Início Opinião Empatia: a prática da ternura e compaixão

Empatia: a prática da ternura e compaixão

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José Expedito

Nem sempre é fácil colocar-se no lugar de outra pessoa diante de uma situação delicada na convivência do dia a dia. Isso é sentir empatia, palavra que foi incorporada ao nosso vocabulário durante a pandemia da Covid-19, popularizou-se, e podemos dizer, que fica como uma herança bendita desse triste período que a humanidade atravessou.
Aprendemos que as medidas preventivas visam proteger não somente a nós, mas também quem está próximo da gente. Aprendemos a respeitar o tempo e o espaço de cada pessoa do nosso convívio, aprendemos também a compreender que alegrias e dores têm dimensões diferentes para cada pessoa.
A palavra empatia surge do termo grego “empatheia”, junção de em+patheia (pathos/paixão) e, nunca é demais reforçar, significa colocar-se no lugar do outro, enfrentando os desafios que a vida nos apresenta. É a linguagem do afeto e da compaixão, que todo o mundo sente e compreende.
Essa atitude é própria de quem cuida bem da outra pessoa, que se importa com alguém mesmo sendo um desconhecido, como narra o Evangelho do Bom Samaritano (Lc 10,30-37). A narração de Lucas conclui que o samaritano, ao cuidar daquele desconhecido e abandonado à beira da estrada, foi quem abriu seu coração e amou de verdade. Assim deve ser a vivência do segundo mandamento: “Amar ao próximo como a si mesmo”, com humanidade e doação.
Quem faz parte dessa aliança do bem cria e mantém laços de ternura e faz o impossível acontecer na vida das pessoas ao seu redor. Aliás, só quem ama é capaz de dar a vida, encontrar saídas, e trazer de novo a esperança de que podemos ser fraternos.
A propósito, a Campanha da Fraternidade deste ano aborda o tema: “Amizade Social”, com o lema: “Vós sois todos irmãos e irmãs” (Mt 23,8). Essa temática convida toda a igreja no Brasil a promover o olhar e o agir fraternos, com reflexões sobre valores como empatia, solidariedade, tolerância, justiça e paz. Assim, cada membro da igreja pode construir um ambiente melhor, sendo mais acolhedor e colaborativo nos ambientes familiar, escolar e do trabalho, onde todas as pessoas se sintam valorizadas e respeitadas em sua dignidade humana.
Concluo com uma Ordem do Senhor Jesus: “Tudo aquilo que quereis que os homens vos façam, fazei-o também vós a eles” (Mt 7,12). Conhecido como “Regra de Ouro”, este é um ensinamento universal, que permeia diversas culturas e religiões. E pode ser considerado como a base de todos os valores autenticamente humanos e cristãos, que consolidam a convivência pacífica, justa e solidária nas relações interpessoais e sociais.

José Expedito da Silva é jornalista, assessor de imprensa, e comentarista no jornal Café da Manhã, pela rádio Canção Nova