André Sacco defende voto distrital para cidadão ficar ‘mais próximo’ do candidato eleito
O médico, ex-vereador e ex-secretário de Saúde de Osasco, Dr. André Sacco Júnior, visitou nesta semana, na segunda-feira, 4/7, a Redação do jornal Página Zero, onde esteve para comentar o momento político atual da cidade e região e também para apresentar sua pré-candidatura a deputado federal no pleito de outubro deste ano.
Cirurgião geral atuando há 42 anos, André Sacco cumpriu seu primeiro mandato como vereador no período de 1997 a 2000. No ano seguinte, em 2001, com a posse de outro médico, Celso Giglio, como prefeito eleito, foi convidado a assumir o comando da Secretaria de Saúde do município. Depois disso, cumpriu mais três mandatos como vereador (2005/2008, 2009/2012 e 2013/2016), filiou-se ao PSDB em meados de 2006 e, desde então, aliou-se ao trabalho do colega de profissão e partido, chegando a ser candidato a vice-prefeito na chapa de Giglio nas eleições de 2016. Naquele ano, a candidatura de Giglio foi impugnada, impedindo que o sonho de um novo mandato como prefeito fosse cumprido, interrompendo também a ascensão de Sacco como eventual vice-prefeito.
A ‘RETOMADA’
Quando encerrava seu último mandato como vereador, em 2016, André Sacco Júnior teve seu nome inserido a um processo do Ministério Público (MP), que listava 14 parlamentares da cidade em possível participação em esquema de “rachadinha” de salários de assessores. Aos poucos, a chamada “Operação Caça-Fantasmas” foi inocentando cada um dos vereadores citados, inclusive André Sacco, cuja sentença eximindo-o de todo o processo foi divulgada em janeiro deste ano. Ele enfatiza que não foi apenas absolvido por falta de provas, mas fez questão de ingressar na mesma Justiça que o julgava para que fosse reconhecida a inexistência dos fatos de que era acusado. “Sempre me senti tranquilo em relação a essas acusações infundadas, mas precisava dar satisfações à nossa cidade, aos nossos amigos; e a decisão do Tribunal nesse sentido, não reconhecendo nenhum fato para toda aquela agressão que sofri em 2016, encerra esse capítulo”. E completa: “Vencida essa etapa, graças a Deus, e diante da insistência de amigos e familiares, pude voltar a pensar em retomar projetos políticos”. Sacco diz que, para aceitar o desafio de uma pré-candidatura a deputado federal, teve conversações com lideranças do PSDB, como Marco Vinholi (presidente da sigla no Estado), Rodrigo Garcia (governador), Cláudio Piteri (presidente do partido em Osasco), Bruna Furlan (deputada federal), Rubens Furlan (prefeito de Barueri), Silas Bortolosso (ex-prefeito de Osasco); e mesmo de outros partidos, como o atual prefeito de Osasco, Rogério Lins (Podemos). “Todos eles ajudaram a formatar o modelo de minha pré-candidatura a deputado federal, que desenvolverei em dobradinha com a Bruna Furlan, atual pré-candidata a deputada estadual”, sinalizou.
VOTO DISTRITAL
Decidida a formatação de todo o processo, Sacco disse que agora está elaborando um “plano de ação” visando todos os municípios da região Oeste. “Eu sou um cara que defendo muito o voto distrital. Dentro desse conceito, acho que a nossa região tem a capacidade de eleger pelo menos 7 deputados federais e 10 deputados estaduais, o que traria muito mais força para todas as nossas cidades”. Ele acredita que, no modelo atual de eleição (sem o voto distrital) a cidade de Osasco, com aproximadamente 588 mil eleitores, perde aproximadamente 50% (metade) de seus votos a candidatos de outras regiões do Estado. “É direito de todo candidato, pelas regras atuais, buscar votos onde ele pretenda; mas o cidadão precisa entender que ele precisa votar nos candidatos da região, pois ele ficará mais próximo do eleito, ajudando a evoluir ainda mais a qualidade de vida da nossa população”.
O ‘APRENDIZADO’
André Sacco também conta a seu favor o tempo de convívio com o ex-prefeito Celso Giglio, prefeito de Osasco por duas vezes, deputado estadual por quatro mandatos e um como deputado federal. “Trago o aprendizado do caminhar com o Celso”, enfatiza o pré-candidato, adiantando, no entanto, que não deve usar o nome do colega falecido em 2017 na campanha: “Não devo usar o nome dele em vão ou aleatoriamente, mas tenho a oportunidade de demonstrar um aprendizado que ele me proporcionou. Ele não precisou me ensinar, mas na vida, a gente aprende com o comportamento de alguns desses ícones profissionais e políticos. O Celso foi um exemplo de como enxergar e administrar a cidade”.
‘CONSCIÊNCIA COLETIVA’
André Sacco também já teve a oportunidade de outras candidaturas a deputado. Em 2006, candidato a deputado estadual pelo PRP, obteve 10.337 votos; e em 2010, a deputado federal pelo PSDB, conquistou 16.634 votos. Em ambas oportunidades não conseguiu a eleição.
Sobre o que ele vê de diferente no momento atual, o pré-candidato avalia que “não tem muita diferença: o cidadão é o mesmo. A metodologia é que mudou: a diferença é que ela hoje é mais digital e, apesar de a campanha usar muito as redes sociais, não deixa de ser pessoal. Tenho 42 anos de atividade profissional; com mais de 40 mil cirurgias realizadas; um envolvimento profundo em favor do diabético em nossa cidade através da Associação Regional de Assistência aos Diabéticos (Arado) e 60 anos de convívio com a população. Esse envolvimento, seja pessoal ou político, me permite um contato mais direto com a população, o chamado contato pessoal; mas estamos reunindo algumas inteligências para também não ficarmos atrás nesse processo digital, com uma condição: sem fake news, só falando a verdade”.
Dentro desse processo que Sacco chama de “consciência coletiva” da cidade, ele cita uma de suas últimas atuações como vereador que, ao impedir o processo de desafetação de áreas de preservação de Osasco em troca da construção de um novo prédio para a sede da Prefeitura, conseguiu que a cidade deixasse de perder recursos em torno de R$ 700 milhões em patrimônio. “Hoje, com os sistemas de informação, você não precisa de grandes espaços para administrar ou para que a Prefeitura tenha uma nova sede; o que a cidade precisa é de hospital”, frisou.
Por fim, sobre o fato de que o surgimento de outras candidaturas possa dividir os votos e as pretensões eleitorais de muitos dos candidatos, Sacco avalia que “isso sempre existiu. O ideal seria termos apenas uma candidatura, com um grande apoio, mas é democrático que os políticos aspirem a cargos maiores, como por exemplo um vereador que queira ser candidato a deputado estadual ou federal. Se tais candidaturas se apoiam na intenção de ver sua cidade e sua região crescerem, tais candidaturas logicamente são válidas”.