Instituto Sírio-Libanês irá administrar Hospital Regional de Barueri, com inauguração prevista para novembro deste ano
O governo do Estado de São Paulo encerrou no último mês de julho o processo para seleção e contratação da organização de saúde que será responsável pela gestão e administração do novo Hospital Regional Rota dos Bandeirantes, ou Hospital Regional de Barueri, que deve atender a população de toda a região Oeste da Grande São Paulo. A definição era muito aguardada pelas autoridades políticas, notadamente às voltadas à área da saúde, e à população em geral.
Isso porque, depois do anúncio da escolha de Barueri como sede do novo hospital para atender a moradores de cidades como Osasco, Carapicuíba, Jandira, Itapevi, Santana de Parnaíba e Pirapora do Bom Jesus, o prefeito Rubens Furlan e o então governador João Dória firmaram em 2019 o convênio que viabilizasse a obra custeada em parceria entre o município e o governo estadual. Coube ainda a Barueri ceder o terreno, localizado na avenida Aníbal Correia, no Jardim San Diego, entre o Parque Viana e o Jardim Paulista (bairro Votupoca). A obra foi finalizada pela Prefeitura em setembro de 2023, entregue ao governo do Estado, que teve a missão de abrir os processos legais e burocráticos para escola da organização para gerir o local. Desde o início deste ano o governo do Estado vinha sendo questionado e cobrado de forma mais veemente, tanto de autoridades como da imprensa de modo geral, que consideravam o tempo excessivo para a escolha, com o prédio devidamente construído.
ESCOLHA DEFINIDA
No dia 10 de julho, finalmente, o governo paulista publicou no Diário Oficial o contrato com a empresa que, desde o dia 1º de agosto passou a ser responsável pela administração do novo hospital. A escolha recaiu sobre o Instituto de Responsabilidade Social Sírio-Libanês (IRSSL), entidade fundada em 2008 que, segundo sua própria avaliação, “nasceu com o propósito de fortalecer a atuação social voluntária da Sociedade Beneficente de Senhoras Hospital Sírio-Libanês na saúde pública do Brasil, tendo como missão levar a excelência administrativa e operacional, já reconhecida no setor privado, às esferas municipais e estaduais do país”. Trata-se, sim, de um braço social do tradicional Hospital Sírio-Libanês, que atua oficialmente na Capital paulista desde 1965, com excelência na prestação de serviços de saúde no setor privado.
Segundo material divulgado pela assessoria de Imprensa do IRSSL, além do Hospital Regional de Barueri, a entidade passa também a administrar outros dois hospital na Capital, o Hospital Geral de Taipas (HGT) e o Hospital Geral Vila Penteado (HGVP), ampliando sua gestão de aproximadamente 640 leitos em 2023 para 1.289 leitos operacionais e públicos, agora, em 2024.
“A gestão destas unidades do SUS é um marco significativo para nós, refletindo nosso empenho contínuo em oferecer serviços de alta qualidade e atendimento humanizado para a população de São Paulo”, afirma Carolina Lastra, diretora-executiva do IRSSL. “Estamos trazendo toda a nossa expertise do setor privado para o SUS, assegurando que cada paciente tenha acesso ao melhor cuidado possível,” acrescenta.
Para Fernando Ganem, diretor geral do Hospital Sírio-Libanês, este é um marco tanto para o Hospital quanto para o Instituto. “Esta é mais uma oportunidade de reafirmarmos nossas ações de impacto social para uma vida mais plena e digna, trabalhando para que as pessoas tenham acesso a uma saúde de qualidade”, afirma o médico.
ESTRUTURA E PARCERIA
Apesar de ter assumido oficialmente em 1º de agosto a missão de gerir o novo hospital localizado em Barueri, sua inauguração e eventual abertura ao atendimento do público se dará somente em novembro deste ano, segundo previsão do próprio IRSSL.
A unidade construída no bairro Votupoca foi instalada em uma área de 64 mil metros quadrados (m²), com área construída de 41 mil m², oferecendo 356 leitos, dos quais 50 de Unidade de Terapia Intensiva (UTI), com atendimentos em oncologia com quimioterapia e radioterapia, além de cardiologia, ortopedia, neurologia, neurocirurgia e cirurgia bariátrica. Além disso, contará com oito salas cirúrgicas, 16 poltronas de quimioterapia e 20 consultórios; leitos de Recuperação Pós-Anestésica (RPA), Pronto Atendimento com 28 leitos de observação, Hospital-Dia com 20 leitos, salas equipadas com tomografia e ressonância magnética; parque tecnológico de última geração com acelerador linear, hemodinâmica e aparelhagem completa e digital, dentre outras áreas específicas.
A gestão Sírio-Libanês informa ainda que, na administração do Hospital Regional Rota dos Bandeirantes, terá especialmente uma parceria com a Faculdade de Medicina da USP e o Hospital das Clínicas, que serão responsáveis pela coordenação de alguns dos futuros programas de residência médica do hospital, e a atuação do Instituto de Radiologia do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (InRad), que será responsável pelo serviço de exames de imagem.
Atualmente, o IRSSL é responsável pela gestão de outros equipamentos de saúde pelo Estado de São Paulo, como o Hospital Municipal Infantil Menino Jesus (HMIMJ), Hospital Geral do Grajaú (HGG), Hospital Regional de Registro (HRR), Hospital Regional de Jundiaí (HRJ), AME Interlagos, AME Jundiaí, AMAs (UMANE), Núcleo de Saúde da Fundação Lia Maria Aguiar, Ambulatório de Cuidados em Saúde e Serviço de Reabilitação Lucy Montoro de Mogi Mirim.
O contrato assinado entre o governo do Estado de São Paulo e o Instituto de Responsabilidade Social Sírio-Libanês seguiu os trâmites do processo nº SEI 024.00115016/2024.14, foi publicado no Diário Oficial de 10 de julho de 2024 (Caderno Executivo – Seção III – Págs. 11 a 15) e, de acordo com sua cláusula 7ª, terá um período inicial de duração de 5 anos. Também de acordo com o contrato, nesse período o governo do Estado repassará à IRSSL o montante de R$ 1,178 bilhão, para custeio e investimentos da unidade instalada em Barueri.