Por Marcelino Lima
O Campeonato Brasileiro de futebol da Série A foi encerrado no domingo, 8 de dezembro, e pelo sistema de pontos corridos após 38 rodadas o título ficou com o Botafogo (RJ). A equipe carioca somou 79 pontos ganhos depois de 23 vitórias, 10 empates e apenas 5 derrotas. Se o clube da estrela solitária faturara uma semana antes a inédita Copa Libertadores da América, o troféu da competição nacional era perseguido desde 1995, quando dera a segunda volta olímpica de sua história e a atual fórmula ainda não estava em vigor — a exemplo da edição de 1968, quando se tornara pela primeira vez o melhor do país.
A partida que valeu o tri começou com o alvinegro precisando ao menos empatar contra o São Paulo, no estádio Nilton Santos, mas o time do técnico português Artur Jorge derrotou o tricolor paulista por 2×1. O Palmeiras era o único concorrente que ainda poderia estragar a festa do Fogão, desde que ganhasse em casa do Fluminense (RJ) e o São Paulo desse as cartas no reduto botafoguense. O Verdão buscava o tri consecutivo, no entanto perdeu por 1×0 e encerrou o ano vice-campeão, com 73 pontos; o tricolor das Laranjeiras, por seu turno, exorcizou o fantasma do rebaixamento e terminou o Brasileirão 2024 em 13º, com 46 pontos. Com essa posição, garantiu-se na Copa Sul-Americana (ver quadros).
Apesar do revés em sua despedida, o São Paulo faturou 59 pontos, consumou a 6ª posição e a classificação sem escalas à fase de grupos da Copa Libertadores da América em 2025. Além do “Mais Querido” e do alviverde, o Corinthians, 7º colocado (56 pontos), também estará na principal competição continental; contudo, inicialmente precisará disputar as etapas preliminares, ao lado do Bahia (8º, 53) para, caso avance, juntar-se aos arquirrivais. Em sua última jornada, o Timão visitou o Grêmio (RS) e emplacou a nona vitória seguida (3×0). Coube a Yuri Alberto abrir a porteira gremista em Porto Alegre (RS) convertendo a penalidade máxima que ele mesmo sofrera quando a primeira etapa se esgotava. Ao balançar a rede, o centroavante mosqueteiro chegou a 15 gols e com essa marca dividiu com Alerrandro, atacante do Vitória (BA), o Troféu Roberto Dinamite, instituído pela Confederação Brasileira de Futebol e oferecido pela primeira vez aos artilheiros do Brasileirão.
BRAGANTINO
DEIXA O CADAFALSO
O Bragantino entrou em campo no apagar das luzes do certame nacional precisando bater o Criciúma para permanecer na elite brasileira e não frustrou a torcida que foi “empurrá-lo”: goleou o já rebaixado oponente por 5×1. À medida que escapava do cadafalso (computou 44 pontos e finalizou a campanha em 16º), o “Massa Bruta” deixava batatas quentes no colo do Atlético Mineiro e do Athletico, que se enfrentavam simultaneamente em um duelo dramático em Belo Horizonte (MG) e do qual só um poderia sobreviver. O Galo sofreu, no entanto ganhou pela contagem mínima e decretou a queda do Furacão (17º, 42) à Série B, justamente no ano do centenário rubro negro paranaense. Antes de a bola entrar em férias, o pelotão dos quatro piores já contava com o Criciúma (18º, 38), o Atlético Goianiense (19º, 30) e o Cuiabá (20º, 30). Pelos critérios de desempate, o Dourado do Mato Grosso amargou a “lanterna”, pois somou 6 vitórias contra 7 do Dragão.
Brasileirão 2025 terá seis paulistas
O quarteto rebaixado da Série A (Athletico, Criciúma, Atlético Goianiense e Cuiabá) cederá em 2025 seus assentos no Brasileirão aos clubes Santos, Mirassol, Sport Recife (PE) e Ceará (CE). Com a estreia do Leão auriverde, cores do Mirassol, o futebol paulista terá seis equipes na corrida pela taça, contando ainda com Bragantino, Corinthians, Palmeiras e São Paulo. Em compensação, Paraná, Santa Catarina (região Sul), Goiás e Mato Grosso (Centro Oeste) não estarão representados.
O conjunto bandeirante no Brasileiro da Série B da temporada vindoura contará com Novorizontino, Botafogo e Ferroviária, egressa da Série C ao lado do Volta Redonda (RJ), do Athletic (MG) e do Clube do Remo (PA). Já Guarani, Ituano e Ponte Preta, além do Brusque (SC), caíram para a Terceira Divisão. Para os postos vagos subiram Retrô (PE); Anápolis (GO); Itabaiana (SE) e Maringá (PR), os melhores da Série D.
Do módulo C para o D caíram Aparecidense (GO), Ferroviário (CE), São José (RS) e Sampaio Corrêa (MA). Esses poderão esgrimir contra Água Santa, Internacional de Limeira, Monte Azul e Portuguesa de Desportos, representantes de São Paulo.
Clubes que já levantaram o caneco nacional
Palmeiras: 12 (1960, 1967, 1967, 1969, 1972, 1973, 1993, 1994, 2016, 2018, 2022 e 2023)
Santos: 8 (1961, 1962, 1963, 1964, 1965, 1968, 2002 e 2004)
Corinthians: 7 (1990, 1998, 1999, 2005, 2011, 2015 e 2017)
Flamengo: 7 (1980, 1982, 1983, 1992, 2009, 2019 e 2020)
São Paulo: 6 (1977, 1986, 1991, 2006, 2007 e 2008)
Vasco: 4 (1974, 1989, 1997 e 2000)
Cruzeiro: 4 (1966, 2003, 2013 e 2014)
Internacional: 3 (1975, 1976 e 1979)
Atlético Mineiro 3 (1937, 1971 e 2021)
Botafogo: 3 (1968, 1995 e 2024)
Grêmio: 2 (1981 e 1996)
Bahia: 2 (1959 e 1988)
Athletico: 1 (2001)
Sport Recife: 1 (1987)
Coritiba: 1 (1985)
Guarani: 1 (1978)
‘Trio de ferro’ na Libertadores
Com o término do Brasileirão 2024 e conforme suas posições na tábua da classificação final, Botafogo, Palmeiras, Flamengo, Fortaleza (CE), Internacional (RS) e São Paulo começarão a próxima Libertadores da América já na fase de grupos; o Fogão ainda venceu a Libertadores e o Mengão a Copa do Brasil deste ano. Corinthians e Bahia passarão pela repescagem, composta por duas rodadas, e que terá jogos de ida e volta, contra adversários ainda indefinidos. Se passarem, poderão se juntar aos demais seis.
Com isso, o “Trio de ferro” do futebol paulista marcará presença na principal competição sul-americana: Palmeiras, São Paulo e Corinthians.
Cruzeiro, Vasco (RJ), Vitória, Atlético Mineiro, Fluminense e Grêmio estarão na Sul-Americana.
Bragantino e Juventude (RS) permaneceram na Série A, no entanto, com direito à vaga apenas na Copa do Brasil e nas respectivas competições estaduais.