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Projeto Circulando reconstrói centro cultural para crianças em situação de vulnerabilidade

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As novas instalações foram entregues na semana passada

Às voltas com altos índices de abuso e violência infantil, as crianças do bairro Santa Rita, na zona Norte de Osasco, se veem também sem opções de espaços de lazer, situação ainda agravante da questão de vulnerabilidade social encontrada na região. Sem tais opções, as crianças do bairro acabam se valendo das dependências do cemitério Parque dos Girassóis para andar de bicicleta, soltar pipas e outras atividades de lazer. Algumas delas, como forma de colaborar com as finanças domésticas, se oferecem para cuidar de túmulos.
Estabelecido na região, o Centro Cultural mantido pelo Projeto CaJu era a única opção de distração e estudos oferecidos a essas crianças, mas que também enfrentava dificuldades para a própria manutenção do espaço.
Esta situação chamou a atenção do Projeto Circulando – iniciativa da Circle Aceleradora, que prioriza a inovação e sustentabilidade – que decidiu intervir e ajudar com a reforma do local. Segundo a entidade, dois meses foram necessários para reaproveitar materiais de construção, otimizar os novos recursos e transformar os 200 m² de instalações precárias, feitas com restos de madeira e sem infraestrutura, em um local com parede de alvenaria, cozinha, refeitório, banheiros, lousa, revestimentos térmicos, janelas, porta e muros. Toda a parte elétrica e hidráulica também foi refeita. A entrega formal do novo espaço aconteceu na sexta-feira, dia 11 de junho.
O projeto Circulando é baseado na ESG (Environmental, Social and Governance), sigla para orientar o comprometimento da empresa em ter melhores práticas ambientais, sociais e de governança, que impactam diretamente no futuro do negócio. Ele facilita a conexão de pessoas e empresas às ações sociais e tem como principal pilar o compromisso com o Pacto Global da ONU. A reforma do centro cultural foi pensada como forma de colocar em prática o DNA do Circulando, de ressignificar os movimentos, para que possam causar um impacto positivo no meio. “Analisando a situação precária e de pobreza extrema do local em que o CaJu se encontrava, resolvemos abraçar a causa, buscando a maneira mais viável de colocar a construção de pé.”, conta Fabiana Schaeffer, CEO do projeto Circulando.
Mesmo em condições suscetíveis, as cerca de 40 crianças, de 6 e 7 anos, faziam aulas de reforço três vezes por semana, no período da tarde. A ideia, agora, é aumentar em pelo menos mais 50% e com periodicidade diária. O foco são, principalmente, os adolescentes vulneráveis, ampliando a idade para até 17 anos.
Para participar é necessário que os pais ou responsáveis façam o cadastro do menor na sede do projeto CaJu. E os interessados em participar do voluntariado podem se inscrever no endereço eletrônico https://linktr.ee/ipe.caju.
Entre as atividades previstas – todas ministradas por professores voluntários – estão: reforço escolar, atividades físicas como lutas e dança, aulas de inglês e cursos de formação profissional, além de aulas de cidadania. “Com aulas on-line por tanto tempo devido à pandemia, muitas crianças nem estavam acompanhando o ensino já deficiente. O resultado são crianças desmotivadas e com muito tempo ocioso, em um ambiente hostil. Precisávamos, então, fazer algo para incentivá-las ao estudo e lazer apropriado, e esta ação visa contribuir com melhorias deste cenário, oferecendo estrutura para uma educação básica de qualidade e com foco na cultura sustentável.”, conclui Fabiana.