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VOLTAM OS DEBATES

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De Paula
Lindoso
Jânio
Rodrigo
Fábio
Zuffa
Furlan
Emília
Neves
Viana

VOLTAM OS DEBATES

Como já era previsto, as câmaras municipais da região e de todo o país retomaram seus trabalhos legislativos nesta semana e, com eles, também voltam os debates entre seus integrantes; situação historicamente comum no dia a dia desses legislativos: afinal, durante todos os anos, quase sempre os vereadores de oposição identificam o microfone da Câmara como única alternativa para expor suas ideias, contrapostas, é claro, por aqueles de situação.
Daí, os debates.

COLOCANDO
O CABRESTO

Essa característica dos legislativos, no final das contas, é importante: tirando-se os excessos, os exageros e até as invenções e mentiras de lado a lado, o debate é fundamental, pois que senão fica tudo naquela historiazinha do cabresto, em que cada um abaixa a cabeça esperando apenas o laço para comandá-lo.
É mais ou menos assim que funciona em boa parte dos legislativos que não debatem: “quem vota a favor, permaneça como está”…e fica todo o mundo do jeitinho que está…

CENÁRIO DIFERENTE

Mas, diferentemente da rotina dos três anos anteriores, este 2020 apresenta um diferencial nesses debates, que é o componente eleitoral. Sim, porque além das contraposições comuns nesse dia a dia dos vereadores, há a intenção de se aparecer mais do que o normal, visando à obtenção de votos para a eleição de outubro próximo.

CLARO E DIRETO

Mas, não se engane: essa intenção de obtenção de votos permeia o trabalho dos vereadores durante os quatro anos de seus mandatos. Alguns até tentam fazer algo positivo pela cidade, mas também estão atrás de votos por esse trabalho.
O que difere o período é que, a partir de agora, muito deles apresentam direta e claramente suas intenções.

AINDA NO PÁREO

Este é o caso, por exemplo, do vereador osasquense De Paula (PSDB), que aproveitou o retorno dos trabalhos para divulgar (e lembrar) que, assim como já declarara no ano passado, pretende continuar, sim, sua luta para ser indicado pelo seu partido a candidato a prefeito.

INTERVENÇÃO

De Paula e outros líderes tucanos foram surpreendidas no final do ano passado quando a direção estadual do partido decretou intervenção no diretório municipal, nomeando seu colega vereador Dr. Lindoso para a presidência da legenda na cidade.

CAMINHO ‘TRANQUILO’

Lindoso, como todos sabem, é candidatíssimo a prefeito e a “posse” do partido lhe permite navegar tranquilamente rumo a esse objetivo. Ou seja: a pretensão de De Paula tem justamente a função de impedir esse aparente “caminho natural” das coisas.

ÁGUA PARA ROLAR…

De Paula avalia que a direção estadual do PSDB certamente irá reconhecer a autonomia da esfera municipal para resolver suas questões e avalia que, por ser ainda início de ano, muita água poderá rolar por debaixo da ponte. “Estamos apenas começando o segundo mês do ano. Muita coisa ainda vai acontecer. Estou confiante porque o cenário que se apresenta tem sido favorável. A direção estadual do PSDB vai acabar entendendo que o diretório municipal é soberano para tomar decisões”.

PRÉVIAS

De Paula defende ainda que o partido promova internamente – através de prévias – a escolha do melhor candidato para representá-lo: “… as prévias são a melhor saída para definir quem tem mais capacidade para representar o partido na eleição para prefeito”, encerrou.
Lindoso, certamente, não deve estar gostando nem um pouquinho disso…

CLIMA DE DESPEDIDA

Em Barueri, o tema eleição também foi tratado diretamente e de forma diferente: o naturalmente explosivo Jânio Gonçalves (MDB) foi muito tranquilo à tribuna da Câmara na terça-feira, 4/2, para praticamente se despedir do mandato que cumpre pela sexta vez.
Confirmando o que já havia anunciado anteriormente, Jânio disse que neste ano trabalhará como uma espécie de orientador da campanha do filho, que pretende dar sequência ao trabalho político do pai.

‘LOCUTORZINHO’

Mas, quem tocou diretamente no assunto “eleição” foi o também vereador barueriense Rodrigo Rodrigues (PV) e não o fez de forma delicada, não: foi direto e contundentemente ao ponto!
Referindo-se claramente ao locutor e apresentador Fábio Teruel (Pode), mas sem citá-lo nominalmente, Rodrigo não poupou palavras, chamando-o de “locutorzinho de Osasco”.

‘FURLANZINHO’

Mas o vereador foi mais adiante, dizendo que o locutor “quer vir à cidade e desacatar o prefeito. Tem que respeitar as pessoas, o prefeito”, salientou na sessão desta semana. Rodrigo disse ainda que ele [o locutor] é um “aproveitador” e encerrou o discurso propondo: “Esperamos ele aqui com sua candidatura, pois o furlanzinho vai ensinar a ele como se faz uma campanha”.

‘NÃO HÁ NADA’

O também vereador Wilson Zuffa (Republicanos), que ocupava a tribuna nesse momento e cedeu parte do seu tempo para a fala de Rodrigo Rodrigues, aproveitou a ocasião: também sem citar o nome de Fábio Teruel, disse não ter o que falar sobre o locutor, “pois não há nada a se falar dele”.

PELO WAZE

Zuffa também foi além: “Como um bom político, é um excelente radialista”, afirmou comentando que Teruel sequer conhece a cidade: “Se soltar ele no Califórnia, vai ter que usar o Waze”, completou.

NOME NA LISTA

Só para refrescar a memória, desde o ano passado o apresentador e radialista Fabio Teruel tem usado seu programa e redes sociais para criticar o prefeito Rubens Furlan (PSDB); em alguns momentos insinuando se apresentar como opção de voto à população.
Depois disso, assumiu a presidência do Podemos em Barueri, dando margem às especulações de que seja realmente candidato a prefeito na eleição de outubro.

FALA, LEITOR!

Esta última da semana não tem a ver com a política eleitoral diretamente, mas serve para mostrar como normalmente as coisas funcionam nos bastidores, para desespero do leitor Rodolfo Filho, que escreveu para o jornal Página Zero.
Ele se surpreendeu com a iniciativa da vereadora carapicuibana Emília Ramalho (Pros), que apresentou no final de janeiro – antes da volta do recesso – um Projeto de Lei (PL) pelo qual pretende homenagear um cidadão de destaque da cidade.

‘VISIONÁRIA’

A coisa é mais ou menos assim: o PL nº 2.615/2020 é datado de 20 de janeiro e procura dar o nome de José Fernandes Viana Filho ao novo Centro de Educação, Esporte, Arte e Cultura (Ceeac) que a Prefeitura pretende construir no bairro da Cohab. O problema, segundo o leitor, é que a obra só foi anunciada pelo prefeito Marcos Neves (PV) em cerimônia que ele comandou cinco dias depois, em 25 de janeiro, o que transformaria a vereadora numa espécie de “visionária”.

ANTES DOS OUTROS

Apesar do “espanto” do leitor, isso é o que normalmente ocorre nessa relação entre os poderes: o vereador sabe antecipadamente da obra, às vezes divulgada pelo próprio prefeito e, antes que os demais façam, já apresenta sua sugestão de nomenclatura ou outras quaisquer.

NOME AO NADA

Mesmo que essa prática seja normal, não deveria ser comum. Afinal, como o próprio leitor argumenta, à medida que se apresenta ou se aprova um projeto nesse sentido, “está se aprovando algo para o nada”.
Está certo: se o Centro ainda nem existe, fica realmente difícil se dar um nome a ele.

CUIDADOS
NECESSÁRIOS

A favor da vereadora existem dois argumentos: o primeiro é que, mesmo datado de 20 de janeiro, o PL só foi protocolado na Câmara no dia 31/1; portanto depois que o prefeito anunciou a intenção da obra. O outro é que, no final das contas, ela pode muito bem apresentar sua sugestão e, se aprovada, já dará o nome pretendido desde o projeto da obra. Não há nada de errado nisso.
O que é necessário, às vezes, é atentar-se para que as ações do Legislativo ou do Executivo não caiam nesse conceito da população que, em boa parte, já acredita que os políticos em geral não fazem nada…ou dão nomes a coisa nenhuma.

JUSTA HOMENAGEM

Aliás, para encerrar, uma ressalva muito importante deve ser feita: a proposta de homenagem da vereadora Emília tenta dar o nome de José Fernandes Viana Filho ao novo Centro. O “Professor Viana”, como era conhecido, ajudou a formar boa parte da juventude carapicuibana; alguns deles hoje no comando político ou empresarial da cidade. Querido por todos, foi uma dos formadores da cultura local e, falecido em 2007, já deveria ter dado o nome a um ou diversos próprios públicos de Carapicuíba.
Que a discussão sobre datas ou iniciativas não desmereçam a intenção de homenageá-lo!