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Meu Brasil ideal

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Pedro Cardoso da Costa

Que, desde a tenra idade dos filhos, os pais deem início à abertura de uma conta bancária para irem depositando um pequeno valor, mesmo que esporádico, a fim de que quando o filho completar a maioridade tenha recursos para aquisição de um apartamento, a compra de um carro, ou para aquilo que ele julgar mais interessante.
Que todas as crianças e jovens possam ir à escola com a preocupação exclusivamente de aprender. E adquiram o conhecimento máximo para cada etapa do aprendizado. E pais, governos e sociedade se esforcem na busca de um ensino de qualidade, capaz de formar cidadãos com comportamentos adequados, como zelar pela escola, pela praça e por toda a sua cidade. Que essa preocupação se estenda para o estado e mesmo para o país.  Que os pais acompanhem de perto o aprendizado dos filhos.
Que acabe por se arraigar, de fato, a ideia de preservação geral dos monumentos e bens públicos. De escolas, de bibliotecas, de museus, de parques, de ruas, dos meios de transportes… Não como é hoje, quando pichar, amassar, destruir ou se apoderar se tornaram o hobby predileto de muitos. As cidades estão completamente destruídas. Inclusive o furto da moda são as tampas de bueiros.
Que os motoristas parem seus carros e suas motos quando o sinal amarelo acender e não acelerem como a maioria faz hoje. E deem preferência aos pedestres sempre, sem que eles precisem correr na faixa, sob o risco de serem atropelados.
Que cada indivíduo possa cuidar dos dentes preventivamente e chegue à velhice com sua arcada dentária completa. Salvo quando ocorrerem acidentes ou ocorra alguma doença a impossibilitar que isso seja evitado. Nunca, jamais, por falta de cuidados e de zelo.
Que os pais deem todas as vacinas aos filhos pequenos, e também se vacinem, façam todos os exames preventivos, especialmente os de toque, para os homens, e o exame de Papanicolau, para as mulheres.
Que cada indivíduo plante uma árvore em frente à sua residência e isso ajude a melhorar a arborização das cidades. Se morar na zona rural, que faça uma horta maior e, se na cidade, uma menor. Que cada um tenha recurso suficiente para se alimentar quando desejar. O mínimo de direito seria esse, a qualquer pessoa de qualquer país. Enquanto algumas pessoas passarem fome no planeta, o Brasil não será o país que se imagina. O planeta muito menos.
Como não há vida sem política, continuarei reivindicando todo tipo de melhoria, principalmente em relação à forma de se pensar a política e de se desempenharem suas funções de forma minimamente satisfatória.
Para um país que tem noventa milhões sem saneamento básico, trinta milhões sem água potável e tantos outros milhões que não têm moradia, que são analfabetos ou que são carentes de tudo, esse desejo torna-se pura utopia. Mas respondo com a frase do livro “Política – para não ser idiota”, de autoria de Mario Sergio Cortella e Renato Janine Ribeiro:  “Para que serve a utopia? Serve para isso: para que eu não deixe de caminhar”. Mesmo que tenhamos de pular algumas pedras.

Pedro Cardoso da Costa é bacharel em Direito, estabelecido no bairro de Interlagos, em São Paulo