Em Pirapora do Bom Jesus está instalado atualmente o segundo prefeito da região que poderia tentar a reeleição, Dany Floresti (PSD), e não o fez, abrindo mão da candidatura em prol de seu líder político, o ex-prefeito Gregorio (MDB).
Poderia se dizer que, tanto aqui, como em Santana de Parnaíba – com Elvis Cezar e Marcos Tonho – todos cumpriram o “teatrinho” da eleição onde apenas se aguardava o retorno do “chefe” ao posto de comando? Em Santana de Parnaíba a resposta a essa questão é muito clara nesse sentido; porém em Pirapora do Bom Jesus há um detalhe que impõe outras conjecturas: a disputa ferrenha, histórica e até sobre-humana entre os ex-prefeitos Gregorio e Raul Bueno (Republicanos). Ou seja: nessa celeuma, mesmo que desejasse, Dany Floresti não ingressaria.
Primeiramente, para que o eleitor e o leitor tenham ampla localização do cenário, devem lembrar-se sempre que o eleitorado de Pirapora do Bom Jesus, com 14.356 pessoas, é o menor de toda a região e, por isso, mesmo que as vitórias sejam computadas por percentual de votos válidos, de forma geral a quantidade deles, na comparação final, acaba sendo muito pequena.
Raul Bueno, por exemplo, já havia sido prefeito da cidade em três oportunidades (1992, 2000 e 2004) quando, em 2012, enfrentou e perdeu para seu então secretário de Administração, Gregorio Maglio. Naquela oportunidade, a vitória de Gregorio aconteceu por uma diferença de apenas 28 votos sobre Raul Bueno (3.621 votos contra 3.593, ou 40,17% contra 39,86% dos votos válidos).
Em 2016, Raul Bueno (no PTB) deu o troco e venceu Gregorio (no PMDB), com uma diferença maior, de 746 votos (4.973 a 4.227 votos ou 50,37% contra 42,82% dos válidos). Se a disputa entre ambos já era acirrada, nesse ano de 2016 ganhou ares de inimizade, já que, por conta de ações da campanha de Gregorio, o vitorioso Raul Bueno sequer assumiu o posto, já que foi impugnado pela Justiça Eleitoral. Em seu lugar assumiu o vereador presidente da Câmara, Dany Floresti.
Em 2018, em eleição suplementar, Gregorio (PMDB) venceu Andréa Bueno (PSDB), esposa de Raul, com 42,22% dos votos válidos contra 39,49% (3.861 a 3.611), uma diferença de apenas 250 votos. Na eleição seguinte, em 2020, ambos saíram do cenário e Dany Floresti, pupilo de Gregorio, venceu novamente a esposa de Raul, Andréa Bueno, por uma diferença de 810 votos (4.817 a 4.007 ou 47,01% a 39,10%).
No último dia 6 de outubro a contenda entre Gregorio (MDB) e Raul Bueno (Republicanos) voltou a se decidir em favor de Gregorio, que venceu o pleito por uma margem de 451 votos, obtendo 49,69% dos votos válidos (5.675) contra 45,74% de Raul (total de 5.224 votos) – ver quadro.
A população parece também estar muito envolvida com tal disputa, já que foi em Pirapora onde se registrou o menor índice de abstenção em toda a região Oeste, com 17,29% de ausência de eleitores; ou seja, 2.482 deles não compareceram. Também foi a cidade onde se apresentaram os menores índices de votos em branco (1,43%) e nulos (2,39%).
Raul Bueno, que era o prefeito com maior número de mandatos na cidade (com três), terá agora de ver o oponente Gregorio iniciar, também, o seu terceiro mandato a partir do próximo ano. Depois disso, muito provavelmente, ambos devem se preparar para uma nova disputa para ver quem chegará primeiro ao “teatra”, lá em 2028.
A partir de 1º de janeiro de 2025, o vice-prefeito de Pirapora do Bom Jesus será o vereador licenciado Luciano Motorista (PSD).
VICE-PREFEITO
Luciano Motorista (PSD)
Praticamente nada muda na futura composição da Câmara de Pirapora
Detentora do menor plenário dentre os legislativos municipais de toda a região Oeste com apenas 9 vereadores, a Câmara de Pirapora do Bom Jesus, após a abertura das urnas na eleição de 6 de outubro, revelou um dos menores índices de renovação. Desses 9 integrantes, 6 deles foram reeleitos (66,66%), sendo que os 3 novos integrantes representam o baixo índice de novidades em torno de 33,34%.
Isso tudo porque também já se sabia que um deles, Roge Baudichon (União), não retornaria, pois tentou sem sucesso a eleição como vice-prefeito do candidato majoritário Raul Bueno (Republicanos).
Também no aspecto de gênero nada se modificará: a única mulher presente atualmente, Katherine Silva (PSD), não foi reeleita, mas em seu lugar ocupará o posto único feminino no Legislativo a novata Jéssica da Farmácia (PSB). Ela estará ao lado de 8 representantes do sexo masculino.
Com tão poucas mudanças, a futura nova composição servirá pelo menos de alento ao prefeito eleito Gregorio (MDB), já que sua coligação composta por 8 partidos conseguiu ao menos eleger 7 dos futuros vereadores, que poderão “facilitar” a administração do futuro chefe do Executivo. São eles: Maurão do Lalado, Dito da Gema, Cidinho, Jéssica da Farmácia, Tatu, Ricardinho e Rodrigo Brito. Os outros dois (Helton Bananinha e Elias de Araujo) foram eleitos pela coligação que apoiou o candidato derrotado Raul Bueno e, obviamente, devem fazer oposição ao futuro alcaide.
O reeleito Helton Bananinha (Republicanos) saltou da 5ª colocação dentre os mais bem votados em 2020, quando obteve 259 votos pelo PSDB, para a primeira posição neste ano, com 479 votos; e, por isso, recebe o destaque da eleição de 2024.