O governador do Estado, João Doria (PSDB), decidiu prorrogar por mais 15 dias a quarentena em todos os 645 municípios de São Paulo, prolongando-a até 22 de abril. O anúncio foi feito em entrevista no Palácio dos Bandeirantes na segunda-feira, 6/4, a e decisão teria sido tomada após reunião com 15 médicos do Centro de Contingência do coronavírus, que apontaram que o contágio já chegou a 100 cidades paulistas e mais de 400 hospitais públicos e privados. Projeções apontam que prolongar o distanciamento social poderá evitar mais de 160 mil mortes em todo o Estado.
“A prorrogação da quarentena será feita por mais 15 dias, do dia 8 até o dia 22 de abril, em todo o Estado e pelas razões que foram largamente expostas por cientistas, médicos e especialistas. Prefeitas e prefeitos terão o dever e a obrigação de seguir a orientação do governo do Estado. Isto é constitucional, não é uma deliberação que pode ou não ser seguida”, afirmou o governador.
“Nenhuma aglomeração de nenhuma espécie em nenhuma cidade de São Paulo será admitida. As Guardas Municipais ou Metropolitanas deverão agir e, se necessário, recorrer à Polícia Militar para que imediatamente possa haver a dissipação de qualquer movimento ou aglomeração de pessoas. Esta é uma deliberação que deverá ser rigorosamente seguida pela população do Estado de São Paulo na defesa de suas vidas e de seus familiares”, acrescentou Doria.
Seguindo o mesmo exemplo, diversas cidades do Estado – inclusive da região Oeste – começam a editar decretos adotando prorrogação de prazo.
AUMENTO DE ÓBITOS
Quando fez o anúncio, na segunda-feira, o governo paulista divulgou que o número de 275 mortes pela Covid-19, entre 17 de março e 5 de abril, já era quase igual ao total de 297 óbitos por gripe registrados ao longo de 2019. As internações de pacientes com a confirmação da doença em leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) cresceram 1.500% desde 20 de março, passando de 33 para 524, no último dia 3. As mortes subiram 180% em uma semana.
Conforme projeção do Instituto Butantan, centro de pesquisas biomédicas vinculado à Secretaria de Estado da Saúde, a prorrogação da quarentena poderá evitar 166 mil óbitos em São Paulo, além de 630 mil hospitalizações e 168 mil internações em UTI.
Os serviços considerados essenciais continuam em funcionamento, como nos primeiros 15 dias da quarentena.