Barueri e Carapicuíba comemoram aniversário de emancipação impedidas de festejos pela pandemia
As cidades de Barueri e Carapicuíba, duas integrantes da Região Metropolitana Oeste da Grande São Paulo, comemoram no mesmo dia, nesta sexta-feira, 26, seus respectivos aniversários de emancipação político-administrativa. Barueri, mais antiga, completará 72 anos, enquanto Carapicuíba celebrará 56 anos.
Assim como já foi verificado no ano passado, em razão da pandemia de Covid-19 nenhuma ação festiva estava programada para ambas as cidades e, até o fechamento desta edição, também não havia informação sobre cerimônias solenes entre as autoridades públicas municipais.
BARUERI: 72 ANOS
O povoado de Barueri teve início em 1560, quando o padre José de Anchieta ergueu uma capela em louvor à Nossa Senhora da Escada, às margens do rio Tietê, pouco acima da confluência do rio Barueri Mirim, e que hoje é o templo da Padroeira da cidade.
A partir da igreja, o lugar cresceu rápido, tornando-se um dos mais importantes aldeamentos de índios no Brasil colônia, alvo de bandeirantes que os aprisionavam para emprego como mão de obra escrava. O vilarejo conseguiu sobreviver com ajuda dos padres jesuítas.
Com o decorrer dos anos e o notório crescimento, a Aldeia chegou a povoado e, posteriormente, já em 1809, à categoria de freguesia.
Em 1870, iniciou-se a construção da Estrada de Ferro Sorocabana, e em 1875, com a inauguração do primeiro trecho, Barueri ganhou sua estação ferroviária, tornando-se importante entreposto de cargas, rota obrigatória na ligação da Capital, São Paulo, com Santana de Parnaíba e Pirapora do Bom Jesus.
Pertencente ao município e Comarca de Santana de Parnaíba, Barueri crescia a olhos vistos, suplantando a pacata e bucólica Parnaíba.
O movimento emancipacionista permitiu a criação do município de Barueri pela lei número 233, de 24 de dezembro de 1948, sancionada pelo então governador do Estado, Adhemar de Barros. Em 26 de março de 1949 instalou-se o governo municipal e a primeira Câmara de vereadores. Em 8 de dezembro de 1964 foi promulgada a lei que instalou a Comarca de Barueri. O desenvolvimento econômico de Barueri ganhou força a partir de 1973, quando a Câmara Municipal aprovou a Lei de Zoneamento Industrial que permitiu o surgimento de polos empresariais como os de Alphaville, Tamboré e Jardim Califórnia e, mais recentemente o Distrito Industrial do Votupoca.
O nome Barueri deriva da mistura da palavra francesa barriére (barreira, queda, obstáculo) com o vocábulo indígena mbaruery (rio encachoeirado), significando, portanto, barreira que encachoeira o rio, visto que a área ficava na bifurcação do Anhembi, como era chamado o Tietê.
O vocábulo Barueri em tupi guarani não quer dizer flor vermelha que encanta, como muitos acreditam. Talvez pelo fato de, às margens do rio Barueri Mirim existirem, há muitos anos, flores vermelhas (hibisco) deu-se esta associação.
“Flor vermelha que encanta” é, na verdade, uma espécie de slogan associado a Barueri, o nome da cidade.
Atualmente, Barueri é uma das cidades mais ricas do Estado de São Paulo com um dos maiores Produtos Internos Brutos (PIB) paulistas. Com sua área demarcada em 65,701 quilômetros quadrados (km²), a sua população estimada em 2020 pelo IBGE era de 276.982 pessoas. Barueri é administrada pelo prefeito Rubens Furlan (PSDB). A Câmara conta com 21 vereadores e está sendo presidida pelo vereador Toninho Furlan (PDT).
O dia 26 de março é feriado municipal em Barueri.
CARAPICUÍBA: 56 ANOS
A origem de Carapicuíba remonta à fundação da Aldeia Jesuítica em 1580, pelo Padre José de Anchieta, preservada até os dias de hoje como principal ponto turístico da cidade. O povoamento foi uma das doze aldeias fundadas por Anchieta (por volta de 1580), para preservar a educação e a moralização dos silvícolas. Praticamente, pouco se desenvolveu até a chegada dos trilhos da velha estrada de ferro Sorocabana. A Aldeia, entretanto, não escapou das expedições bandeirantes que exploravam a mão de obra indígena para cultivo em lavouras.
Em 1928, Carapicuíba já era distrito policial. Na década dos anos de 1930, os pioneiros acreditavam no povoado que nascia porque a região possuía clima e terras propícios para a cultura de batatinhas, cereais, legumes e hortaliças, onde se cultivavam também o castanheiro europeu e amoreiras.
Existem várias versões sobre o significado da palavra Carapicuíba: pau podre, aquele que se reúne em poços, cascudo, escamose, etc., mas segundo o Departamento de Lingüística e Línguas Orientais, a palavra vem de cara +picú + iba, ou seja: cará ou acará: peixe; picú ou pucú: comprido; iba: ruim, que não serve para ser comido. Assim, Carapicuíba é o nome do peixe: ‹cará comprido› que não pode servir para ser comido, por ser venenoso como o baiacu.
Carapicuíba não só fez parte de Barueri, como também de Cotia, São Paulo e de Santana de Parnaíba, e foi elevada à condição de munícipio e recebeu impulsos decisivos após integrar a Estrada de Ferro Sorocabana, hoje Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM).
Os anos em que esteve anexada a Barueri foram de 1949 a 1964, quando o movimento emancipacionista cresceu. Em fevereiro de 1964, pela lei nº 8.092, tornou-se distrito, e em 26 de março de 1965 assumiu o primeiro prefeito, Amos Meucci, que administrou a cidade até 1973.
Carapicuíba também comemora com tanta ênfase quanto o aniversário de sua emancipação a data dedicada em louvor do padroeiro, São Pedro, em 29 de junho. Os moradores tradicionalmente também cultuam, ainda, as festas de Santa Cruzinha (1 a 4 de maio) e a da fundação da Aldeia e a de Santa Catarina (24 e 25 de setembro).
A extensão territorial da cidade, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) é de 34,546 km² e sua população (estimada em 2020) é de 403.183 pessoas. O atual prefeito é Marcos Neves (PSDB), que cumpre seu segundo mandato, depois de também já ter sido vereador e deputado estadual. A Câmara Municipal é composta por 17 vereadores e seu presidente é o parlamentar Guto Carapicuíba (Pode).
O dia 26 de março é feriado municipal em Carapicuíba.