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Novas tarifas de ônibus já estão valendo nas cidades da região

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Foto: Arquivo/PZ

Presente de ano novo: ônibus já custam mais caros nas cidades da região

Como se não bastassem as contas de início de ano, como IPVA, IPTU, material escolar e etc, também os usuários do transporte coletivo de diversas cidades da Grande São Paulo receberam de seus respectivos prefeitos mais um “presente” para 2023: o reajuste na tarifa dos ônibus municipais.
Na região Oeste, como ocorre anualmente, tais tarifas são reajustadas com validade no primeiro dia útil do ano que se inicia. Mas a decisão ocorre dias ou semanas antes disso, ainda no mês de dezembro, e sempre precedida – ou não – de negociações com as empresas que fornecem o serviço de transporte coletivo, tratadas como concessionárias.
Se parte da população já aguarda esse reajuste anual, boa parte dela, no entanto, é pega de surpresa, sem que as administrações públicas anunciem tal medida, ao menos para que os passageiros possam se preparar adequadamente para pegar sua condução já no dia seguinte.

SEM INSTAGRAM, FACEBOOK…

Pelo contrário: em vez disso, o anúncio dos reajustes acaba ocorrendo por simples publicação de decretos nos respectivos “diários oficiais” de cada administração, sempre nos últimos dias do ano, quando a população está dispersa com seus preparativos para o convívio familiar ou em viagem.
Curiosamente, nos municípios da região, quase todos os prefeitos elegeram nos últimos anos, como via principal de comunicação com a população, suas redes sociais como o Instagram ou o Facebook. Nesses locais, todos podem ver prefeitos e outras autoridades exagerando em mensagens sobre todo o tipo de ação, inclusive até algumas de cunho particular; porém às vésperas de tais reajustes nenhum deles se dirigiu à população anunciando o aumento das tarifas de ônibus.
Seus setores de comunicação, normalmente bem aparelhados, também não enviaram informes à imprensa ou sequer prepararam comunicados à população.

AUMENTO DE R$ 0,30

No final das contas, em pelo menos quatro dessas cidades o reajuste das tarifas já começou a valer na segunda-feira, dia 2 de janeiro e, provando que também devem ter se reunido antecipadamente para adotar medidas semelhantes, os prefeitos de Osasco (Rogério Lins – Podemos), Carapicuíba (Marcos Neves – PSDB), Barueri (Rubens Furlan – PSDB) e Itapevi (Igor Soares – Podemos) publicaram decretos determinando que os reajustes nessas cidades tenham todos o mesmo índice de 6%, elevando as passagens de R$ 5,00 para R$ 5,30.
Em Osasco, o Decreto nº 13.649, datado de 28/12/22, foi publicado na Imprensa Oficial (Iomo), somente no dia 30/12/22. Em Carapicuíba, o Decreto nº 5.267, de 29/12, também foi publicado no Diário Oficial da cidade de 30/12/22. Em Barueri, o Decreto nº 9.719, de 29/12, foi publicado somente no Jornal Oficial de 31/12/22. Por fim, em Itapevi o Decreto nº 5.743, de 29/12, foi publicado no Diário Oficial de 29/12/22.
Em dois desses decretos, os prefeitos de Osasco, Rogério Lins, e de Itapevi, Igor Soares, acreditando que a população os leem, ainda adotam a estratégia de justificar que a medida é a “melhor possível”, dentro de um quadro que poderia ser “bem pior”. Nesses dois casos, eles admitem nos respectivos decretos que as empresas concessionárias de ônibus pediam um reajuste ainda maior e que, “pensando na condição financeira” da população, eles “permitiram” apenas o reajuste de R$ 0,30.
No caso de Osasco, Rogério Lins escreve que as empresas de ônibus pediam um reajuste de R$ 1,49, algo em torno de 29,8%; enquanto em Itapevi, Igor Soares informa que a empresa de ônibus local solicitava um reajuste de R$ 1,31, em torno de 26,2%.
Os prefeitos e suas equipes também sabem que essa é e sempre será a estratégia das empresas de ônibus, que pedem um valor maior para, no final das contas, receberem o reajuste determinado pela administração municipal e, naturalmente, terem argumento posterior para afirmar que prestam o serviço com valores abaixo de suas expectativas.
Com a argumentação tornada pública pelos decretos dos prefeitos, eles também comprovam que havia alguma tentativa de negociação anterior à decisão do reajuste, mais uma vez demonstrando que tiveram oportunidades de anunciá-la com antecedência à população, o que não fizeram.

PARNAÍBA CONGELA

Na contramão da decisão dessas quatro administrações, o prefeito de Santana de Parnaíba, Marcos Tonho (PSDB), resolveu manter o valor atual das tarifas nos ônibus municipais. Para não ficar apenas no discurso, na Imprensa Oficial da cidade de 31/12/22, ele fez publicar o Decreto nº 4.841 (de 29/12), determinando o “congelamento” dos valores em R$ 4,50 por cada viagem.
A manutenção do mesmo valor do ano passado, na verdade, estabelece o que foi reajustado ainda no final de 2018, com validade a partir de 1º de janeiro de 2019, quando o então prefeito Elvis Cezar reajustava as tarifas na cidade para R$ 4,50.
Portanto, em Santana de Parnaíba, desde 2019 o usuário de ônibus continua pagando os mesmos R$ 4,50.

Nas cidades da região os reajustes foram iguais, aumentando as tarifas para R$ 5,30 – Foto: Arquivo/PZ