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Cidades da região entram na mira da PF por desvios na merenda escolar

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Operação ‘Cadeia Alimentar’ da PF investiga fraudes em merenda escolar em 27 cidades do Estado

A Polícia Federal (PF) de São Paulo deflagrou na terça-feira, 26/11, operação para desarticular irregularidades em licitações e desvios de verbas da merenda escolar em 27 municípios paulistas. Chamada “Cadeia Alimentar”, com a ação, logo pela manhã, os agentes da PF cumpriram inúmeros mandados de prisão ou de apreensão tendo como alvo ex-prefeitos, vereadores, secretários municipais, funcionários públicos, lobistas e empresários.
De acordo com o delegado regional de combate ao crime organizado da PF, Marcelo Ivo de Carvalho, os criminosos agiam de várias formas, sempre com o objetivo de buscar favorecer agentes públicos, lobistas ou empresários. Nesse sentido, foram investigadas licitações em que se apuraram o direcionamento de empresas vencedoras, o pagamento de propinas que variam de 10% a 14% do valor do contrato e até o pagamento por prefeituras de alimentos que não foram entregues.
Informações divulgadas pela PF revelam que os esquemas funcionavam pelo menos desde 2013; porém não há como afirmar que os estudantes ficaram sem receber a alimentação de suas respectivas merendas; apenas que algumas prefeituras pagaram por produtos que não foram entregues.
A polícia detectou pagamentos em contas bancárias em nome dos próprios funcionários públicos ou de familiares e de advogados dos envolvidos e, também, em espécie, dentro das prefeituras. Os nomes dos envolvidos não foram revelados pela PF.
A primeira fase da operação foi deflagrada em 2018 e algumas das denúncias atuais partiram de delações premiadas colhidas, principalmente, de empresários ligados a um frigorífico localizado no Interior do Estado.
Três das 27 cidades com pessoas investigadas estão localizadas na região Oeste da Grande São Paulo, por onde circula este Página Zero: Osasco, Jandira e Itapevi.
Por se tratar de investigações sobre licitações públicas e por presumir que os mandados pudessem envolvessem agentes públicas, a reportagem manteve contato com as três prefeituras da região, para saber qual o posicionamento delas sobre o tema. As prefeituras de Osasco e Itapevi responderam que, apesar de tomarem ciência da operação pelo noticiário geral, não houve registro, em nenhum momento, em que as investigações tenham atingido algum funcionário ou agente público dessas cidades. Em nota enviada à TV Globo, que deu cobertura ao caso, a Prefeitura de Jandira disse ter sido “surpreendida” pelo mandado de busca e apreensão de documentos, mas que se coloca à disposição das autoridades para o que for necessário.