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‘MÃO PESADA’

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Lins
Neves
Bruno
Emidio
Doria

‘MÃO PESADA’

Assim como acontece em todo início de ano, o brasileiro já vem sentindo a “mão pesada” dos governantes no que diz respeito às cobranças de impostos e taxas. Não se passaram três semanas de 2020 e já estamos pagando IPVA, DPVAT, e até recebendo carnês de IPTU.

LISTA TRISTE

Se parece pouco para alguns, vamos somar a isso a inflação acima da média em dezembro; o desemprego que insiste em não desacelerar; além das despesas com matrículas e material escolar; as novas taxas sobre o cheque especial…
Ah…só de listar tudo isso já dá uma tristeza…

SÓ COBRANÇA

Mas, além desse cenário todo, o que se enruste muito nessa política do cobra, cobra e cobra mais um pouquinho, é a hipocrisia.
Sim, a hipocrisia de muitos que se organizam para este momento e deixam de lado outras coisas que também são importantes para a população.

BEM RÁPIDOS

Quer um exemplo?
Aqui no caso da região, os prefeitos de Osasco, Rogério Lins (Pode), e de Carapicuíba, Marcos Neves (PV), anunciaram que já estão distribuindo os carnês de IPTU aos seus contribuintes.
Já pensou que, para chegar a isso logo nos primeiros dias do ano, tiveram de se organizar direitinho ainda no ano passado?

TUDO ORGANIZADO

Sim…são cálculos de valores, planilhas, envolvimento das equipes econômicas e até a impressão dos carnês…tudo direitinho para chegar a essa organização de início de ano.
E aí vem a comparação: mas e os uniformes escolares, por exemplo, que todos os anos dão uma dor de cabeça para pais e alunos e acabam chegando lá no meio do ano letivo? Não dá para cumprir a mesma organização?

PRIMEIRA EXCEÇÃO

Por exceção – sejamos justos – o prefeito Rogério Lins, anunciou dia desses que já tem tudo acertado para que os uniformes escolares sejam entregues aos alunos antes do início do ano letivo, no próximo mês de fevereiro.
Tomara, ele consiga! E que os uniformes não sejam objeto de tantas críticas sobre a falta de qualidade, como em anos anteriores.

E OS OUTROS?

Lins está tentando acertar os ponteiros nesse tipo de assunto…mas e os outros?
Certamente estão também bem organizadinhos para enviar os carnês de IPTU; porém sobre as medidas que também poderiam ser iniciadas no ano passado…até agora ninguém fala nada.

CULPA DOS OUTROS

Ainda sobre esse tema, tomemos o caso da Capital paulista: o prefeito Bruno Covas (PSDB) acabou de cancelar a concorrência para compra do material escolar que seria distribuído aos alunos do ensino Infantil e Fundamental.
Depois de um processo que envolveu 20 empresas, sabe de quem é o culpado pelo fracasso da licitação? As empresas, é lógico!

SÓ AGORA?

Diz a administração paulistana que nenhuma delas apresentou material de qualidade (todos reprovados em testes) e que as 20 empresas estavam em “conluio” para fornecer tais produtos à municipalidade.
E a coisa toda foi descoberta e confirmada somente agora, às vésperas do início das aulas?

ESTACA ZERO

Ah…pelo menos Bruno Covas e sua equipe encontraram uma saída: a Prefeitura irá fornecer um cartão com R$ 215,00 de crédito para que a família de cada um dos 660 mil estudantes adquira o próprio material em lojas conveniadas.
Lindo, né?! Será um investimento de R$ 130 milhões, mas o tal cartão deverá estar disponível entre o final de fevereiro e o início de março.
Ah…vá! Não voltou tudo à estaca zero?

MENOR PREÇO

Aí entra outra hipocrisia que envolve leis e políticos brasileiros: toda licitação neste país é feita para que a compra saia pelo menor preço.
Há muita justificativa nisso e, não fosse dessa forma, talvez teríamos muitos desmandos e desvio de finalidades nos governos em geral.
Hein?! Ainda bem que nada disso acontece, né?

QUER O QUÊ?

Pois bem! Com licitações por menor preço, o que os governos esperam? Material de qualidade?
Alguém já se perguntou por que o asfalto de nossas ruas vive se desmanchando? É porque é o mais barato que foi colocado ali, ora!
Precisa citar mais exemplos?

O MELHOR, PELO PIOR

E o prefeito Bruno Covas quer uniforme escolar de qualidade, pagando pelo preço mais barato e fazendo 20 empresas baixarem seus custos para isso?
Será que, fosse ele o dono de uma empresa, toparia vender seu melhor pelo menor preço?
Se isso não é hipocrisia…

FORA O PLÁSTICO

Vamos aproveitar a citação do prefeito paulistano para outro exemplo: nesta semana, ele deu ultimato ao comércio no sentido da proibição do fornecimento de material plástico descartável aos seus clientes. Assim, bares, restaurantes, hotéis, padarias, casas noturnas, bufês e outros estabelecimentos terão até 1º de janeiro de 2021 para deixarem de fornecer copos, talheres de plástico, pazinhas de sorvete e misturadores de bebidas, por exemplo, além dos canudinhos, já proibidos anteriormente.

PRIMEIRO PASSO

Não se condena, aqui, a boa intenção do governante no sentido de diminuir o impacto desses materiais na natureza. O próprio Bruno Covas justificou que o primeiro passo teria de ser dado nesse sentido.
E está correto! Estávamos perdendo muito tempo e, não fosse ele, certamente alguém teria de fazê-lo…doa a quem doer.

SEM RESPOSTA

Mas se é tudo em nome da preservação da natureza, do combate aos materiais poluentes, por que – cargas d’água – não se combate de frente automóveis, caminhões e ônibus e, principalmente, seus fabricantes; tão poluidores de nossa atmosfera?
Tá bom, tá bom! Querer resposta para isso é muita pretensão, não?

CANUDINHOS X CARROS

Alguém certamente irá dizer que já há muitos investimentos nos projetos de veículos híbridos ou elétricos; que o rodízio de veículos tenta diminuir os impactos do volume de tráfego e tantos outros argumentos. Mas, repete-se a questão: não está se demorando muito?
Não deram prazo imediato para os canudinhos? Por que não se dá prazos para que esse cenário se modifique radicalmente?

SEGUNDA EXCEÇÃO

Aí vem outra exceção: nesta semana chegou à imprensa material de divulgação do deputado estadual Emidio de Souza (PT), daqui da região, de um Projeto de Lei que apresentou à Assembleia Legislativa tentando fazer com que o governo paulista estabeleça uma política de incentivo ao uso de veículos elétricos e híbridos.

PRAZO NEGOCIADO

De novo sob o argumento da diminuição da poluição, da melhora do meio ambiente e, consequentemente, da qualidade de vida da população, Emidio tem uma sugestão simples: que o governo deixe de cobrar o IPVA dos proprietários de veículos elétricos e metade do imposto aos híbridos, por um prazo de 5 anos.
Não se trata de deixar de cobrar sempre: mas por um período que, logicamente, pode ser negociado pelo governo.

IMPORTÂNCIA DO TEMA

Certamente, por ser do PT, o Projeto de Emidio deverá encontrar muitas dificuldades para aprovação da Assembleia e, caso conseguisse, certamente se depararia com o veto do governador João Doria (PSDB), sob o argumento de que o PL determina renúncia fiscal e tal iniciativa somente pode partir do poder Executivo (governador) e não do Legislativo (deputado).
Mas, e daí? O assunto não pode ser debatido e encaminhado pelo governo, pela importância do tema?

AQUI OU ACOLÁ

Como se percebe, vivemos num país de raras exceções: a de Rogério Lins, que ainda precisa cumprir a promessa do uniforme antes do início das aulas; a do deputado Emidio, que certamente não passará na Assembleia; e outra aqui ou acolá!
O que não é exceção nisso tudo é a hipocrisia…essa sim é reinante em todas as esferas de governo…