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Não estrague a festa

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Mario Eugenio Saturno

Esse é o tempo de festividade em família e amigos, Natal e Ano Novo, momentos de encontro, mas também de muito desgaste, corridas de última hora ao supermercado, assados que ficam um pouco queimados e as tensões familiares. Para lidar com isso, Stephanie Preston, professora de psicologia da Universidade de Michigan, elaborou um guia para limitar o estresse das festas.
E o primeiro conselho é dar a si mesmo e aos outros um pouco de graça, não tem problema rir quando as coisas dão errado. Reunião familiar perfeita só na TV, na vida real, tudo é complicado e bagunçado. Somos todos humanos e precisamos saborear o momento. A vida não é uma festa, mas esses momentos podem ser.
Uma maneira de manter o estresse afastado é definir uma intenção para o dia ou semana e manter expectativas razoáveis. É preciso definir a participação de cada um. Há famílias em que um convida e banca a festa, outras que dividem financeiramente os gastos e outras que cada um contribui com um prato. A vestimenta também deve ser combinada, afinal, alguns combinam ir à missa e aparecer de calção e camiseta não será adequado.
A maioria das pessoas quer encontrar os entes queridos e mesmo os não tão queridos assim. Afinal, família é família. Então, é aproveitar o momento, estar presente e agradecido enquanto passa tempo com esses entes queridos, isso é mais importante que a própria comida e bebida.
Membros da família que não concordam ou não se dão bem, especialmente nesses tempos políticos, podem ser uma grande fonte de estresse para todos. Assim, as regras de convivência devem ser estabelecidas com antecedência e, inclusive, o que conversar ou não conversar. Alguns parentes podem estar combinados para manter o espírito das festas.
Alguns familiares podem viver em regiões distantes e essas festividades de fim de ano são uma oportunidade de encontro. O importante em um feriado é descansar e se conectar com pessoas de quem você gosta.
Os mecanismos de enfrentamento insalubres são problemáticos a qualquer tempo, mas podem piorar durante as festas. As pessoas são tiradas de suas zonas de conforto, estabelecem altas expectativas e interagem com mais pessoas. Beber excessivamente é um dos hábitos comuns, pois as pessoas confiam no “lubrificante social”, dão a si mesmas algo para fazer em momentos incertos e se recuperarem do estresse.
Mas quando o desejo de beber, usar drogas, comprar, comer ou evitar pessoas prejudica seu próprio objetivo de aproveitar as festas, é hora de ajustar. Deve-se procurar um amigo ou parente que entenda seu problema e deixar-se ajudar.
E para aqueles que estão sós, se não for convidado por algum amigo, considere convidar alguém que também esteja isolado para juntar-se a você. Diversas pesquisas mostram que a solidão prejudica nossa saúde física e mental. Se não for encontrar amigos, uma boa alternativa é ajudar outras pessoas, mesmo estranhas, como em um serviço voluntário, como em grupos religiosos para fazer e distribuir refeições, brinquedos para crianças carentes, etc.
Desejo a todos um Feliz Natal e Bom Ano Novo!

Mario Eugenio Saturno é tecnologista sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e congregado mariano