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Nomes feios

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Humberto Pinho da Silva

Através dos tempos, sempre se usou “ rótulos” para xingar ou destruir a carreira dos adversários.
Os mais velhos ainda se recordam do famigerado termo “fascista”, que serviu para aniquilar todo e qualquer rival.
Agora não amedronta, seja quem for, muito menos as gerações mais recentes. Tantas vezes repetido, gastou-se.
Atualmente, a moda é apelidar de “racista”.
Ser racista é o pior nome feio que se pode lançar sobre o inimigo. Faz tremer o mais valente, desarmando o mais afoito.
Outro “rótulo” eficaz, para aniquilar a honra do mais honrado citadino nesta época da globalização é “xenófobo”.
Xenófobo é termo da moda. Palavra corriqueira, que serve para “ matar” qualquer discussão; rótulo perigosíssimo, o mesmo que: cruel ou mau.
Xenófobo, confunda-se, infelizmente, com nacionalista, mesmo sendo aberto; como define Michel Winock em “Antissemitismo e Fascismo em França”, há muito que deixou de ser virtude.
Outro termo, que destrói a carreira de muitos, é “populista” – ainda que hajam populistas bons (que é o dos nossos amigos); e populistas maus (dos que não pensam como nós).
Ser populista é gostar do povo mais pobre; ou proferir palavras que a turba gosta e soam bem aos sentimentos.
Creio que não há político que não seja um pouco populista.
Na época dos nossos avós, em Portugal, o nome feio era “talassa”. Ser talassa era gostar da Monarquia. No tempo da República, podia valer valente surra ou coisa pior.
No século XIX, a palavra “liberal” era maldita. Ainda tenho a obra de D. Felix Sardão Y Salvani Presbytero“ O Liberalismo é Pecado”, datada de 1885.
Na minha juventude, quando se queria destruir o antagonista ou camarada de profissão, chamava-se de “comunista”. Era o bastante para que fosse preso, saneado da sociedade e de cargos rendosos.
Todas as épocas têm termos que servem para rotular os que não gostamos ou queremos destruir.
E são eficazes: porque o vulgo julga que pensa, mas nunca pensa. é apenas repetidor do que ouve.Repetidor: cruel, e algumas vezes: assassino.

Humberto Pinho da Silva é responsável pelo blogue
luso-brasileiro Paz