Entre os dias 3 e 4 de abril encerrou-se o período do calendário eleitoral deste ano para que os vereadores que irão tentar a reeleição em outubro mudassem de partidos políticos sem incorrer em sanções previstas na legislação que aborda a fidelidade partidária.
Por um período curto, que começou a contar em março, os vereadores aproveitaram a chamada “janela partidária” para procederem a tais alterações. E como aproveitaram: impedidos desse tipo de mudança depois de eleitos (a não ser que bem justificada), os vereadores da região mudaram de legendas em massa. Ou seja: dos 115 parlamentares das sete principais cidades da região Oeste, 56 deles aproveitaram a “janela” para escolher nova agremiação partidária. Esse número significa 48,7% de todo o total de vereadores da região.
A cidade que proporcionalmente teve maiores alterações foi Jandira, que, dos 13 que integram a Casa de Leis, 8 mudaram de legenda (61,5%); enquanto a que teve menor percentual de alterações foi Pirapora, com 33,3%, ou seja, apenas três dos nove edis trocaram de partido.
Depois de todas as modificações, o partido que mais obtém cadeiras entre as 7 cidades é o PSDB, com 18 (15,6%). Além de o partido ter como líderes os prefeitos de Barueri, Rubens Furlan; e Santana de Parnaíba, Elvis Cezar; também a “janela partidária” permitiu que o carapicuibano Marcos Neves rumasse para o ninho tucano, deixando o Partido Verde. Outras bancadas com números expressivos na região são o Podemos (12 cadeiras), PSD (11) e o PTB (10).
Por outro lado, o partido que mais perdeu em toda a região foi o PV: das 9 cadeiras que ocupava em todos os sete legislativos, perdeu todas as 9 e não terá mais nenhuma representatividade até as novas eleições, ainda programadas para 4 de outubro, enquanto não houver adiamento já solicitado por alguns setores em razão da pandemia do coronavírus (Covid-19).
As mudanças em cada uma das cidades seguem nos tópicos e quadros abaixo:
OSASCO: PSD E DEM NA FRENTE
Na Câmara Municipal de Osasco, algumas das principais mudanças já haviam sido anunciadas antes do fechamento da “janela eleitoral”, como o Dr. Lindoso, que depois de um clima insuportável dentro do PSDB, deixou o ninho tucano e foi para o Republicanos, possivelmente para lançar-se candidato a prefeito. A bancada do partido, que tinha apenas um vereador (Ricardo Silva), ficou agora com dois, já que Ralfi Silva também ingressou na legenda.
A outra mudança de peso, também anteriormente anunciada, foi a do presidente do Legislativo, Ribamar Silva, que estava sem partido (foi eleito pelo PRP) e ingressou no PSD e que agora terá Ricardo Silva como companheiro.
A bancada do PSD, com três vereadores, será a maior da Câmara em termos de quantidade, já que a Ribamar e Ricardo, junta-se também Josias da Juco, que permaneceu na legenda. Da mesma forma, o DEM, que não tinha representação, passou, de repente, a ter três: Alex Sá, Claudio da Locadora e Jair Assaf (ver quadro). O PSDB, ao perder Lindoso, deixou também o status de maior bancada da Câmara, já que ficou com apenas dois, De Paula e Didi.
No geral, dos 21 vereadores osasquenses, 11 mudaram de legenda (52,3%). Um deles, Tinha Di Ferreira (PTB), ainda não havia divulgado a qual legenda se filiou, até o fechamento desta edição.
CARAPICUÍBA: PREFEITO PUXA
Apesar de a análise desta matéria se referir às mudanças dos vereadores, em Carapicuíba acabou acontecendo a troca de partido mais representativa em toda a região, já que o prefeito Marcos Neves deixou o PV (como já era esperado) e assinou com o PSDB (como não era esperado). Foi o único prefeito da região a mudar de partido.
Com isso, acabou também “puxando” ao menos três vereadores para a legenda: Fabinho Reis (ex-PSD), Ronaldo Souza (ex-Solidariedade) e Dr.Vong (ex-PV). Passa a ser, ao lado do Partido Liberal (PL), a maior bancada da Câmara, com três vereadores.
Como era aguardado, com a saída do prefeito do Partido Verde, todos os quatro vereadores que faziam do partido o maior do Legislativo também deixaram a legenda, aniquilando sua representatividade na Casa.
Do total de 17 vereadores, 10 mudaram de partido (58,8%).
BARUERI: PREFEITO MANDA
Se, em Carapicuíba, a mudança de partido do prefeito acabou puxando também alguns vereadores, em Barueri, mesmo sem mudar de legenda, o prefeito Rubens Furlan viu seu PSDB crescer vertiginosamente: a legenda, que tinha apenas dois vereadores (Allan Miranda e Sérgio Baganha) ganhou outros três (o presidente Fabião, Neto Amorim e Fabinho do Imperial) e, com 5 cadeiras, passa a liderar o Legislativo em termos de volume. O DEM, que tinha três vereadores (Carlinhos do Açougue, Luiz do Supermercado e Rafa da Gente) manteve a mesma cota e se sustenta como a segunda maior bancada.
O partido que mais perdeu em Barueri foi o PV, que tinha dois vereadores e agora não tem nenhum (ver quadro).
Dos 21 parlamentares, 9 mudaram de legenda, o que representa 42,8% de alterações.
JANDIRA: PTB FICA MAIOR
O partido do atual prefeito de Jandira, Paulo Barufi, o PTB, foi o que mais cresceu com a “janela partidária” encerrada no início de abril. A legenda tinha dois vereadores (Luciano Barbieri e Wanderlei Pato) e agora conquistou mais dois (Franklin e o presidente do Legislativo, Gério Cabeleireiro) e, com 4 parlamentares, assumiu a liderança das bancadas no Legislativo.
Em contrapartida, o MDB, que rivalizava anteriormente com o PTB pela liderança, com duas cadeiras (o próprio Gério e Bilisca da Feira), perdeu ambas e fica sem representatividade na Casa (ver quadro).
Com 8 alterações entre 13 vereadores, a Câmara de Jandira é – na região – a que proporcionalmente mais teve mudanças: são 61,5% de alterações.
ITAPEVI: LIDERANÇA DIVIDIDA
O Podemos, partido do atual prefeito de Itapevi, Igor Soares, já gozava de maioria na Câmara de Vereadores, ocupando três cadeiras (Aparecido, Eduardo Kiko e o presidente Professsor Rafael). Nenhum deles deixou a legenda com a “janela partidária” e ainda viram se somar a eles a vereadora Mariza.
A legenda continua na liderança de cadeiras no Legislativo, agora com 4; mas divide essa posição com o PSD do vice-prefeito Teco, que tinha anteriormente duas (Akdenis e Tininha) e agora tem mais duas, com Júlio Portela e Renatinho.
O PSL foi o que mais perdeu: tinha dois vereadores (Mariza e Thiaguinho) e agora não tem nenhum (ver quadro).
A Câmara de Itapevi, com apenas 6 mudanças, foi a que menor proporção de alterações teve na região, com 35,2% de seu total de 17 parlamentares.
SANTANA DE PARNAÍBA
O partido que mais cresceu em Santana de Parnaíba, contabilizadas as alterações da “janela partidária”, foi o PSDB do prefeito Elvis Cezar. A legenda, que não tinha maioria de cadeiras na Câmara com dois vereadores (Adalto Pessoa e Marcos Tonho), somou mais dois (Ronaldo Santos e Gino Mariano) e, com quatro, passa a ser a maior bancada. Em contrapartida, o Solidariedade, que dava as cartas no Legislativo parnaibano com três vereadores (Alemão da Banca, Enfermeira Nelci e Hugo Silva), perdeu todos eles e ficou sem nenhuma representatividade.
Dos 17 vereadores, nove mudaram de legenda, o que representa 52,9% de mudanças. Os vereadores Nilson Martins (presidente) e Xerife, que pertenciam ao PHS, tiveram o partido incorporado pelo Podemos, permanecem na legenda e, por isso, não são considerados como mudanças de agremiação.
PIRAPORA: MENOR PROPORÇÃO
Apesar de ser a Câmara Municipal com menor número de vereadores, apenas 9, a representatividade no Legislativo de Pirapora do Bom Jesus apresenta ao menos duas características peculiares depois de encerrado o prazo para as mudanças de partido.
Primeiramente, com apenas três alterações, é a que menor índice proporcional apresentou entre todas da região: apenas 33,3%. Mudaram de partido a presidente Cris Bugalo, que deixou o MDB e foi para o PSL; Mauro Lúcio (Lalado), que trocou o PTB pelo PSB; e finalmente Natália Silveira, que deixou o PTB e foi para o DEM. Com isso, o PTB, que tinha três vereadores só não perdeu de vez a representatividade porque Elias de Araújo optou por não mudar de legenda.
A segunda peculiaridade é que, depois das mudanças, os 9 vereadores representam 8 partidos diferentes. Apenas o PSD (com Willian e Azylino Branca) tem duas cadeiras e é a maior bancada do Legislativo (ver quadro).
