e informou aos presentes que houve uma iniciativa na região para aquisição da vacina da Pfizer. “Como vocês sabem, a Pfizer está instalada em Itapevi e, por iniciativa do nosso consórcio regional de prefeitos [Cioeste], tentamos contatos com a diretoria da empresa nesse sentido. Infelizmente, encontramos dificuldades impostas pelo PNI; e a própria empresa, vislumbrando problemas jurídicos para si, evitou a continuidade das conversas”, esclareceu o itapeviense.

CIDADE PREPARADA

Ao celebrar os números apresentados por sua assessoria, dos 100 mil testes e da aproximação das 100 mil vacinas aplicadas, Rubens Furlan também respondeu ao questionamento sobre a estrutura atual da cidade no enfrentamento da doença;
O prefeito informou que a estrutura montada vai além do que é atendido normalmente pelo setor da Saúde, com a adoção e oferta de 400 leitos. “Esse número, no entanto, segue a demanda da cidade pelos leitos”, disse Furlan, esclarecendo que, com a diminuição dos casos, há também a diminuição da estrutura, mas que ela retoma rapidamente em caso do aumento da demanda. “Se aumentar a demanda, imediatamente aumentamos a oferta de leitos. A pandemia está absolutamente controlada em nossa cidade”, encerrou Furlan.