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Força-tarefa de Barueri em prol das vítimas das chuvas atende região do Jardim Maria Helena

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Um Posto de Atendimento foi montado pela Prefeitura de Barueri no Jardim Maria Helena - Divulgação/Secom/PMB

Em Osasco, prefeito diz que irá ao governo do Estado pedir ‘obra emergencial’ na divisa com Carapicuíba, cuja prefeitura ‘lamenta’ chuva ‘acima da média’

Ao menos três cidades da região foram novamente castigadas nesta semana com as fortes chuvas de verão e, inevitavelmente, com os consequentes alagamentos, destruição e possivelmente até morte.
As principais ocorrências foram registradas na terça-feira, 14/3, quando as chuvas provocaram alagamentos na divisa entre Osasco e Carapicuíba e, desta vez, também na região do bairro Maria Helena, em Barueri.
Na divisa entre Carapicuíba e Barueri houve transbordamento do Ribeirão Carapicuíba e, novamente, o alagamento chegou à região do Km 21 e Quitaúna, causando diversos transtornos a quem transitava ou pretendia fazê-lo pela região da avenida dos Autonomistas, nas proximidades com o Terminal Metropolitano Luiz Bortolosso. Em Barueri também houve o transbordamento do rio Cotia, alagando principalmente as residências na região da avenida Bariloche, no Jardim Maria Helena.
Nessa região houve a notícia do desaparecimento de um homem, que teria sido carregado pela força das águas do rio Cotia. Até o fechamento desta edição, na quinta-feira, dia 16/3, não havia notícia sobre seu paradeiro.

FORÇA-TAREFA

No dia seguinte aos transtornos, quarta-feira, 15, a Prefeitura de Barueri divulgou que promoveu e vem promovendo uma força-tarefa para atender às vítimas da enchente. Para tanto, tem mobilizado equipes das secretarias de Segurança Urbana e Defesa Social (SSUDS), de Mobilidade Urbana (Semurb), de Serviços Municipais (SSM), de Assistência e Desenvolvimento Social (Sads) e da Habitação (Sehab).
As ações foram centralizadas principalmente no Jardim Maria Helena, onde as equipes promoveram a limpeza das vias públicas, a remoção de entulhos e móveis danificados e a doação de dezenas de cobertores e colchões, além de distribuição de kits lanches. Também foram perguntadas às famílias se necessitavam de locais para abrigo e – segundo a Prefeitura – não houve essa demanda.
Na manhã da própria quarta-feira a Coordenadoria Municipal de Proteção e Defesa Civil e a Secretaria de Assistência e Desenvolvimento Social montaram um Posto de Atendimento na praça da avenida Bariloche. Entre as ações no local estão o fornecimento de cestas básicas, colchões e cobertores. As Secretarias de Esportes e de Assistência e Desenvolvimento Social juntaram forças para a produção de 300 refeições (marmitex) entregues na Escola Municipal de Educação Infantil (Emei) Professora Elaine Calsolari.

OBRAS

Na semana passada, em entrevista coletiva de imprensa concedida em seu gabinete na quarta-feira, dia 8 de março, o prefeito de Barueri, Rubens Furlan (PSDB); e seu secretário de Obras e vice-prefeito, Roberto Piteri; haviam comentado sobre as obras que têm desenvolvido na cidade para combater as enchentes.
Eles citaram que as principais ações estão ligadas ao piscinão que está sendo construído na Vila Marcia, com 24 mil metros quadrados de área e que deverá reter mais de 350 milhões de litros de água. Outro piscinão no Jardim Silveira, também em fase de construção para conter alagamentos do córrego Laranja Azeda (na divisa com Jandira), com capacidade de reter cerca de 120 milhões de litros de água.
Além dessas, segue também no Alphaville/Tamboré a obra do “tunnel liner” para canalização e drenagem das águas da chuva que são destinadas ao rio Tietê. Esse túnel tem cerca de seis metros de construção abaixo do nível da rua e uma extensão de um quilômetro, que vai da alameda Araguaia até a avenida Piracema.

OSASCO VAI AO GOVERNO

Na divisa entre Osasco e Carapicuíba as águas atingiram principalmente, e novamente, a região da avenida dos Autonomistas, nas proximidades do Terminal Metropolitano Luiz Bortolosso e da estação ferroviária do Km 21. Ali, as pessoas ficaram ilhadas e os veículos tomados pelas águas que se acumularam na via e demoraram a fluir pelo Ribeirão Carapicuíba.
Depois do ocorrido e com as equipes limpando o local, o prefeito de Osasco, Rogério Lis (Podemos) foi às redes sociais e na noite de terça-feira, 14, apontou a força da água que descia pelo córrego, trazendo reflexos à região do Km 21 e Quitaúna. Disse que está se “empenhando” junto ao governo do Estado e ao governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) para que se promova no local “uma obra emergencial nessa região para aumentar capacidade de vazão da água do ribeirão”.
Lins, que é o prefeito de Osasco, falou também sobre ações para o vizinho município de Carapicuíba: “inclusive nós vamos pedir para o governador a ampliação do piscinão de Carapicuíba, na divisa com Osasco, para que ele possa aumentar a absorção das águas pluviais”, reforçou.

CARAPICUÍBA: ‘ACIMA DA MÉDIA’

Também e sempre usuário das redes sociais, não se verificou, durante a semana, nenhum manifestação do prefeito de Carapicuíba, Marcos Neves (PSDB), através desses mecanismos. Suas últimas publicações falam de reunião na Secretaria de Estado de Desenvolvimento Social e até mesmo sobre a competição de bicicletas na modalidade BMX, que também já havia sido prejudicada pelas chuvas, sem referência a isso por parte do prefeito.
Nos canais da Prefeitura, no entanto, há manifestações e publicações informando que a administração municipal vem apoiando a população atingida: “As equipes das secretarias de Assistência Social, Obras e Serviços Municipais e Habitação estiveram nos locais prestando o apoio e atendimento às famílias, além da limpeza dos bairros. Esse trabalho vai continuar nos próximos dias; caso as assistentes sociais não tenham passado na sua residência, pedimos a gentileza que entre em contato com o Cras de referência do bairro”, dizia o texto publicado nas redes sociais.
A Prefeitura, no entanto, assim como outras administrações municipais de todo o país, justifica que os problemas são principalmente causados pelo volume das chuvas que, na verdade, já são esperadas sempre nesta época do ano, sem que haja preparação por parte dessas mesmas administrações. Na mesma rede social, a Prefeitura de Carapicuíba justifica que “registramos mais de 80 milímetros de chuva em menos de 1h30. Chuvas muito acima do normal, o que provocou problemas em toda a região”, afirma.
A leitora deste jornal Página Zero, S.C.P., que prefere não se identificar, atendeu à reportagem nesta semana e ironizou: “as chuvas estão sempre acima da média; enquanto isso, as ações da Prefeitura não chegam sequer à média daquilo que esperamos”, protestou.

Pessoas e automóveis foram atingidos pelo alagamento no Km 21, divisa entre Osasco e Carapicuíba – Foto: Reprodução/Redes sociais