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A inteligência artificial vai substituir o professor?

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Prof. Dr. Valmor Bolan

Em meio às tantas inovações tecnológicas que a cada dia vai nos surpreendendo, surge a pergunta: a inteligência artificial vai substituir o professor? Essa é uma pergunta que, num primeiro momento, podemos responder que não, porque o professor é insubstituível. Mas, na prática, o debate sobre o uso de tecnologias no processo educacional trata de questionamentos pertinentes quanto às preocupações de até onde a tecnologia poderá ir, que não comprometa a dimensão humana no relacionamento entre as pessoas e no próprio processo de aquisição do conhecimento e da aprendizagem.
Sabemos que “a inteligência artificial (IA), desde o seu surgimento na literatura ficcional, sempre provocou profundos debates transversais sobre a nossa condição como humanos”, como afirma Guilherme Tenher Rodrigues. E acrescenta: “O que ela é; quais são seus usos; o que ela pode se tornar; o futuro será moldado por ela ou não; como as sociedades se organizarão em torno dela; o desenvolvimento tecnológico inexoravelmente desembocará neste tipo de ferramenta; qual o papel das companhias de tecnologia e do Estado frente aos avanços da IA; como ela transformará o mercado, a geopolítica, as políticas públicas e ambientais, etc.; são alguns exemplos de indagações que ganham força dialógica quando ferramentas como a Chat GPT (uma enciclopédia digitalmente interativa) surgem como uma alternativa mediadora das relações culturais, políticas e socioeconômicas contemporâneas”. Tudo isso pode contribuir muito no processo ensino-aprendizagem, numa realidade cada vez mais desafiante.
O fato é que aluno e professor poderão (e deverão) se utilizar das inovações tecnológicas e até se beneficiarem da inteligência artificial, mas os especialistas entendem que não haverá uma substituição total do homem pela máquina, porque justamente a finalidade da Educação é formar o ser humano como pessoa, e a tecnologia pode ser mais um meio para a promoção humana, e não um fim. E somente na prática é que saberemos como encontrar o equilíbrio necessário, fundamental para o aprimoramento constante da Educação.

Valmor Bolan é doutor em Sociologia, professor, ex-reitor e dirigente do Conselho de Reitores das Universidades Brasileiras. É pós-graduado em Gestão Universitária pela Organização
Universitária Interamericana, com sede em Montreal-Canadá