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NEM DE LONGE

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Doria
Elvis
Igor
Lins
Gregorio
De Paula

 

Cida

NEM DE LONGE

Mais uma vez, como acontece sempre, a região se viu às voltas com desastres provocados pelas chuvas de início de ano.
Dizer que a população já devia estar acostumada? Sim…ela está!
Dizer que isso é normal, que faz parte da natureza? Isso…nem de longe!

AINDA BEM

Ao mesmo tempo em que lamentamos as tragédias individuais ou coletivas de todos aqueles que se viram – ou ainda se veem – às voltas com as consequências provocadas pelos alagamentos, deslizamentos de terra, perda de móveis, de veículos ou até mesmo de vidas…mesmo respeitando tudo isso, vamos fazer uma afirmação que poderá não parecer politicamente correta, mas ainda assim vamos dizer: se isso tudo tinha de acontecer, ainda bem que aconteceu neste ano.

ACIMA DO PESCOÇO

Não entendeu?
Explicamos: se era para acontecer tragédia tão previsível, que acontecesse justamente neste ano, que é um ano eleitoral.
Sim…porque agora, com água acima das canelas – muitas vezes acima do pescoço – com móveis, automóveis e dignidade perdidos, é sempre bom lembrar o que a classe política de cada uma das cidades andou fazendo nesses três anos em que prometeram, prometeram ou mesmo disseram estar fazendo.

OS CULPADOS

Sim! É lógico que alguns irão culpar a natureza: afinal, chuva de 130 milímetros em apenas 24 horas é um exagero. É possível até que alguns já estejam culpando a imprensa, que só mostra o que não está dando certo em vez de mostrar os poucos equipamentos que funcionaram.
Só faltava essa…

O ‘TESTE’

Mas aí vem a máxima que todo o mundo fala o tempo todo: essas condições climáticas e suas consequências já não são esperadas todos os anos?
Será que as autoridades dormiram sobre poucas e pequenas obras achando que tudo estava resolvido? Não fizeram um “teste” de transbordamento ou de alagamentos antes?
Está aí o “teste”!

CASO ANTIGO

Além das afirmações gerais de que nunca se choveu tanto como no último início de semana, há situações pontuais que também não podem ser deixadas de lado.
No âmbito do governo estadual, quem tem um pouquinho mais de idade sabe muito bem há quantos anos os rios Tietê e Pinheiros alagam e também há quanto tempo os “donos” da cadeira no Palácio dos Bandeirantes falam em despoluí-los e resolver a questão das enchentes.

DE DUBAI

Pois é! É esse, de novo, o caso do governador João Doria (PSDB). Vive atrás de recursos para obras de infraestrutura, tem um programa arrojado para despoluição do rio Pinheiros, mas…e daí? Onde estão os resultados?
Há muitos anos vimos governadores trazendo dinheiro do Japão, da China, da Noruega, da Alemanha, enfim, de tantos lugares para rebaixar a calha dos rios, para fazer isso ou aquilo…e nada!
No caso de Doria, o alvo agora é a grana de Dubai.

DE MUDANÇA

Voltando um pouco aqui para a região, tem muito governante que justifica o fato de que o que acontece na Capital, como o transbordamento do Tietê e do Pinheiros, acaba impactando rios e córregos de suas cidades.
É verdade! Mas qual a saída para isso? Vamos mudar nossas cidades de lugar?
Vamos mais para o Interior e ficar longe da Capital?

DISCUSSÕES REGIONAIS

É normal que, após as tragédias, cada prefeito e sua equipe cuidem dos problemas particulares de suas cidades. Mas, se os problemas são regionais, onde estão as discussões para resolvê-los?
Onde está o tal Cioeste?

CLUBINHO

Já dissemos neste espaço e vamos repetir: o Cioeste, como um consórcio regional, é até uma boa ideia: a de discutir – mas também resolver – os problemas regionais. Mas, neste momento, a entidade parece servir apenas como um clubinho, ao atender a vaidade do prefeito de Santana de Parnaíba, Elvis Cezar (PSDB), elevando-o consecutivamente ao cargo de presidente do órgão “homenageando-o” pelo fato de estar cumprindo seu último ano de mandato como prefeito.

INOCENTE

Também é duro ler manifestações como a do prefeito de Itapevi, Igor Soares (Pode), narrando o problema na cidade, mas lembrando que as outras cidades da região, inclusive São Paulo, também foram atingidas.
Pode parecer apenas um comentário de alguém que, de repente, se viu no meio de uma crise e apenas está afirmando que o problema aflige todos os demais municípios. Um comentário inocente, né?!

MÃO NA MASSA

Mas fica aquela impressão de que existe aí uma justificativa: ora, se está acontecendo nas demais cidades, inclusive em São Paulo, a maior de todas e blá-blá-blá, então é natural também aqui em Itapevi.
Ora, em vez de justificativas, que assuma os problemas – inclusive aqueles não resolvidos nos últimos anos – e mão na massa!

AÇÃO IMEDIATA

Não cometamos injustiças com todos os prefeitos da região, no sentido de não terem ido às ruas e enfrentado a lama para agilizar os trabalhos em cada uma de suas cidades.
Mas, de imediato, citamos a atuação rápida de pelo menos dois deles, o osasquense Rogério Lins (Pode) e o piraporano Gregorio Maglio (MDB).

SEM FESTA

Osasco foi, sem dúvida, uma das mais castigadas com as chuvas e com as consequências delas, sentidas até o presente momento. Lins foi rápido em colocar as equipes nas ruas, decretou Estado de Calamidade e, sem pestanejar, cancelou até os festejos de aniversário da cidade que se iniciariam neste final de semana.
Realmente, fica muito difícil fazer festa, ir a um show, quando sua casa está sem sofá, sem geladeira, sem cama…ou até condenada pela Defesa Civil.

THE SHOW MUST GO ON

Mas este não é um problema. O brasileiro, daqui a pouquinho, já está tocando a vida normalmente, com festas e tudo o mais. E tem de ser assim mesmo, porque a vida continua…
Por exemplo, na próxima semana já teremos o carnaval, mesmo que algumas escolas de samba tenham tido seus galpões e materiais totalmente destruídos.
Se não chover demais até lá, que venha a festa. Afinal de contas “the show must go on”, ou “o show tem de continuar…”.

CONTANDO CORPOS

No caso do prefeito de Pirapora do Bom Jesus, Gregorio, a iniciativa em se tirar moradores das áreas de risco antecipadamente pode ter evitado algumas tragédias.
Mas o morro ainda nem caiu e ele já está tirando famílias?
Sério? Não é melhor agir assim do que depois ficar contando corpos de vítimas?

DIRETO NO VOTO

Enquanto os prefeitos continuam tirando lama das ruas e das casas e tentando dar suporte aos moradores atingidos por toda essa crise, talvez também estejam contabilizando o impacto que isso tudo poderá causar em seus desejos eleitorais.
Por isso este espaço começou fazendo justamente essa afirmação.

VAI PIORAR

Mas, para os atuais prefeitos, demais autoridades, e também àqueles que desejam disputar tais cargos na eleição deste ano, nunca é demais lembrar que, devido às atuais condições climáticas; às péssimas manifestações ambientais de toda a população e à crescente impermeabilização de nossas cidades, a tendência é que tudo isso piore ainda mais.
Sim! E que se esqueçam das promessas vãs e realmente tratem os problemas de frente, como devem ser tratados.

NA CRISE, IDEIAS

Ao final (esperamos que sim) de tudo isso, ao menos duas ideias foram divulgadas por políticos que também pensam em seus votos – assim como todos os demais -, mas que neste momento tiveram a iniciativa de adotá-las.
Foram os casos dos vereadores De Paula (Osasco/PSDB) e Cida Carlos (PT/Carapicuíba).

ISENÇÃO

No meio de toda a crise eles apresentaram em suas respectivas câmaras municipais ideias ou projetos para que as prefeituras concedessem descontos ou até mesmo isenção no IPTU a proprietários que tiveram imóveis atingidos pelas chuvas.

PAGANDO O ‘LADRÃO’

Sabe quando se paga a prestação de um carro que já foi roubado? A sensação de pagar o IPTU, bem no mês em que o imóvel acabou de ser alagado, é a mesma.
E com um agravante: é algo parecido como estar se pagando para o “ladrão”.
Sim, porque quem recebe o dinheiro do imposto é justamente aquele órgão público que deveria estar levando melhorias para a região onde o imóvel está localizado…e não o faz.

NÃO PASSA DISSO

Ah…mas não se iluda: por melhor que seja a ideia desses vereadores, como suas propostas implicam na possibilidade de redução de receita por parte dos cofres públicos, tais leis não podem partir deles. São apenas iniciativas ou ideias.
Para que isso ocorra, propostas de lei nesse sentido devem partir dos próprios prefeitos.