Rogério Lins visita instalações da Uber e Ribamar pede informações à Câmara de São Paulo
Ainda repercute em Osasco a iniciativa de vereadores da Capital, na terça-feira da semana passada, dia 29/3, que, em nome de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) em andamento na Câmara Municipal de São Paulo, visitaram e fiscalizaram o endereço fornecido como sede da empresa Uber, de transportes por aplicativos. Ao investigar a possível “fuga” da empresa dos impostos paulistanos, os vereadores do município vizinho deixaram a cidade com afirmações de que as instalações da empresa em Osasco tem aparência de “sede de fachada”, apenas para pagar menos tributos.
No mesmo dia em que a matéria sobre o tema repercutia no jornal Página Zero, na sexta-feira, dia 1º de abril (ed. nº 1538), o prefeito de Osasco, Rogério Lins (Pode), acompanhado pelos secretários municipais, Éder Máximo (Planejamento e Gestão e interino de Comunicação), Gerson Pessoa (Tecnologia, Inovação e Desenvolvimento Econômico) e Pedro Sotero (Habitação), visitou as instalações da Uber, na região central da cidade.
A Prefeitura divulga que, depois de transferir sua sede para a cidade de Osasco em maio do ano passado, a empresa prepara novas e definitivas instalações na região da Vila Yara, com previsão de entrega ainda este ano.
O prefeito e os secretários foram recebidos pela gerente de Políticas Públicas da Uber Brasil, Gabriela Barbosa. Durante a visita, Lins aproveitou para lembrar que o município é um dos que mais gerou emprego entre os maiores empregadores do país em 2021, de acordo com dados do Caged do Ministério da Economia; além de ser sede para grandes empresas, como Bradesco, Mercado Livre, iFood, Rappi, Uber, 99, B2W Digital. Rogéro Lins repetiu o jargão adotado há alguns meses que, com a chegada de empresas voltadas à tecnologia, Osasco avança para transformar-se no que ele chama de “Vale do Silício brasileiro”.
A assessoria do prefeito não mencionou se ele fez referências à recente visita dos vereadores paulistanos à sede da empresa.
REQUERIMENTO PEDE INFORMAÇÕES
Ainda na semana passada, também o presidente da Câmara de Vereadores de Osasco, Ribamar Silva (PSD), havia adotado postura crítica em relação aos vereadores paulistanos, considerando que a presença deles numa cidade vizinha como Osasco, “é um desrespeito com nossa cidade”. Na sessão legislativa da terça-feira, 29/3, Ribamar chegou a insinuar que adotaria “providências judiciais contra a ação dos vereadores de São Paulo”.
Nesta semana, durante a sessão da Câmara de Osasco de terça-feira, 5 de abril, Ribamar apresentou em plenário o Requerimento nº 07/2022 para pedir informações sobre a visita de vereadores paulistanos à sede da Uber. No documento enviado à Câmara Municipal de São Paulo, o parlamentar solicita informações “sobre os indícios que comprovem as diligências em empresas sediadas em Osasco, bem como os eventuais ilícitos cometidos por tais empresas”.
Em material divulgado à imprensa, a assessoria da Câmara de Osasco não informou sobre qualquer iniciativa judicial que já tenha sido adotada pelo presidente do Legislativo.
CPI
Na Câmara Municipal de São Paulo continuam os trabalhos dentro da chamada CPI dos Aplicativos, que visa justamente apurar a “fuga” de tais empresas para cidades da região Metropolitana, com o propósito de se esquivar dos valores dos impostos. A esse tipo de empresa, por exemplo, o Imposto Sobre Serviços (ISS) cobrado em São Paulo é de 5% sobre o faturamento, enquanto em Osasco a taxa é de 2%.
Segundo dados difundidos pela Câmara Municipal de Osasco, no período entre 2014 e 2020 a Uber teria repassado em impostos, à Capital paulista, algo em torno de R$ 584 milhões em impostos.
Ainda na semana passada, ao confirmar a visita dos vereadores paulistanos à empresa em Osasco, a Câmara Municipal de São Paulo se manifestou e, em nota, afirmou: “Onde existir interesses da cidade de São Paulo em jogo, haverá atuação dos vereadores paulistanos”, em declaração atribuída ao presidente daquele Legislativo, vereador Milton Leite (União Brasil).
