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Depois de rebaixar todo o Estado para a fase amarela, governo de SP apela a prefeituras por testagem do coronavírus

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As cidades da Região Metropolitana e de todo o Estado de São Paulo têm se mobilizado nas últimas semanas em razão do aumento de casos do novo coronavírus e, principalmente, do aumento de internações e uso de leitos nos hospitais das redes pública e privada. Como mais um esforço para reforçar as ações de enfrentamento à pandemia de Covid-19, na segunda-feira, 30/11, o governador João Doria (PSDB) anunciou o retorno de todas as regiões do Estado à fase amarela do Plano São Paulo de controle sanitário e flexibilização econômica até o dia 4 de janeiro.
“É uma medida de prudência que estamos tomando para melhorar o controle da pandemia. Precisamos do apoio da população e de micros, pequenos, médios e grandes empresários. E o contínuo apoio dos verdadeiros heróis que são os profissionais de saúde que, em São Paulo, já ajudaram a salvar milhares de vidas e continuarão a fazê-lo”, disse Doria.
Segundo o governo, a decisão recebeu aval de médicos especialistas do Centro de Contingência do Coronavírus em São Paulo. A medida não fecha setores econômicos em nenhuma das 645 cidades paulistas, mas fortalece ações de restrição a aglomerações.

AS RESTRIÇÕES

Com o regresso geral à terceira das cinco fases do Plano SP, atividades em bares, restaurantes, academias, salões de beleza, shoppings, escritórios, concessionárias e comércios de rua voltaram a ter limitações de horário e de público.
O atendimento presencial em todos os setores ficou restrito a dez horas diárias, sequenciais ou fracionadas, e a 40% de capacidade. Os estabelecimentos terão que fechar o atendimento local até as 22 horas. Todos os eventos com público em pé estão proibidos na fase amarela.
Outra medida decidida pelo Estado é a redução do prazo de análise dos dados da pandemia e capacidade de atendimento hospitalar por região. A medição de médias móveis de casos, mortes e taxas de internação de pacientes com Covid-19 passou a ser considerada em intervalos de sete dias, e não mais a cada quatro semanas.
A decisão de segunda-feira não deverá alterar a programação de volta às aulas da Secretaria de Estado da Educação. Tampouco há previsão de novo fechamento de escolas para aulas presenciais com limitação de alunos por turmas e turnos.
“Os dados dos últimos dias sustentam a necessidade de políticas mais restritivas, que reduzem aglomeração e circulação de pessoas”, afirmou o secretário de Saúde, Jean Gorinchteyn. “Amarelo quer dizer atenção e respeito às regras sanitárias, evitando aglomerações, festas e encontros que estão levando o vírus a circular mais entre a população”, acrescentou.

APELO

Já na terça-feira, dia 1º/12, Doria participou de uma videoconferência com prefeitos e autoridades locais de saúde de 62 cidades em atenção após aumento de casos e internações por Covid-19. O Estado reforçou a parceria com os municípios e pediu a ampliação de testagem, rastreamento de casos confirmados e suspeitos, uso obrigatório de máscaras e fiscalização rigorosa contra aglomerações e festas clandestinas. Para o governador, a colaboração dos prefeitos é fundamental para que o Plano São Paulo de controle da pandemia e flexibilização de atividades permita novas progressões em janeiro.
“Em nome da preservação da vida, vamos precisar muito da cooperação de todos assim como já obtivemos ao longo dos meses, mas especialmente neste final do ano. Reconhecemos que as pessoas estão cansadas dado o longo período dessa pandemia. Mas, até a chegada da imunização com as vacinas, não temos outra arma senão a proteção com máscaras, uso de álcool em gel e higienização das mãos, com distanciamento social e evitar aglomeração de pessoas”, declarou Doria.
Jean Gorinchteyn explicou aos prefeitos que a ampliação das taxas de testagem é uma arma para monitoramento e controle da pandemia. Diagnósticos positivos precisam ser acompanhados de rastreamento das pessoas que tiveram contato com o paciente, mesmo que estejam assintomáticas. “Temos que testar os pacientes que têm poucos sintomas, como dor de garganta, nariz entupido e febre. E todas as pessoas que estiverem no entorno, os contactantes também devem ser monitorados do ponto de vista clínico e, se necessário, a testagem. Testar de forma precoce e isolar os pacientes é controlar a disseminação do vírus na nossa população”, disse.
Em outra frente, o secretário de Desenvolvimento Regional, Marco Vinholi, pediu que as Guardas Civis e a Vigilância Sanitária dos municípios sejam rígidas para coibir aglomerações em ambientes públicos e privados.
O governo de São Paulo anunciou que vai garantir apoio da Vigilância Sanitária Estadual a ações municipais e aumento de operações na Grande São Paulo, Interior e Litoral.
A Polícia Militar também poderá ser acionada para garantir a segurança de fiscais, principalmente em ações noturnas.
Os municípios em atenção possuem mais de 70 mil habitantes e apresentam, segundo a atualização mais recente do Plano São Paulo, ocupação média de leitos acima de 75% ou aumento de internações em mais de 10%, na comparação dos últimos sete dias com o mesmo período anterior.

OSASCO E PIRAPORA FORA

Das 62 cidades que participaram da videoconferência, cinco delas integram a Região Oeste Metropolitana, cujos dados de aumento de registro de casos ou ocupações de leitos preocupam as autoridades estaduais: Barueri, Carapicuíba, Jandira, Itapevi e Santana de Parnaíba. Apenas duas delas ficaram de fora: Osasco e Pirapora do Bom Jesus.
Dessas duas, a Prefeitura de Osasco se manifestou nesta semana, enaltecendo o fato, mas não deixando de manter alerta a população. Em nota à imprensa, a administração municipal reforçou que na quarta-feira da semana passada, dia 25/11, o prefeito Rogério Lins já havia anunciado medidas como a reabertura de forma preventiva de leitos do Hospital de Campanha na Policlínica da zona Norte e a intensificação da testagem com o RT-PCR. E salientou: “A colaboração da população é muito importante no enfrentamento ao vírus; como o uso de máscara, álcool gel e evitando aglomerações é possível viver o novo normal”.

A FASE ‘ERA’ VERDE

Desde o dia 6 de outubro, a Grande São Paulo e as regiões da Baixada Santista, Campinas, Piracicaba, Sorocaba e Taubaté estavam na fase verde, a penúltima prevista pelo Plano SP. No dia 16 de novembro, o governo do Estado decidiu adiar nova reclassificação devido à instabilidades de dados do Ministério da Saúde.
Se tivesse sido mantido, o cronograma anterior deixaria 89% da população do Estado na fase verde, com o progresso de outras seis regiões. Com a verificação dos dados atualizados de avanço de casos e internações por Covid-19, o governo de São Paulo optou pela ampliação de medidas de distanciamento social.
O governador reforçou o apelo para que toda a população mantenha o engajamento e a mobilização para conter a pandemia. “Até a chegada da vacina e a imunização dos brasileiros, precisamos ter cautela e muita orientação, principalmente aos mais jovens. Por favor, evitem aglomerações, usem máscaras, lavem as mãos e compreendam que a Covid-19 não foi embora”, frisou Doria.

Autoridades estaduais participaram de videoconferência com prefeitos