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150 mil mortos

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Mario Eugenio Saturno

O Exército tem um Centro de Inteligência, como muitos órgãos governamentais, militares e de segurança pública. Diversos cidadãos que não são da área de Inteligência alertaram os patriotas que a invasão do país era iminente, mas os eminentes foram ludibriados pela contrainteligência do inimigo. Pois é, depois de 25 semanas aniquilando a Pátria, o chefe da Inteligência do Exército também foi morto pelo inimigo.
E, o mais surpreendente, os militares continuam silentes, não se erguem contra o inimigo da Pátria. Pior, fabricaram cloroquina pagando até o triplo dos insumos, enquanto os governadores foram tachados de promotores da doença para pagar o dobro e melhorar a taxa da propina.
Eu não consigo entender, pois quando servi no Tiro de Guerra (Infantaria do Exército) em 1981, éramos soldados de segunda categoria, mas estudávamos a guerra atômica, biológica e convencional.
No país, fizeram o papel de agentes da Inteligência, médicos que se tornaram políticos ou que não entendem de pesquisa científica, não conhecem o duplo-cego. Afirmaram que a Covid-19 era uma gripezinha, acabaria em um mês, morreriam 800 velhos que morreriam de qualquer jeito!
Já demonstrei, analisando os dados dos Cartórios, os registros civis de mortes, que menos de 10% dos que morreram por Covid-19 morreriam por outras doenças. Das 150 mil mortes que atingiremos nos próximos dias, 135 mil poderiam ser evitadas.
Fui o primeiro, por sugestão do meu antigo colega do INPE, o ex-prefeito Emanuel Fernandes, a observar o grande erro na aquisição dos dados de mortes diárias e que fazer a média de 7 dias era a melhor solução e, ainda, que a sexta-feira é o dia da semana que tem o menor erro. Vi que replicar a média da sexta-feira para os 7 dias, formando um degrau semanal, junto os dados brutos diários, ficava mais fácil observar e analisar, além de ficar esteticamente melhor. Não, não sou um gênio da Estatística, mas aprendi bem na Universidade Federal de São Carlos – UFSCar. E tento convencer a grande imprensa a usar isso também.
E dia 3 de outubro completaram-se 200 dias desde a primeira morte e com uma incipiente queda na média diária de mortes, mas as insipientes autoridades não entenderam que a queda será interrompida se houver relaxamento nas medidas de profilaxia contra o Sars-Cov-2, o coronavírus.
Em alguns dias, completam-se 30 semanas de mortes, mortes evitáveis (135 mil) por medidas sanitárias conhecidas há pelo menos 3 mil anos – leia no Pentateuco da Bíblia-. Se os que tinham o dever não se mostraram à altura, é preciso que os cidadãos (que entendem o significado da Bastilha) não temam e assumam a luta. Depois de 7 meses de luto, ainda não desisti e luto por um Brasil vencedor.
Precisamos apoiar nossos governadores, como exceção, em uma sessão que dure até vencer o coronavírus. É preciso generosidade na cessão das pequenas diferenças políticas e religiosas para combater a grande seção da Pátria na crise de saúde pública. Velando o Erário, cassando peculatários, caçando corruptores. Em tempo, o Trump pegou a Covid e não está usando cloroquina.

Mario Eugenio Saturno é Tecnologista Sênior do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) e congregado mariano