Desde o início da campanha, o atual governador de São Paulo, Rodrigo Garcia (PSDB), encontrava dificuldades em deslanchar nos números. Mesmo largando de um patamar bem baixo, nas últimas semanas chegou a ameaçar uma reação, sempre apontando para os 18 pontos percentuais. Mas parou nisso!
Rodrigo Garcia, que foi vice-governador de João Doria (PSDB), que, por sua vez, se afastou do cargo para tentar disputar a Presidência da República, acabou na terceira colocação entre os principais candidatos; cumprirá seu mandato até o final deste ano e, com isso, irá interromper a longa jornada de poder do PSDB no Estado de São Paulo, iniciada em 1995, com o primeiro mandato de Mário Covas (já falecido). Depois disso, sempre pelo PSDB, vieram o próprio Mário Covas (em novo mandato), Geraldo Alckmin (duas vezes), José Serra, Geraldo Alckmin (mais duas vezes) e, por fim, João Doria e Rodrigo Garcia. Entre 2018 e 2019 o comando do Estado foi até exercido por Márcio França (do PSB), mas porque era vice de Alckmin, que deixou o posto para também tentar a Presidência da República.
Agora, a disputa para ver quem comandará os destinos do estado mais rico e populoso do país ficará, na disputa do 2º turno, entre os candidatos Tarcísio (Republicanos) e Fernando Haddad (PT).
Também por conta das pesquisas, em São Paulo foi registrada outra grande surpresa: Haddad liderou todo o tempo nos apontamentos apresentados, sempre beirando a casa dos 35% e também sempre à frente de Tarcísio, que ficava na casa de pouco mais de 20%. Após a apuração, no entanto, registrou-se o contrário, com Tarcísio atingindo 42,32% dos votos válidos (9,8 milhões de votos) e Fernando Haddad ficando na segunda posição, com 35,70% (8,3 milhões) – ver quadro. Rodrigo Garcia, como já se sabe, permaneceu na 3ª colocação, com 18,40% (4,2 milhões).
Durante o 1º turno, os dois candidatos evocaram para si a imagem de seus líderes em âmbito nacional – Tarcísio com Bolsonaro e Haddad com Lula – e devem repetir o procedimento neste 2º turno, que já começou, e cuja votação acontecerá no próximo dia 30 de outubro.
VANTAGEM PETISTA
NA REGIÃO
Assim como aconteceu na apuração para presidente, também a disputa para o governo paulista registrou vantagem do candidato petista na região Oeste da Grande São Paulo. Dentre os sete municípios da região, Fernando Haddad venceu em quatro (Carapicuíba, Itapevi, Jandira e Osasco); enquanto Tarcísio levou vantagem em apenas um (Barueri).
Deve-se registrar que, nesta região, era esperado um desempenho muito melhor do tucano Rodrigo Garcia que, além de despejar recursos e obras nos últimos meses, invariavelmente cumpria sua agenda de campanha nas cidades de seu entorno. Os prefeitos de Barueri (Rubens Furlan) e Carapicuíba (Marcos Neves) são do mesmo PSDB, se empenharam na campanha – principalmente Furlan – e apresentaram resultados pífios ao candidato. Onde Garcia teve melhor desempenho acabou sendo em Itapevi, onde ficou atrás apenas de Fernando Haddad.
Quem, no final das contas, pôde contabilizar algo positivo – apesar de uma campanha geral sem expressão – foi o ex-prefeito de Santana de Parnaíba, Elvis Cezar. Candidato ao governo pelo PDT, ele acabou na primeira colocação após a apuração de votos em sua Santana de Parnaíba (38% = 28 mil votos) e até na vizinha Pirapora do Bom Jesus (37% = 3,6 mil votos). Pelo menos em casa, continua gozando de certa hegemonia. No geral da campanha, em todo o Estado, Elvis ficou na 5ª posição, com 1,21% dos votos válidos e apenas 281,7 mil votos (ver quadro).
Dentre as vitórias de Haddad na região, onde ele obteve mais votos foi em Osasco (158,7 mil) e a maior diferença percentual entre ele e o segundo colocado Tarcísio foi em Itapevi: 41,02% a 28,46%, uma diferença de 12,56 pontos percentuais.